
Em arquivos encontrados pela Pol�cia Federal no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Jean Lawand Junior aparece suplicando que o ex-presidente desse um golpe de Estado. No in�cio do ano outro documento, uma minuta golpista, foi encontrado com o ex-ministro da Justi�a Anderson Torres, preso desde janeiro, e posteriormente com Mauro Cid.
“Pelo amor de Deus, Cid�o. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele n�o pode recuar agora. Ele n�o tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, diz Lawand em mensagem de �udio.
As mensagens fazem parte de um relat�rio de 66 p�ginas produzido pela Diretoria de Intelig�ncia da Pol�cia Federal. Tamb�m integra o relat�rio um roteiro com o passo a passo para a realiza��o de um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder com o nome “For�as Armadas como poder moderador”.
Segundo a revista VEJA, Mauro Cid, al�m de n�o recha�ar as sugest�es golpistas do colega, responde que Bolsonaro n�o deu a ordem de interven��o militar porque “ele n�o confia no ACE” (Alto Comando do Ex�rcito), c�pula formada por generais e pelo ministro da Defesa.
Como evidenciado em outras mensagens, o coronel recorrentemente insistia no golpe. “Ele tem que dar a ordem, irm�o. N�o tem como n�o ser cumprida”, escreveu. “Conven�a o 01 a salvar esse pa�s!”, diz em outra ocasi�o, ao que Cid responde: “Estamos na luta!”.
Lawand j� comandou o 6º Grupo de M�sseis e Foguetes, foi condecorado por Bolsonaro com a Ordem do M�rito Militar, e assumiu uma das subchefias no Estado-Maior do Ex�rcito em 2022. Al�m disso, j� no governo Lula, foi destacado para assumir o cargo de representante militar em Washington, nos Estados Unidos.
O �ltimo registro de conversa entre Mauro Cid e Lawand ocorreu no dia 21 de dezembro, quando o coronel afirma estar decepcionado: "Decep��o irm�o. Entregamos o pa�s aos bandidos”, ao que Cid responde: “Infelizmente”.
Sobre os arquivos, Lawand confirmou ser amigo de Cid, mas que conversavam apenas amenidades, e que n�o se recorda de enviar mensagens de teor golpista.