
Fernando Collor foi eleito com amplo apoio popular. Mas o permanente embate com o Congresso e as den�ncias de corrup��o o minaram. Em 1992, com dois anos de mandato, foi o primeiro presidente a perder o cargo por impeachment.
De l� para c�, os dois presidentes que bateram de frente com o Centr�o sa�ram perdendo. Com discurso contra a pol�tica tradicional, promessa de ca�ar os "maraj�s" do servi�o p�blico e postura anti-esquerda, Embalado pelo sucesso do Plano Real, que acabou com a hiperinfla��o no pa�s, Fernando Henrique Cardoso cumpriu dois mandatos, aliando o PSDB de centro-esquerda aos conservadores do PFL de Marco Maciel e Ant�nio Carlos Magalh�es - que, anos antes, lideraram a ruptura da base pol�tica que sustentava a ditadura e deram, em 1984, maioria para a elei��o indireta de Tancredo contra Paulo Maluf no Col�gio Eleitoral.
Para suceder FHC e vencer a elei��o presidencial, Luiz In�cio Lula da Silva chamou para vice o empres�rio Jos� Alencar, do Partido Republicano Brasileiro (PRB), para quebrar a resist�ncia conservadora. O PRB virou Republicanos, partido do hoje senador Hamilton Mour�o (RS), que formou, com o PP e o PL, a base do governo de Jair Bolsonaro.
For�a do baixo clero
Foi no primeiro mandato de Lula que o baixo clero do Centr�o mostrou sua for�a. Em 2005, imp�s ao governo petista uma grande derrota pol�tica. Na elei��o para a Presid�ncia da C�mara, aproveitando um racha no PT, que lan�ou dois candidatos, o desconhecido Severino Cavalcanti, do PP de Pernambuco, venceu a disputa com 300 dos 498 votos da Casa. Fisiol�gico e sem apoio dos grandes partidos, Severino foi cassado meses depois por corrup��o, no esc�ndalo conhecido como "mensalinho". Depois desse fracasso, Lula tirou o PT da disputa e apoiou a elei��o de Aldo Rebelo, do PCdoB.
A decis�o de Lula de fazer de Dilma Rousseff sucessora na Presid�ncia levou o PT a montar uma nova composi��o com a ala conservadora do Congresso. Para formar chapa com a ent�o ministra da Casa Civil, convidou Michel Temer, do PMDB, que havia presidido a C�mara nos dois �ltimos anos do governo Lula. A alian�a entre progressistas e conservadores funcionou no primeiro mandato na presidenta, quando o comando da C�mara foi ocupado, no primeiro bi�nio, por um petista - Marco Maia -, sucedido por um peemedebista, Henrique Eduardo Alves
Mas degringolou quando Dilma foi reeleita e Eduardo Cunha assumiu a Presid�ncia da C�mara. A briga entre os dois Poderes terminou pode impedi-la e a cassa��o de Cunha. Consolidado, o Centr�o sustentou politicamente Temer e Bolsonaro.
Para voltar ao Pal�cio do Planalto, Lula fez um movimento estrat�gico de aproxima��o com o eleitor mais conservador. Chamou para a chapa o ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin, um dos baluartes do PSDB - mas, hoje, no PSB. Tamb�m teve a seu lado o MDB do Nordeste, capitaneado pelo senador Renan Calheiros (AL). No segundo turno, ampliou a composi��o com o centro, atraindo a ala do MDB que havia marchado com a ent�o senadora Simone Tebet.