(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas HACKER, JOIAS, GOLPE

For�as Armadas procuram 'sa�da honrosa' ap�s esc�ndalos de Bolsonaro, avalia pesquisador

Jo�o Roberto Martins Filho diz que 'generais perderam a aura' e procuram sa�da para situa��o que eles mesmo criaram ao apostar em Bolsonaro. 'Eles acharam que poderiam mudar o Bolsonaro e ficar no confort�vel segundo plano. E hoje sabemos que n�o foi isso que aconteceu'


25/08/2023 10:15 - atualizado 25/08/2023 12:41
440


Bolsonaro ao lado de generais do exército
Bolsonaro ao lado dos generais Luis Carlos Gomes Mattos e Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid (foto: AFP via Getty Images)

A forma como membros das For�as Armadas est�o envolvidos nos recentes esc�ndalos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro s�o parte de uma s�rie de "vexames" aos quais Bolsonaro submeteu os militares, diz o pesquisador Jo�o Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de S�o Carlos, coordenador do arquivo de Pol�tica Militar Ana Lag�a e ex-presidente da Associa��o Brasileira de Estudos de Defesa.

Em entrevista � BBC News Brasil, o autor do livro O Brasil e a Guerra das Malvinas: Entre Dois Fogos (Alameda) analisa como as recentes acusa��es contra militares que atuaram ao lado de Bolsonaro no governo e contra o pr�prio ex-presidente abalam a "aura" dos militares.

S�o casos como o que envolve o general Mauro Lourena Cid e seu filho, tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro: os dois s�o acusados de ter participa��o em um esquema para vender no exterior joias que foram dadas como presente a Bolsonaro enquanto ocupava a Presid�ncia.

Ou ainda o caso do "hacker da Vaza Jato", Walter Delgatti, que disse � CPI dos Atos Golpistas ter sido orientado pelo pr�prio Bolsonaro a tentar violar uma urna eletr�nica para "testar a seguran�a", posteriormente sendo encaminhado ao Minist�rio da Defesa, onde foi recebido para conversas.

Todos os acusados negam ter cometido qualquer ato ilegal.

Segundo Martins Filho, foi balan�ada a ideia de que "militares s�o diferentes de pol�ticos" e que eles "t�m uma forma��o que os torna mais capazes de resolver os problemas do Brasil".

Leia abaixo trechos selecionados da entrevista, em que Martins Filho falou tamb�m sobre a estrat�gia de Lula para lidar com os militares, a atua��o do STF e da Pol�cia Federal e sobre o caminho que as For�as Armadas podem seguir agora.


Mauro Cid em depoimento no Congresso
Mauro Cid � acusado de cometer crime envolvendo venda de joias (foto: Getty Images)

BBC News Brasil - O senhor escreveu no ano passado que Bolsonaro era uma aposta dos militares mas que ele n�o se comportou exatamente como eles esperavam. Pode explicar essa ideia?

Jo�o Roberto Martins Filho - J� em 2019 eu dei uma entrevista dizendo que os militares estavam passando um vexame, que Bolsonaro submete os militares a um vexame atr�s do outro. E � a mesma posi��o que eu mantenho at� hoje.

Eu ouvi uma entrevista do general Santos Cruz, que se envolveu diretamente com a campanha do Bolsonaro. Ele chegou a gravar inclusive uma entrevista onde ele dizia que o (ent�o candidato Fernando) Haddad era o fascismo, o Haddad era o comunismo e o Haddad era a corrup��o. E o Haddad n�o era nenhuma dessas tr�s coisas. E seis meses depois do come�o do governo Bolsonaro (o general Santos Cruz) foi demitido.

Eu tamb�m n�o acredito que ele foi demitido com uma esp�cie de combina��o entre generais. Ser demitido daquele jeito... Ningu�m se submeteria em nome de nada a passar pela situa��o que ele passou.

Depois disso vem uma sequ�ncia de epis�dios que culminou nesse imbr�glio das joias, que envolve um general respeitado de quatro estrelas que j� pertenceu ao Alto Comando do Ex�rcito (Lourena Cid).

Est� errado essa coisa das For�as Armadas tomarem o partido, de come�ar a se referir � esquerda como o outro lado. Agora, mais errado ainda est� tomar partido por Bolsonaro, personagem que eles sabiam que era completamente tresloucado. E tem dados que comprovam o que eles acharam, depois da elei��o do Bolsonaro 2018, eles acharam que poderiam mudar o Bolsonaro e ficar no confort�vel segundo plano. E o Bolsonaro fazendo o que eles queriam. Hoje em dia acho que todo mundo sabe que n�o foi isso que aconteceu. Eles sentiram esse baque.

BBC News Brasil - Como isso se reflete na imagem dos militares?

Martins Filho - Quando Bolsonaro perde elei��o, eles acolhem os manifestantes (pedindo um golpe militar)... At� chegar ao ponto em que o bom senso imperou em uma parte do Alto Comando do Ex�rcito, que tem que pensar no longo prazo e eles n�o deram o golpe que se esperava que dessem. S� que a� a coisa piorou ainda mais para eles.

Quem estava achando que os militares iriam impedir a posse do Lula ficou absolutamente revoltado que eles n�o fizeram isso, como se essa fosse a fun��o das For�as Armadas. Em qualquer pa�s do mundo n�o � essa fun��o. Ent�o, isso acaba levando ao que acaba levando � situa��o que n�s vemos hoje.

A pesquisa Quaest mostrou uma consider�vel queda de popularidade das For�as Armadas. Isso j� estava vis�vel l� atr�s, havia quedas pequenas. Mas tudo indica que essa queda de popularidade que n�s temos agora, que d� 10% a menos de bom e 10% a mais de ruim, resumindo - �, portanto, uma diferen�a de 20% - tudo indica que n�o foi a esquerda que mudou de opini�o. Foram os bolsonaristas que mudaram de opini�o.

Mas por qu�? N�o foi porque houve as mortes ocorridas na pandemia, n�o foi porque houve excesso do Bolsonaro, porque o Bolsonaro xingou ministros. Foi porque os militares n�o impediram a posse do Lula.

BBC News Brasil - N�o cumprir as expectativas dos radicais de dar um golpe afetou mais a imagem deles do que esse esc�ndalo, por exemplo, das joias?

Martins Filho - No final do ano passado eu estava acompanhando o Twitter e eu percebi uma mudan�a brusca da direita come�ando a xingar os militares. Cada post que o Ex�rcito publicava, havia 1000 ataques. Ent�o isso aconteceu e isso uma hora ia aparecer nas pesquisas. Como a �ltima pesquisa havia sido feita h� seis meses e n�o tinha aparecido ainda.

Mas � bom levar em considera��o tamb�m que nos �ltimos dias aconteceram coisas que pesaram muito para piorar essa imagem, n�o sei se j� chegaram a aparecer nessa pesquisa ou se ainda tem mais mais desgaste pela frente.

Evidentemente que uma delas foi a revela��o do envolvimento direto do tenente-coronel Mauro Cid e do pai dele, general Cid, no imbr�glio das joias.

Os militares hoje em dia est�o numa situa��o em que � priorit�rio para eles e conseguir encontrar uma sa�da honrosa para uma situa��o que eles ajudaram a criar. Porque n�s sab�amos perfeitamente bem quem era o Bolsonaro. Uma pessoa que tinha dado o voto dele contra a Dilma em homenagem ao coronel Ustra. Ent�o, se tem algu�m que conhecia a trajet�ria do Bolsonaro s�o os militares.

No arquivo digital do Arquivo Nacional voc� procura a palavra “Bolsonaro" e v�o aparecer os dossi�s (relatando a insubordina��o de Bolsonaro no Ex�rcito e outros problemas) que foram feitos em 1987 e 1988. Durante muitos e muitos anos ele foi persona non grata nas For�as Armadas. At� que chegou uma hora que passaram a n�o ter nada contra ele.

BBC News Brasil - Ent�o eles conclu�ram que Bolsonaro foi uma aposta errada? Porque n�o manifestaram mais descontentamento?

Martins Filho - Os militares vivem num mundo � parte. O ser humano tem dificuldade para reconhecer que est� errado, mas eles t�m mais dificuldade ainda, porque eles t�m uma certa arrog�ncia de que o Ex�rcito n�o erra, o general n�o erra. At� que eles tiveram que fazer uma op��o de n�o dar o golpe.

Eu ouvi um cientista pol�tico de renome, que politicamente � um homem de centro, dizer o seguinte: o assustador n�o � que uma parte das For�as Armadas n�o apoiava o golpe. O assustador � pensar que uma parte apoiava e que foi por um triz que n�s n�o tivemos um golpe de Estado.

� que n�o havia condi��es internacionais para esse golpe de Estado. Mas n�s podemos afirmar que (os militares) est�o numa situa��o muito dif�cil. Tanto que nesse debate na Comiss�o de Justi�a da C�mara o professor Manuel Domingos fez uma cr�tica e eu nunca tinha ouvido algu�m falar o que ele falou na frente de um general. Os generais perderam a aura, aquela coisa que ningu�m ousava dizer nada para eles na cara.

Acho que eles n�o se manifestaram contra o Bolsonaro n�o com medo do Bolsonaro, mas porque eles n�o queriam fortalecer a esquerda. Qualquer coisa, menos ajudar o Lula. Por isso que demoraram tanto a manifestar diretamente insatisfa��o. E depois o Bolsonaro nomeou o ministro da Defesa, um bolsonarista de carteirinha que � o general Braga Netto. N�o h� como negar que eles se envolveram no governo.

Mas o que eu dizia em 2019 eu digo em agosto de 2023: Bolsonaro faz os militares passarem uma situa��o vexaminosa atr�s da outra. At� hoje.

BBC News Brasil - Mas e agora, que o Bolsonaro est� passando pelo pior momento, os militares v�o continuar n�o renegando?

Martins Filho - Se voc� analisar a trajet�ria do general Santos Luz, ele demorou muito para criticar diretamente o Bolsonaro. Ele criticou, no in�cio, o entorno do Bolsonaro, que era uma loucura completa. Mas agora ele falou que uma das canalhices que Bolsonaro fez foi demitir os comandantes das For�as Armadas durante seu governo.

Acredito que essa opini�o ela � compartilhada por outros generais de quatro estrelas. Mas eles tem um problema extra que o � fato de que tem muito voto de apoio a Bolsonaro ainda no Ex�rcito. E eu n�o sei o que foi conversado entre os tr�s comandantes, o ministro da Defesa e o Lula nas duas horas de reuni�o no s�bado. Mas eu acho que eles devem ter mencionado o fato de que a corda pode esticar... eles est�o falando de dar aumento, de aumentar os soldos, melhorar uma s�rie de coisas. Eles est�o conscientes de que h� muita insatisfa��o nas camadas mais baixas das For�as Armadas, que s�o mais bolsonaristas.

Na quest�o jur�dica, do general e do tenente coronel Cid, eles v�o procurar dizer sempre que est� sub judice. E at� onde eles puderem eles n�o v�o expulsar essas figuras do ex�rcito, porque a� � cortar demais na pr�pria carne.

BBC News Brasil - O STF est� tomando decis�es em que temos a justi�a civil lidando com quest�es militares. O qu�o in�dito � isso? O senhor acha que isso se mant�m?

Martins Filho - Algumas coisas s�o in�ditas. Por um lado, a disposi��o que o Supremo tem, atrav�s do ministro Alexandre de Moraes, de fazer cumprir a lei como aqueles que atacaram os pr�dios p�blicos e tamb�m o pr�dio do Supremo Tribunal Federal. E eles tem antigas queixas contra o Bolsonaro, que era na �poca que o Bolsonaro n�o falava sem xingar algum ministro. Isso � imperdo�vel para eles.

E outro fato que � novo, que nunca aconteceu, � o papel que a Pol�cia Federal est� cumprindo. Nunca na hist�ria brasileira a Pol�cia Federal investigou o Ex�rcito. E a Pol�cia Federal, enquanto institui��o, est� disposta a investigar o Ex�rcito.

Evidente que ela recebe apoio do chefe da Pol�cia Federal, que foi nomeado pelo presidente Lula e pelo ministro (Fl�vio) Dino. Mas o Lula pode sempre dizer que n�o � ele que est� fazendo. Mas essa disposi��o da Pol�cia Federal. Eu acho que uma das quest�es que deve ter necessariamente aparecido na reuni�o de s�bado entre o Lula e os chefes militares � at� onde vai a pol�cia.

BBC News Brasil - Voc� acha que os militares podem escolher outra figura para represent�-los da mesma maneira que eles fizeram com Bolsonaro? Fazer uma nova aposta?

Martins Filho - N�s temos que entender que Bolsonaro � uma figura rara. � muito dif�cil um l�der carism�tico do peso do Lula ou do peso do Bolsonaro. N�o se criam Bolsonaros. Ele representa alguma coisa profunda que o eleitorado tem.

A professora Esther Solano deu entrevista dizendo que os eleitores sentem nele uma coisa que ele efetivamente tem. Ele autenticamente n�o gosta de feminismo, ele autenticamente gosta de torturadores, autenticamente n�o gosta de democracia. Ele n�o est� fingindo. Ele � assim. E isso gerou muitos milh�es de seguidores.

BBC News Brasil - A gente viu que durante a pandemia, uma boa parte da gest�o ficou a cargo dos militares. O general Pazuello foi ministro da Sa�de e muitos dos cargos ali no minist�rio foram preenchidos por militares. O que existe de diferente nesse esc�ndalo agora envolvendo o Cid, 8 de janeiro, as urnas, que faz com que a imagem dos militares seja afetada quando a gest�o da pandemia n�o afetou?

Martins Filho - Logo depois que come�ou a pandemia, boa parte do centro pol�tico que tinha apoiado Bolsonaro passou a bater panelas contra ele e caiu a popularidade dele.

Depois, com todas as medidas emergenciais que puseram dinheiro no bolso das pessoas, come�ou a subir de popularidade. Mas � evidente que 700 mil mortes n�o foram suficientes para abalar a popularidade dele, o que � uma coisa inacredit�vel. Mas n�o podemos esquecer primeiro que ele perdeu a elei��o.

BBC News Brasil - Mas e os militares em si, a imagem deles?

Martins Filho - � porque agora n�s estamos no processo de decad�ncia do Bolsonaro. Ele perde elei��o, fica dois meses sem falar nada, foge para os Estados Unidos. E depois teve o epis�dio do dia 8 de janeiro, que chocou muita gente. Os bolsonaristas mesmo estavam sem saber o que fazer com aquilo. Foi uma coisa absolutamente inacredit�vel. E agora surgiram as joias.

Evidentemente que estamos numa rota de pris�o do Bolsonaro, mas est� sobrando para todo mundo. Me espanta at� que aqueles outros quatro generais que eu mencionei, ainda n�o tenha sobrado nada para eles. Eu fiquei horas e horas e horas assistindo palestras do general Heleno e do Mour�o. Sempre elas come�avam com: "o problema do Brasil s�o os pol�ticos e n�s, militares, somos diferentes dos pol�ticos. A nossa forma��o faz da gente mais capacitado para resolver os problemas do Brasil. A nossa forma��o nos faz pessoas �ticas". Tudo isso foi balan�ado.

Quem � capaz de chegar no audit�rio hoje, seja qual for, de direita ou de esquerda, e dizer que os militares s�o altamente capacitados? Vai levar uma vaia. E n�o levava pouco tempo atr�s.

BBC News Brasil - Como o senhor avalia a estrat�gia do presidente Lula para lidar com os militares?

Martins Filho - Com a nomea��o do (Jos�) M�cio (Monteiro, ministro da Defesa), ele fez uma aposta de que era necess�rio passar por uma fase mais dif�cil do governo para depois mexer com algumas coisas relacionadas a essa �rea de Defesa. Se foi isso ele pode ser que tenha dado um golpe de mestre. Eu tamb�m n�o tenho certeza se o Lula pretende mesmo fazer isso.

Eu reconhe�o a situa��o dif�cil em que ele est�, porque ele tem tantos problemas para ser resolvidos que s�o importantes... Por exemplo, se o Lula conseguir estancar as queimadas na Amaz�nia, ele vira um her�i internacional. Acontece que est�o surgindo provas e mais provas contra os militares que n�o podem ser ignoradas. N�o posso ignorar essas provas.

Quando o Estad�o descobriu essa not�cia de que tinha essas joias, acho que a coisa mudou de figura. Descobriram uma bomba e ningu�m sabia que essa bomba ia comprometer da forma que comprometeu os militares importantes.

Porque agora n�s estamos perguntando: cad� o Mour�o? Cad� o Heleno? Cad� o Ramos? E cad� o Braga Netto? Que eram unha e carne com o Bolsonaro? Sumiram?

BBC News Brasil - Houve um momento em que o presidente Lula ele decidiu retirar os militares do GSI da sua seguran�a e depois voltou atr�s. O senhor acha que ele n�o teve for�a ou que fez isso para se manter nesse meio-termo que ele vem tentando alcan�ar?

Martins Filho - No pr�prio dia 8 de janeiro, o Lula deveria ter extinguido GSI. Pode-se dizer que o Lula pretendia n�o ter que administrar uma crise militar logo no come�o do seu governo. Mas eu acho que com os militares ou voc� manda ou voc� � comandado. Eles entendem s� essa linguagem.

Ele poderia ter usado esse momento do 8 de janeiro, ele teria um apoio tremendo nacional, internacional e da imprensa. N�o d� para empurrar com a barriga. No momento, as For�as Armadas est�o na defensiva. Mas se elas se recuperarem... � necess�rio uma pol�tica de medidas corajosas para haver controle civil.

BBC News Brasil - Institucionalmente, quais instrumentos Lula teria para fazer esse controle?

Martins Filho - Lula n�o concorda com qualquer discuss�o p�blica da quest�o da Defesa. Ele deveria apoiar a convoca��o de uma confer�ncia nacional de Defesa composta por dezenas de civis capazes de discutir isso. Isso seria a primeira medida.

A segunda medida � colocar os civis para discutir a revis�o da Estrat�gia Nacional de Defesa, que est� sendo discutida exclusivamente por militares.

Outra medida seria criar a carreira civil dentro do Minist�rio da Defesa. O minist�rio hoje � praticamente um minist�rio militar. Todas essas coisas poderiam ser feitas para avan�ar para uma dire��o democr�tica das For�as Armadas. Se elas n�o forem feitas, o problema continua.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)