
O presidente Lula (PT) decidiu empossar na manh� desta quarta-feira (13) os novos ministros de seu governo, ap�s uma arrastada reforma ministerial que abriu espa�o para a consolida��o do centr�o no Executivo.
A posse de Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Andr� Fufuca (Esportes) ocorre em uma cerim�nia restrita e fechada no gabinete do presidente, no Pal�cio do Planalto. No mesmo evento ser� nomeado M�rcio Fran�a, que foi remanejado para a nova pasta da Pequena e M�dia Empresa. O evento n�o aparecia na agenda oficial do presidente como uma cerim�nia de posse e seus assessores tratavam a todo o momento apenas como uma "reuni�o".
O ato contrasta com os eventos com presen�a de autoridades, parlamentares e discursos para marcar a nomea��o de ministros do governo, como a posse do �ltimo ministro que havia entrado no governo, o titular do turismo Celso Sabino —tamb�m indicado pelo centr�o.
Integrantes do grupo partid�rio dizem que a aus�ncia de um evento de posse nos sal�es do Pal�cio do Planalto mostra o desprest�gio que o presidente tem dado ao ingresso dos novos ministros do PP e do Republicanos.
Esse � um novo fator que aliados de Lira citam ao questionar se a posse dos novos ministros ter� um efeito na amplia��o da base do presidente Lula na C�mara dos Deputados.
At� momentos antes da cerim�nia, o Pal�cio do Planalto ainda vinha tratando o evento como uma reuni�o, sem informar se seriam assinados os termos de posse. No entanto, alguns convidados, com roupas de festa, come�aram a chegar ao pal�cio e informavam que iriam acompanhar a posse. Silvio Costa Filho e Fufuca participar�o � tarde das cerim�nias de transmiss�o de cargo, em seus respectivos minist�rios.
O l�der do Republicanos na C�mara, Hugo Motta (PB), confirmou que se tratava de uma "posse mais fechada", em uma cerim�nia apenas no gabinete de Lula e para poucas pessoas. Disse que "n�o incomoda de maneira nenhuma" essa situa��o. "A bancada est� muito tranquila [com a posse discreta], at� porque o convite foi feito para a transmiss�o do cargo, hoje � tarde, �s 15h. Ent�o essa posse [no gabinete] � uma posse mais fechada, com a participa��o apenas dos familiares do ministro, com o presidente da Rep�blica. E eu, enquanto l�der da bancada, fui convidado para aqui representar nossos deputados e deputadas", afirmou.
Lula concluiu no dia 6 a primeira grande reforma ministerial de seu governo, para abrir espa�o para o bloco pol�tico centr�o. O objetivo � aumentar a sua base de apoio no Congresso Nacional e avan�ar com mais facilidade as propostas de seu interesse.
Para acomodar os novos ministros, Lula demitiu a ent�o titular dos Esportes, Ana Moser, ex-atleta ol�mpica, militante da �rea e apoiadora de primeira hora do petista. O outro atingido pela reforma foi M�rcio Fran�a, que foi retirado da pasta dos Portos e Aeroportos para assumir o novo minist�rio das Pequenas e M�dias Empresas. A nova estrutura foi anunciada pelo presidente durante as negocia��es da reforma ministerial.
Durante sua tradicional transmiss�o semanal, o Conversas com o Presidente, na semana passada, Lula disse que � "sempre muito dif�cil" demitir um ministro para atender um acordo pol�tico. No entanto, precisava construir uma base forte no Congresso Nacional.
"� sempre muito dif�cil voc� chamar algu�m e falar: 'olha, preciso do minist�rio porque fiz um acordo com o partido pol�tico e preciso atender'. Mas essa � a pol�tica. O governo tem propostas importantes para passar no Congresso Nacional", afirmou.
O an�ncio dos novos ministros do governo j� havia sido marcado por uma discri��o extrema e mesmo a aus�ncia de gestos p�blicos do presidente. Fufuca e Silvio Costa Filho foram anunciados por meio de uma breve nota da Secom (Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia), que tamb�m tratava do remanejamento de M�rcio Fran�a.
Pouco depois, a mesma Secom divulgou uma foto dos novos ministros ao lado do ministro da Secretaria de Rela��es Institucionais, Alexandre Padilha. Lula n�o apareceu em nenhuma imagem ao lado dos novos integrantes de seu governo, com quem havia se reunido no Pal�cio da Alvorada momentos antes do an�ncio oficial.
A primeira troca de ministros do governo Lula tamb�m se deu com bastante discri��o, com apenas a assinatura do termo de posse e uma foto protocolar. No entanto, o contexto pol�tico era diferente.
Marcos Antonio Amaro assumiu o Gabinete de Seguran�a Institucional em maio deste ano, substituindo Gon�alves Dias, que havia sido demitido ap�s o vazamento de imagens do circuito interno do Planalto que mostravam dentro do pal�cio no dia da invas�o do 8 de janeiro, al�m de certa leni�ncia de alguns integrantes do �rg�o com os manifestantes.
O governo, portanto, n�o queria fazer alarde com a troca no �rg�o, que estava sob suspeita de coniv�ncia com os manifestantes golpistas.
Meses depois, Lula demitiu a aliada Daniela Carneiro do Minist�rio do Turismo, ap�s a Uni�o Brasil reivindicar o posto. Isso porque a ent�o ministra se desligou da legenda, que a passou a trat�-la como indica��o pessoal de Lula e n�o do partido.
A posse do seu substituto, Celso Sabino, por outro lado, foi marcada por uma grande cerim�nia no Pal�cio do Planalto, com a presen�a de ministros, lideran�as do governo no Congresso, parlamentares, incluindo Lira.