
No modelo atual no Brasil, os votos de cada ministro s�o lidos publicamente. Dino, ex-juiz federal, disse que "� v�lido" debater outras formas de sistema, como ocorre nos Estados Unidos, onde s� a decis�o do colegiado � divulgada.
"[No caso do voto secreto,] a decis�o � comunicada de forma transparente, h� apenas a primazia do colegiado sobre as vontades individuais. � um modelo poss�vel. Eu n�o tenho elementos a essa altura para dizer que modelo � melhor que o outro. Em ambos h� transpar�ncia. Em um se valoriza mais a posi��o transparente do colegiado, no outro se privilegia a ideia de cada um", disse Dino.
Leia: Dino: opera��o da PF na Semana da P�tria � 'simb�lica'
O ministro disse ainda n�o defender nenhum dos dois modelos, mas argumentou que ambos s�o transparentes. Ele completou, no entanto, que este "n�o � um debate para agora".
Dino foi questionado ap�s uma fala do presidente Lula em um evento de formatura da Pol�cia Federal. Em live na manh� desta ter�a, Lula sugeriu que a sociedade "n�o precisa saber" como vota cada ministro. Para o petista, isso diminuiria a "animosidade" contra os ministros da Corte.
Leia: Ataques a Moraes: Dino diz que PF receber� imagens nesta sexta-feira
"Se eu pudesse dar um conselho, � o seguinte: a sociedade n�o precisa saber como vota um ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ningu�m precisa saber. Votou a maioria, 5 a 4, 3 a 2, [n�o] precisa ningu�m saber se foi o [apresentador Marcos] Uch�a que votou, se foi o Camilo [Santana, ministro da Educa��o] que votou, porque a� cada um que perde fica com raiva, e cada um que ganha fica feliz", disse Lula, na live "Conversa com o Presidente".
"Daqui a pouco, um ministro da Suprema Corte n�o pode mais sair na rua", continuou o presidente. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram atacados por grupo de brasileiros no aeroporto de Roma.
Leia: Dino diz que imagens do 8/1 sumiram por 'problema contratual'
Nas �ltimas semanas, a indica��o do ex-advogado Cristiano Zanin foi criticada por eleitores progressistas e pela base petista ap�s posicionamentos mais conservadores, como as posi��es contr�rias ao princ�pio da insignific�ncia de um furto avaliado em menos de R$ 100 e � descriminaliza��o do porte de drogas para uso pessoal.
Lula tamb�m � pressionado para escolher uma ministra negra para o lugar de Rosa Weber, que se aposenta em outubro. O AGU (advogado-geral da Uni�o), Jorge Messias, e o presidente do TCU (Tribunal de Contas da Uni�o), Bruno Dantas —dois homens brancos—, est�o entre os favoritos.
COTADO AO STF
Dino � outro nome forte na corrida ao Supremo. Ele nega que tenha sugerido a pr�pria indica��o e, segundo o UOL apurou, tem pedido a pessoas pr�ximas que parem de veicular seu nome. Aliados dizem, no entanto, que ele tamb�m n�o tem barrado a sugest�o junto ao presidente.
"Eu n�o trabalho [pela indica��o], n�o ofere�o, n�o toco no assunto, n�o fa�o campanha. Em primeiro lugar, em respeito ao presidente da Rep�blica, a prerrogativa � dele. Em segundo lugar, porque eu tenho experi�ncia para saber que isso n�o funciona. Em terceiro lugar, eu estou muito feliz onde eu estou", afirmou Dino.
A press�o tem feito o presidente reavaliar. Segundo a colunista do UOL Carolina Br�gido, Lula teria sido convencido de que o custo pol�tico de substituir uma ministra por um ministro na Corte seria alto. Hoje, dos 11 integrantes, apenas duas s�o mulheres.
Na lista feminina de cotadas para a vaga, est�o a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Katia Arruda, a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justi�a) Regina Helena Costa e as advogadas Carol Proner e Dora Cavalcanti. Lula n�o confirma nem nega nenhuma possibilidade.