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Estado de Minas COM�RCIO INTERNACIONAL

Ao lado de Putin, Dilma Rousseff prop�e transa��es sem d�lar

A ex-presidente brasileira, que comanda o banco do Brics, se encontrou com o l�der russo para falar sobre o Brics


27/07/2023 04:00 - atualizado 27/07/2023 08:05
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Dilma Rousseff e Vladimir Putin se reuniram no Kremlin para debater sobre os países emergentes
Dilma Rousseff e Vladimir Putin se reuniram no Kremlin para debater sobre os pa�ses emergentes (foto: AFP)


S�o Paulo - A chefe do banco do Brics, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), voltou a atacar a hegemonia do d�lar em transa��es internacionais durante reuni�o com o presidente da R�ssia, Vladimir Putin.

Tocando em dueto com o chefe do Kremlin no encontro realizado ontem em S�o Petersburgo, ela defendeu o uso de moedas locais, como o yuan chin�s, em trocas entre pa�ses emergentes —termo gen�rico que inclui Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul, cujas iniciais formam o acr�nimo Brics. Antes da reuni�o, �s v�speras da c�pula entre R�ssia e pa�ses africanos que come�a hoje, Dilma, contudo, rejeitou a especula��o de que o banco do Brics pudesse fazer novos empr�stimos a Moscou, acossada pelas san��es internacionais do Ocidente devido � invas�o da Ucr�nia em 2022.

“O NDB [Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla inglesa do �rg�o] reiterou que n�o est� considerando novos projetos na R�ssia e que opera em conformidade com as restri��es aplic�veis nos mercados internacionais”, afirmou a ex-presidente brasileira na plataforma X, como o Twitter foi rebatizado. O discurso contr�rio ao d�lar, denunciado como “arma geopol�tica” pela mesma Dilma em palestra em Pequim no come�o do m�s, � frequente entre pa�ses rivais dos Estados Unidos na Guerra Fria 2.0, como China e R�ssia, e entre os que buscam n�o ser alinhados automaticamente, como o Brasil.

As motiva��es variam. Putin tem o exemplo caseiro: cerca de US$ 300 bilh�es (R$ 1,5 trilh�o) em reservas internacionais da R�ssia foram congelados em bancos no exterior devido �s san��es. J� o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) visa a uma posi��o de maior autonomia ante Washington, o que � visto pelo governo de Joe Biden como ingratid�o ap�s o apoio dado � transi��o de governo no Brasil. Putin, visivelmente enfastiado durante a declara��o que deu ao lado de Dilma ap�s o encontro, foi econ�mico. Criticou mais abertamente o uso do d�lar como moeda internacional e n�o entrou nos detalhes da conversa com a brasileira. “Sabemos que h� d�vidas sobre a liquidez do banco, que h� algumas ideias de seu pessoal sobre isso, e vamos apoi�-los”, afirmou, sobre uma preocupa��o corrente no mercado. “As rela��es dos pa�ses do Brics est�o se desenvolvendo em moedas nacionais, parece-me que o banco pode desempenhar um papel significativo”, completou.

Dilma foi mais eloquente. Lembrou que o NDB tem como meta de 2022 a 2026 fazer 30% de suas capta��es em moedas locais. “N�o h� justificativa para que pa�ses em desenvolvimento n�o possam estabelecer trocas em moedas locais", afirmou. Tamb�m defendeu outra bandeira de Putin, um “mundo mais multilateral e multipolar”, e elogiou Moscou como “grande parceira no Brics e no NDB”. Ela ainda saudou a reuni�o com os pa�ses africanos. “� importante para todos que t�m compromisso com o desenvolvimento do Sul Global”, disse, usando o jarg�o mais recente para os ditos emergentes.
A viagem de Dilma, que participar� da c�pula de Putin com 17 chefes de Estado africanos, n�o foi comunicada ao governo brasileiro. No Itamaraty, o movimento foi visto como normal, dado que ela pode estar alinhada com Lula e dever a ele sua indica��o ao NDB, mas n�o trabalha para o petista. Para diplomatas, melhor assim: a rela��o de Lula com a R�ssia tem dado muita dor de cabe�a ao pa�s, devido aos termos com que o presidente brasileiro se refere � Guerra da Ucr�nia. Lula v� Kiev t�o culpada quanto Moscou pelo conflito e j� foi criticado por ucranianos, europeus e americanos por essa postura.

Na pr�tica, � a posi��o tradicional brasileira de n�o alinhamento, que n�o dispensou a cr�tica � invas�o em vota��es da ONU, embora em termos econ�micos Bras�lia s� tenha elevado seu elo com Moscou desde ent�o. Parceiros sul-americanos, como o chileno Gabriel Boric, entraram em colis�o com Lula por isso. Para o russo, mesmo sem dinheiro novo, a presen�a de Dilma amplia a sensa��o reduzida de apoio da c�pula. Na sua primeira edi��o, em 2019, havia 43 chefes de Estado. Um deles, presente nas duas reuni�es, � o sul-africano Cyril Ramaphosa, que sediar� no m�s que vem a c�pula do Brics.

Nela, Putin s� vai participar em v�deo, j� que a ordem de pris�o emitida pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra, negados pelo Kremlin, vale na �frica do Sul. Dilma falou sobre a reuni�o, dizendo ser a favor da expans�o do bloco e do NDB, �rg�o que j� tem membros de fora do Brics, como o Egito. Nenhuma palavra, por�m, sobre a pretens�o da Belarus, ditadura aliada � R�ssia, de entrar no grupo. (Folhapress)
 






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