
Os manifestantes ainda lembraram dos �ltimos anos e destacaram que estariam vivendo “tempos perigosos”, com o risco de serem presos por se mobilizarem. Os organizadores classificaram o pequeno grupo como “corajosos” e afirmam que foram boicotados por outros bolsonaristas, chamados de “covardes”, incluindo pol�ticos aliados ao ex-presidente.
Pelas redes sociais, alguns grupos incentivaram o boicote �s manifesta��es de 7 de Setembro. Os populares criaram um movimento chamado de "fique em casa", fazendo refer�ncia ao termo usado durante a pandemia de COVID-19 e pregava o isolamento social na emerg�ncia sanit�ria. O boicote teria como motiva��o esvaziar as ruas em demonstra��o de insatisfa��o com as For�as Armadas e evitar que fossem confundidos com apoiadores de Lula.
A organiza��o do movimento tamb�m estendeu faixas contra o presidente e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, Cristiano Reis nega que houve financiamento de empres�rios ou pol�ticos. “Eles n�o conseguem entender como nos mobilizamos. Quem est� patrocinando � o povo. Temos uma caixinha de doa��o feita do povo pelo povo. Aqui n�o tem pol�tico nenhum para ajudar, muito pelo contr�rio”, afirmou.
Em 2022, em plena corrida eleitoral, o ato reuniu nomes como o agora deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o estadual Bruno Engler (PL) e o senador Carlos Viana (Podemos). Hoje, j� no nono m�s de Lula no Pal�cio do Planalto, o ato careceu de representantes da classe pol�tica.
“Alguns pol�ticos andaram nos procurando, mas n�s falamos: ‘olha � o momento do povo resolver e ir para rua, n�o � momento de politicagem’. As pessoas t�m muita dificuldade de entender isso. Essa pauta que estamos defendendo, o 'Fora, Lula', � uma pauta que nos custa muito caro”, exclamou Cristiano Reis.
Mesmo com a desmobiliza��o, os representantes do bolsonarismo tiraram parte do dia para ironizar os atos da esquerda. Nikolas classificou como “clima de vel�rio” e disse que, sem Bolsonaro, o 7 de Setembro n�o tem gra�a. J� Engler disse que “amor n�o enche arquibancada”.
Buzina�o e militares

As pessoas que se reuniram em frente ao carro de som, tinham ao lado esquerdo uma bandeira de quase dois metros de altura, com a imagem de Lula encarcerado e roupas de presidi�rio. O grupo afirma que o governo petista seria ileg�timo, pois o presidente deveria estar preso desde 2018, quando foi condenado no �mbito da opera��o Lava Jato.
Alguns fizeram discursos mais efusivos quanto ao tema, acusando o governo de ser um “golpe do sistema judici�rio”. Outros partiram para o as pautas ideol�gicas, dizendo que a atual gest�o federal seria favor�vel do direito ao aborto, as invas�es de terra e que estariam favorecendo a demarca��o de terras �ndigenas em desfavor do agroneg�cio.
No entanto, chama aten��o a falta de confian�a nas For�as Armadas. Enquanto na Avenida Afonso Pena ocorria o tradicional desfile c�vico militar, os manifestantes distribu�ram melancia, um termo considerado pejorativo entre o oficialato. O verde da casca seria associado ao patriotismo e o vermelho seria uma refer�ncia ao comunismo.
"Essa tamb�m � uma manifesta��o melancia, porque � contra quem � verde por fora e vermelho por dentro", ironizou uma mo�a ao microfone, sob aplausos. Em seguida, tamb�m ovacionado, o rapaz citou o guru do ex-presidente, que morreu em janeiro de 2022: "Infelizmente, pessoal, Olavo de Carvalho estava certo quando falou: 'Os militares ainda v%u0101o bater contin�ncia para um comunista'".