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Estado de Minas EXTERIOR

Dilma se re�ne com Putin antes de c�pula R�ssia-�frica

Embaixada brasileira em Moscou n�o foi alertada do encontro, mas governo argumenta que ex-presidente representa o banco dos Brics


25/07/2023 14:40 - atualizado 25/07/2023 15:14
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Dilma e Putin
Visita da ex-presidente tamb�m n�o chegou a ser comentada com o Itamaraty (foto: Roberto Stuckert Filho/PR - 14/12/2012)
A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) tem reuni�o marcada nesta quarta (26/7) com Vladimir Putin no Kremlin. Ela visitar� o l�der russo na condi��o de chefe do banco dos Brics, o bloco diplom�tico que une Brasil, R�ssia, China, �ndia e �frica do Sul.


Segundo a Folha de S.Paulo ouviu de diplomatas, a visita n�o chegou a ser comentada com o Itamaraty. O governo de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), antecessor da gest�o Dilma (2011-16), tem pisado em ovos em rela��o � R�ssia devido � posi��o de neutralidade cr�tica de Bras�lia acerca da Guerra da Ucr�nia.


Nem sequer a embaixada brasileira em Moscou foi alertada da presen�a da ex-presidente, o que no Planalto foi visto como uma tentativa de manter separada a imagem da petista da de Lula. Ela, argumentam integrantes do governo, n�o representa o pa�s, e sim o banco dos Brics.


Mas Dilma era vista como muita simpatia em Moscou nos seus mandatos. Ela esteve como presidente no pa�s em tr�s ocasi�es, em 2012, 2013 e 2014, na �ltima oportunidade em uma c�pula do Brics. Quando sofreu impeachment, em 2016, a imprensa estatal russa usava frequentemente a palavra golpe para definir o processo.


A reportagem n�o conseguiu contato com a ex-presidente. Na agenda de Putin, Dilma ser� recebida �s 17h30 (11h30 em Bras�lia). O motivo mais ostensivo de sua presen�a � a prov�vel participa��o na c�pula R�ssia-�frica, uma demonstra��o ao Ocidente de que Moscou n�o est� t�o isolada quanto gostariam os Estados Unidos e seus aliados devido � guerra. Nesta ter�a, foi anunciado tamb�m que o russo ir� � Turquia em data a ser definida e � aliada China, em outubro.


Com a invas�o de 2022, a R�ssia foi submetida ao mais draconiano pacote de san��es econ�micas da hist�ria recente, sendo efetivamente desplugada do sistema internacional. Mas o pa�s circunavegou parte das dificuldades, aprofundou la�os econ�micos com pa�ses ou aliados, como a China, ou neutros e pr�ximos, como a �ndia.


No caso brasileiro, a prioridade da rela��o econ�mica sempre guiou o Planalto. Uma semana antes da guerra, em fevereiro do ano passado, Jair Bolsonaro (PL) foi recebido por Putin em Moscou. Ele e Lula negaram o fornecimento de armamentos pedidos pela Ucr�nia, e o petista ainda tem feito cr�ticas constantes ao Ocidente no conflito.


Na ONU, contudo, o Brasil votou para condenar a invas�o em duas ocasi�es, diferentemente da �ndia, que virou uma das maiores compradoras de petr�leo barato dos russos, que perderam acesso aos mercados na Europa.


O fluxo comercial entre Bras�lia e Moscou cresceu ao longo de 2022, estimulado pela necessidade de manter o fornecimento de fertilizantes para o agroneg�cio brasileiro, e hoje 2/3 do �leo diesel importado pelo Brasil v�m da R�ssia.


Ao mesmo tempo, Lula tem sofrido cr�ticas constantes por sua tentativa de media��o no conflito, vista no Ocidente como condescendente com Putin. Enviou seu assessor Celso Amorim a Moscou e recebeu o chanceler Serguei Lavrov em Bras�lia. O petista at� acabou baixando o tom de suas reservas � posi��o de Kiev, e foi admoestado pelo pr�prio presidente Volodimir Zelenski.


Por outro lado, chamou o colega chileno Gabriel Boric de apressado por querer men��es � R�ssia em comunicado de pa�ses latino-americanos em reuni�o na Europa, semana passada. Isso tudo leva holofotes � visita de Dilma, de forma intencional ou n�o.


A c�pula R�ssia-�frica � vista como uma oportunidade para Putin, mas o contexto � adverso. Segundo seu assessor para assuntos internacionais Iuri Uchakov disse � ag�ncia RIA Novosti nesta ter�a (25), 17 dos 54 chefes de Estado africanos membros da ONU estar�o presentes ao evento, que ocorre na quinta (27) e na sexta (28).


Na primeira edi��o da c�pula, em 2019, 43 l�deres voaram at� Sochi, na costa do mesmo mar Negro que hoje est� no centro das preocupa��es africanas. Na semana passada, Putin deixou o acordo que permitia a exporta��o de gr�os ucranianos na regi�o, e passou a bombardear a infraestrutura portu�ria e silos de Kiev.


Isso aumentou a inseguran�a dos l�deres africanos, que foram procurados por autoridades russas, que lhe asseguraram a continuidade do fornecimento de trigo a pre�os competitivos, apesar do aumento generalizado devido � crise. O tema assombra a reuni�o em Moscou, e certamente afastou boa parte dos prov�veis presentes.


� incerto como o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla inglesa da institui��o dos Brics) poder� entrar no jogo, contudo. Em junho, Lula pressionou a institui��o a ajudar o governo da Argentina, em grave crise financeira, mas recebeu um n�o. Desde ent�o, trabalha para tentar ampliar o escopo do �rg�o presidido por Dilma desde mar�o.


Por ora, o NDB s� opera com os membros do Brics, com uma exce��o pontual africana, Lesoto, um encrave na �frica do Sul que recebeu apoio em um projeto h�drico. Lula, e talvez Putin e seu colega sul-africano Cyrill Ramaphosa, talvez trabalhem para mudar isso.


Ramaphosa, ali�s, estar� em uma situa��o inusitada quando chegar � c�pula. Na semana passada, a �frica do Sul anunciou que, em comum acordo com a R�ssia, receberia Lavrov com representante de Putin na c�pula dos Brics, que ocorre em agosto.


O motivo � o fato de Pret�ria ser signat�ria do Estatuto de Roma, que criou o TPI (Tribunal Penal Internacional). Em mar�o, a corte determinou a pris�o de Putin por supostos crimes de guerra cometidos na extradi��o de crian�as ucranianas para a R�ssia, o que o Kremlin descarta. Ap�s dar imunidade ao russo, Ramaphosa foi pressionado por uma a��o legal e acabou cedendo, com o colega sendo convidado a participar por videoconfer�ncia no evento.

 


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