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Estado de Minas CPMI

Abin afirma que influenciadores digitais lucraram com atos golpistas

Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia enviu documentos para a Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) no Congresso Nacional


10/07/2023 14:30 - atualizado 10/07/2023 14:41
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Manifestantes na frente do Palácio do Planalto
CPMI do 8/1 retoma trabalhos nesta ter�a-feira (11/7) (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)
Relat�rios produzidos pela Abin (Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia) indicam que influenciadores digitais tiveram papel central na radicaliza��o que levou � invas�o das sedes dos tr�s Poderes, al�m de terem faturado com os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Os documentos foram entregues � CPI do 8 de janeiro e obtidos pela Folha. A ag�ncia afirma que os influenciadores fortalecem narrativas; canalizam queixas e ressentimentos pessoais e coletivos em cr�ticas pol�ticas contra governos e institui��es; estimulam a polariza��o; e incitam outras pessoas � viol�ncia.

"[Eles] auxiliam na cria��o de uma vis�o polarizada, que a partir dela a hostilidade � direcionada a um alvo cuja exist�ncia � considerada uma amea�a. Ainda que indiv�duos com esse perfil geralmente n�o participem de a��es com maior grau de viol�ncia, sua fun��o � essencial para incitar outras pessoas a realizarem atos de extremismo violento", diz.

Um dos citados pela Abin � Adriano Luiz Ramos de Castro, ex-participante da primeira edi��o do BBB (Big Brother Brasil). A ag�ncia afirma que ele esteve no acampamento golpista em frente ao Comando Militar de Salvador, invadiu a sede dos tr�s Poderes e transmitiu ao vivo pelo YouTube.

Durante a live, ele parabenizou os invasores e justificou a viol�ncia como "resposta leg�tima" da sociedade contra os "desmandos" do STF (Supremo Tribunal Federal). O v�deo foi deletado, mas o canal dele n�o s� continuou ativo como ganhou mais de mil inscritos ap�s os atos golpistas.

O vereador de Planaltina de Goi�s Genival Fagundes (PL) tamb�m transmitiu ao vivo e in loco via YouTube a invas�o, de acordo com a ag�ncia. O canal foi desativado por ele, mas, segundo estimativas da Abin, faturou no m�nimo R$ 135 mil.

"A transmiss�o rendeu dividendos pagos pela plataforma ao canal de Genival Fagundes, Pol�tica sem Curva. Enquanto transmitia, Fagundes narrava atos e exaltava os invasores, defendia a a��o e orientava os participantes", descreve o relat�rio.

J� Elaine Helena Roque retransmitiu e comentou ao vivo em seu canal no YouTube os ataques de 8 de janeiro. O v�deo --j� apagado-- teve mais de 42 mil visualiza��es e recebeu dividendos pagos pelo YouTube, segundo a Abin.

"Enquanto comentava, defendeu a ruptura da ordem democr�tica e os atos de viol�ncia. Justificava as invas�es e a alternativa violenta para pol�tica. Torcia para que a Pol�cia Militar e as For�as Armadas aderissem aos protestos", diz o documento.

"Al�m disso, celebrava sua constata��o de que o Ex�rcito Brasileiro n�o evitaria as invas�es e as manifesta��es de apoio por parte das for�as policiais."

A invas�o aos pr�dios do Supremo, do Congresso e do Pal�cio do Planalto foi transmitida em tempo real e organizada pelas redes sociais. Em outro documento entregue � CPI, a ag�ncia aponta para a participa��o de extremistas em grupos do Telegram.

Em um dos grupos, mensagens de apoio aos atos do 8 de janeiro foram trocadas desde o dia 4 anterior. Um dos homens identificados participa de 119 grupos do Telegram, entre eles o de um movimento extremista inspirado na Revolu��o Ucraniana de 2014, que levou � queda do governo eleito ap�s manifesta��es violentas.

A Abin afirma que o movimento brasileiro "atualmente est� inativo, mas seu grupo de Telegram tem servido de reduto para indiv�duos extremistas violentos, que frequentemente tentam formar grupos paramilitares".

O homem tamb�m � membro de um grupo dedicado "� troca de informa��es sobre materiais b�licos, pol�tica e teorias da conspira��o". O relat�rio traz ainda o perfil do respons�vel pelo grupo b�lico.

 

O extremista "publica mensagens de incentivo � viol�ncia com armas produzidas pelos pr�prios extremistas ou pela aquisi��o de armamento tradicional". Ele apresenta "perfil radicalizado e ind�cios de mobiliza��o para viol�ncia".

Procurado, Genival Fagundes disse que acompanha manifesta��es em Bras�lia desde 2019 e que "em nenhum momento" passou pela cabe�a dele "que haveria aqueles atos de vandalismo". Ele afirmou que pretende produzir um document�rio com as pessoas que est�o sendo processadas.

O vereador disse ainda que seu canal foi removido permanentemente no dia 9 de janeiro porque, segundo o YouTube, ele descumpriu as diretrizes da plataforma.

O YouTube foi questionado sobre os usu�rios que transmitiram os atos de vandalismo, mas n�o respondeu at� a publica��o deste texto. A defesa do Telegram disse que n�o tinha autoriza��o para dar entrevistas.

O ex-BBB Adriano Castro e Elaine Roque n�o foram localizados pela reportagem.

No m�s passado, o Conselho de Supervis�o da Meta (Oversight Board), afirmou que a plataforma errou ao n�o remover v�deos que incitavam a invas�o a Bras�lia e descumpriu suas pr�prias regras de proibi��o de incita��o � viol�ncia.

O �rg�o � independente, mas financiado pela Meta -empresa dona do Facebook e do Instagram. A decis�o foi motivada por um v�deo do dia 3 de janeiro em que um general convidava as pessoas a "sitiar" os tr�s Poderes contra a elei��o de Lula (PT).

Depois que o conselho selecionou esse caso para an�lise, a Meta afirmou que suas v�rias decis�es de manter online o conte�do golpista tinham sido um erro. A Meta removeu o v�deo em 20 de janeiro, mais de duas semanas ap�s a publica��o.


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