
A postura de discri��o, destoante da adotada por ele em momentos anteriores, se d� depois de a PF pedir a quebra dos sigilos banc�rio e fiscal dele e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na investiga��o do caso.
"Tenho dois auxiliares meus diretos presos h� 90 dias, tem dois [auxiliares] que n�o eram diretos meus, mas est�o presos ainda, s�o da ativa: o [Mauro] Cid e o sargento [Luis Marcos dos] Reis, cuja puni��o, se fossem culpados, podem at� ser, n�o sei, n�o seria pass�vel dessa preventiva que est�o sofrendo agora. Um objetivo � uma dela��o premiada e outro [objetivo] � me atingir", afirmou no v�deo veiculado neste Dia dos Pais.
Na entrevista, ele tamb�m criticou o governo Lula (PT), exaltou o legado de sua gest�o na economia e falou sobre a transfer�ncia de dinheiro via Pix feita por seus apoiadores.
Na manh� deste domingo, Bolsonaro voltou a fazer uma publica��o em redes sociais, mas ignorando o assunto das joias. Ele postou um v�deo com imagens de familiares e uma sauda��o de Dia Dos Pais. "Um Domingo repleto de momentos inesquec�veis a todos!", escreveu.
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No s�bado (12), publicou um v�deo abra�ando uma crian�a e desejou "bom s�bado a todos", ignorando as dilig�ncias cumpridas contra seus aliados na sexta-feira (11).
O pronunciamento de Bolsonaro sobre as suspeitas da PF foi feito apenas por sua defesa, que lan�ou nota afirmando disponibilizar �s autoridades a movimenta��o banc�ria do ex-presidente e ressaltando que ele "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens p�blicos".
No comunicado, a defesa argumenta que ele "voluntariamente" pediu ao TCU (Tribunal de Contas da Uni�o), em mar�o deste ano, a entrega de joias recebidas "at� final decis�o sobre seu tratamento, o que de fato foi feito".
Filhos reagem
O senador Fl�vio Bolsonaro (PL-RJ) republicou a nota de defesa do pai e no s�bado (12) utilizou as redes para criticar o PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento), relan�ado por Lula no dia em que a opera��o, chamada de Lucas 12:2, foi deflagrada.
Neste domingo (13), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, fez uma publica��o referente ao tema das joias com a reprodu��o de um post de uma apoiadora. Segundo o texto dela, uma portaria do governo de 2018 permitiria o entendimento de que as joias recebidas da Ar�bia Saudita seriam bens pessoais do presidente. Com base neste texto, Carlos escreveu: "Curioso! Existem inocentes e existem os outros!".
A opera��o da PF d� in�cio � �ltima etapa das apura��es que podem resultar na acusa��o de Bolsonaro como l�der de uma organiza��o criminosa.
Foram alvo de dilig�ncias o general Mauro Lourena Cid, al�m de seu filho, o ajudante de ordens Mauro Cid, Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Ex�rcito e que tamb�m atuou na ajud�ncia de ordens da Presid�ncia.
A investiga��o mostra que o grupo do ent�o presidente mandou para fora do pa�s, a partir de viagens aos Estados Unidos em julho e em 30 de dezembro do ano passado com o avi�o presidencial, e tentou vender ao menos quatro conjuntos de presentes.
Uma vez nos EUA, afirma o documento assinado por Moraes, "os referidos bens teriam sido encaminhados para lojas especializadas em venda e em leil�o de objetos e joias de alto valor".
Segundo a apura��o, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro e ingressaram no patrim�nio pessoal dos investigados, sem utiliza��o do sistema banc�rio formal, visando ocultar a origem, localiza��o e propriedade dos valores.
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O advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa de Mauro Cid. Antes de se retirar da defesa do militar, o advogado havia dito na sexta-feira (11) que n�o tinha obtido acesso aos autos e por isso n�o tinha como comentar as buscas e apreens�es.
O advogado Frederick Wassef disse, em nota, neste domingo (13), estar sendo "alvo de mentiras" e negou participar do suposto esquema de venda de joias investigado pela PF.
"Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, uma vez mais, estou sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, al�m de informa��es contradit�rias e fora de contexto", disse.
"Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negocia��o ou venda", completou.