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Estado de Minas PARTIDOS POL�TICOS

Crise no PSDB agrava e partido pode perder lideran�a no Senado

Em mais um cap�tulo da crise no ninho tucano, presidente nacional da legenda deve deixar o cargo em 30 dias


13/09/2023 07:35 - atualizado 13/09/2023 07:42
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Eduardo Leite e Geraldo Alckmin
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lideran�a nacional do PSDB, deve ser afastado da presid�ncia do partido (foto: (Cadu Gomes / VPR))

O afastamento do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, da lideran�a nacional do PSDB, decretado na noite da segunda-feira (11/9) pela 13ª Vara C�vel de Bras�lia, abriu uma nova crise na sigla. A decis�o da ju�za Tha�s Ara�jo Correia, da 13ª Vara C�vel de Bras�lia determinou a anula��o de todas as decis�es tomadas por ele desde fevereiro deste ano, quando ele foi reconduzido como presidente nacional do partido, o que a justi�a considerou irregular.

 

De acordo com a decis�o judicial, Leite ter� 30 dias para convocar a elei��o de uma nova Executiva. A Comiss�o Executiva, formada em fevereiro, deve ser dissolvida com a realiza��o de uma conven��o.

 

Al�m de Leite, os outros dois �nicos governadores da legenda, Raquel Lyra, em Pernambuco, e Eduardo Riedel, no Mato Grosso do Sul, que s�o atualmente vice-presidentes na Executiva, dever�o tamb�m deixar os postos.

 

A a��o judicial foi motivada pela discord�ncia do prefeito de S�o Bernardo do Campo, Orlando Morando, que alega que Leite deveria ter deixado a presid�ncia do partido em 31 de maio, data prevista para o fim do mandato partid�rio.

 

Segundo o l�der do partido no Senado, senador Izalci Lucas (DF), a decis�o em nada altera a din�mica eleitoral j� prevista pela legenda. "Eu vejo essa not�cia como fake news, porque na pr�tica � uma decis�o de primeiro grau, ainda cabe recurso, e j� estamos em processo de elei��o. N�s j� elegemos h� 15 dias atr�s delegados em todos os munic�pios do Brasil onde tem o PSDB, inclusive aqui no DF. Temos um calend�rio eleitoral, agora no in�cio de outubro, come�a as elei��es nos estados, se elege os delegados nacionais e a� voc� elege a executiva nacional", disse Izalci ao Correio Braziliense.

Leia: Justi�a anula presid�ncia de Leite no PSDB e determina novas elei��es


O deputado A�cio Neves (MG), refor�ou a posi��o da legenda. "Essa decis�o da Justi�a em primeiro grau �, na verdade, in�cua. O que busca a magistrada � exatamente aquilo que o PSDB j� est� programando fazer: as conven��es que ocorrer�o agora no m�s de novembro", disse o parlamentar em nota.

Sem lideran�a no Senado

A situa��o do partido deve se agravar ainda mais. Rumores apontam que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, � outra que deve deixar a legenda em breve. Soube-se, ainda, que o senador Izalci tamb�m teria recebido convites para deixar a legenda. 

 

Outro cap�tulo da crise tucana ocorre em 22 de setembro, quando o partido deve perder o direito ao gabinete de lideran�a no Senado Federal. Como o Senado estabelece que apenas partidos com no m�nimo 3 senadores t�m direito a essa representa��o, que inclui cerca de outros 20 cargos de assessoramento, o PSDB, que conta hoje com apenas dois senadores — Izalci e Pl�nio Val�rio (AM) — deve perder o espa�o.

 

O l�der no Senado, Izalci, garante que o partido conseguir� entre o dia 15 e 20 deste m�s recompor a bancada m�nima de tr�s senadores na Casa, e assim n�o perder o gabinete da lideran�a, mas n�o revelou com quem est� conversando.

 

"Isso � igual a contrato de jogador de futebol, voc� n�o pode anunciar, se n�o vai outro e faz uma oferta melhor. Mas as perspectivas s�o boas, estamos trabalhando, conversando, existe a possibilidade de vinda de mais senadores para o PSDB. Pelo menos um vem tranquilo", disse o parlamentar.

 

No in�cio do ano a legenda contava com quatro senadores, mas com a sa�da da senadora Mara Gabrilli (SP), que migrou para o PSD, e de Alessandro Vieira (SE), que em junho partiu para o MDB, o partido perder� a lideran�a se n�o trouxer outro parlamentar para a legenda at� a data m�xima estabelecida. A perda dessa sala, bem em frente ao plen�rio e ocupada pelos tucanos desde 1988, �, em parte, atribu�da � incapacidade de articula��o do atual presidente do partido, Eduardo Leite.

 

O ga�cho chegou a participar da negocia��o para trazer o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), segundo fontes do partido que falaram reservadamente com o Correio Braziliense, mas as condi��es do senador potiguar envolviam cargos para aliados pol�ticos, em especial na prefeitura de Natal, mesmo com o partido tendo perdido o prefeito que, no ano passado, migrou para o Republicanos — condi��es que n�o teriam sido sinalizadas de forma positiva por Leite.

 

Mesmo com declara��es p�blicas de apoio a Leite, e responsabiliza��o de Doria pelo decl�nio da legenda, a insatisfa��o com Leite no comando aparece reservadamente na fala de diversos assessores, que atribuem ao ga�cho uma fatia de responsabilidade na crise no partido.

A crise do PSDB

No domingo, em fun��o das inunda��es e enchentes no Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite recebeu o presidente da Rep�blica em exerc�cio, Geraldo Alckmin, com quem sobrevoou as �reas atingidas pelas chuvas. Mas Leite n�o demonstrou muito entusiasmo com o ex-correligion�rio que o visitava com a miss�o de levar a ajuda do governo federal para a situa��o de calamidade no estado do tucano.

 

Hoje no PSB, Alckmin foi fundador do PSDB e esteve no comando do partido at� que a legenda passou a ser dirigida por quadros mais jovens. A crise, encabe�ada pelo ex-governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, foi considerada uma trai��o do pupilo contra Alckmin e outros quadros hist�ricos entre os tucanos, conhecidos como os “cabe�as brancas”.

 

O PSDB, que chegou a ser um dos maiores partidos do pa�s e alternou o comando da pol�tica nacional com o PT, vive em uma crise de representatividade ap�s ir ao segundo turno em 2014, com o atual deputado A�cio Neves (MG), e perder para a presidente Dilma Rousseff.

Nas elei��es de 2018, com o ainda tucano Geraldo Alckmin como candidato, o partido teve o pior desempenho dos �ltimos 30 anos, n�o foi para o segundo turno e os tucanos, que rivalizaram por tr�s d�cadas com o PT como uma das principais for�as nas disputas pelo Planalto, viram a influ�ncia da legenda despencar.

 

J� em 2022, a legenda sequer conseguiu apresentar um candidato pr�prio, escolhendo a senadora Mara Gabrilli para compor a chapa como vice de Simone Tebet — ap�s uma disputa fratricida entre Leite e o governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria.

 

A �ltima elei��o marcou o agravamento da crise tucana com o partido perdendo para o Republicanos de Tarc�sio de Freitas, depois de 28 anos no comando do governo do estado de S�o Paulo, at� ent�o considerado o principal feudo do tucanato.

 


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