
"As necessidades de financiamento n�o atendidas dos pa�ses em desenvolvimento continuam muito altas. A falta de reformas substantivas das institui��es financeiras tradicionais limita o volume e as modalidades de cr�dito dos bancos j� existentes. A decis�o de estabelecer o Novo Banco de Desenvolvimento representou um marco na colabora��o efetiva entre as economias emergentes"
Luiz In�cio Lula da Silva, presidente da Rep�blica
Lula destacou investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Segundo ele, o governo tamb�m dar� prioridade a projetos envolvendo a gera��o de energia solar, e�lica e a partir de biomassa, al�m do etanol e do biodiesel. “� enorme o nosso potencial de produ��o de hidrog�nio verde”, declarou.
“Estabeleceremos parcerias entre o governo e os empres�rios em todas as �reas, sob forma de concess�es, parcerias p�blico-privadas e contrata��es diretas. Para que o investimento volte a crescer e gerar desenvolvimento precisamos garantir mais credibilidade, muita previsibilidade e estabilidade jur�dica, pol�tica e social para o setor privado.”
O petista voltou a defender utiliza��o de uma moeda alternativa ao d�lar para o com�rcio entre os pa�ses do Brics. Ele afirmou ainda que o Novo Banco de Desenvolvimento, chamado de banco do Brics, deve ser um l�der global no financiamento e uma plataforma estrat�gica para promover a coopera��o entre os pa�ses em desenvolvimento.
“As necessidades de financiamento n�o atendidas dos pa�ses em desenvolvimento continuam muito altas. A falta de reformas substantivas das institui��es financeiras tradicionais limita o volume e as modalidades de cr�dito dos bancos j� existentes. A decis�o de estabelecer o Novo Banco de Desenvolvimento representou um marco na colabora��o efetiva entre as economias emergentes”, disse.
POTENCIAL
Lula tamb�m comentou a rela��o do Brasil com os pa�ses africanos e disse que a �frica re�ne “vastas oportunidades e enorme potencial de crescimento”. “Neste continente, que � o mais jovem do mundo e ser� o mais populoso em 2100, s�o in�meras as oportunidades para produtos brasileiros como alimentos e bebidas, petr�leo, min�rio de ferro, ve�culos e manufaturas de ferro e a�o”. Ele destacou as potencialidades com as transi��es energ�tica e digital e afirmou que � poss�vel integrar as cadeias produtivas e agregar valor aos bens e servi�os produzimos de forma sustent�vel nos dois continentes. Lula citou ainda a colabora��o em �reas como agricultura e sa�de.
“A �frica tem 65% das terras agricult�veis dispon�veis no mundo e forte voca��o para ser uma pot�ncia agr�cola, com capacidade para alimentar seu povo e oferecer solu��es para a seguran�a alimentar global. Aliando investimento e tecnologia, o Brasil desenvolveu t�cnicas modernas de agricultura tropical que podem ser replicadas com sucesso”, disse.
Por fim, ele defendeu a amplia��o das conex�es mar�timas e a�reas entre os dois lados do Atl�ntico. “� inexplic�vel que ainda n�o tenhamos voos diretos entre S�o Paulo e Joanesburgo, Cairo ou Dacar, essenciais para o aumento do fluxo de pessoas, com�rcio e turismo”, afirmou. Segundo o presidente h� uma proposta do Conselho Empresarial dos Brics para o estabelecimento de acordo multilateral de servi�os a�reos do grupo, que conta com as principais autoridades nacionais de transporte e avia��o.
Presidente defende inclus�o da Argentina
Bras�lia – A inclus�o da Argentina no Brics (bloco formado por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), foi defendida ontem pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT). “Eu defendo que os nossos irm�os da Argentina possam participar do Brics. Vamos ver na reuni�o como � que fica. O Brasil n�o pode fazer pol�tica de desenvolvimento industrial sem lembrar que a Argentina � um pa�s que tem que crescer junto com o Brasil. N�s temos que compartilhar as coisas que fazemos com a Argentina”, disse Lula em sua live semanal, ao se referir � c�pula do Bric que est� sendo realizada em Johanesburgo, na �frica do Sul.
O petista afirmou tamb�m que bloco n�o pode ser “fechado”. “O Brics n�o pode ser um clube fechado. O G7 � um clube fechado. O G7, mesmo quando o Brasil chegou a ser a sexta pot�ncia do mundo, ele participou como convidado. Acho que o Brics tem possibilidade de amplia��o. Se todo mundo quer, n�o � dif�cil entrar. Obviamente que voc� tem que estabelecer determinados procedimentos para que as pessoas entrem”, disse. Segundo ele, todos os atuais membros do bloco defendem a entrada de novos integrantes.
Lula comentou tamb�m que o Brics discute a cria��o de uma moeda comum para transa��es comerciais dentro do bloco, para que n�o haja depend�ncia do d�lar americano.
FMI
Durante a live, Lula criticou o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e defendeu a cria��o de um novo banco mundial. “A gente quer criar um banco muito forte, que seja mais forte que o FMI, mas que tenha outro crit�rio de emprestar dinheiro para os pa�ses. N�o de sufocar, mas de emprestar na perspectiva que o pa�s vai criar condi��es de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar”, disse. O FMI � uma organiza��o internacional com sede nos Estados Unidos, criada com o objetivo de ajudar na reconstru��o do sistema monet�rio mundial no per�odo p�s-Segunda Guerra. Atualmente, o fundo � o maior provedor de empr�stimos para na��es.
Lula criticou a postura do FMI ao n�o se manifestar quando h� crise nos pa�ses desenvolvidos, mas quando h� uma crise em um pa�s pequeno, o fundo se intromete. “Na verdade ele deveria ajudar, mas n�o ajuda. O dinheiro que se p�e l� � quase como um cabresto, o pa�s fica preso aquilo e n�o consegue sair”, afirmou Lula. Segundo ele, � necess�rio que o com�rcio internacional n�o fique preso apenas ao d�lar. Para isso, ele defendeu a cria��o de uma moeda de refer�ncia para todos os pa�ses como uma forma de amplia��o das possibilidades de acordos, inclusive para pa�ses que est�o com sua moeda desvalorizada, como a Argentina.
“O que � importante � que a gente n�o pode depender de um �nico pa�s que tem o d�lar e n�s somos obrigados a viver de acordo com a flutua��o dessa moeda”, defendeu Lula. “N�o � negar o d�lar, ele vai continuar com o valor que tem. Mas n�s n�o precisamos, se n�o tiver dinheiro para comprar d�lar, comprar d�lar. Negocia na nossa moeda”, concluiu. Dessa forma, o presidente acredita que as rela��es comerciais ser�o mais serenas, mais maduras e menos pragm�ticas.