
As cr�ticas que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante discuss�o de uma emenda constitucional na C�mara esta semana chegaram at� o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que j� est� de volta ao Brasil ap�s viagem ao exterior.
Durante vota��o da PEC da Anistia aos partidos, Gleisi criticou os valores das multas aplicadas pelo tribunal �s legendas — na casa de R$ 750 milh�es e considerada por ela "inexequ�vel" — e estendeu seu coment�rio e chegou a colocarem xeque a pr�pria exist�ncia do TSE, segundo ela, uma corte que s� existe no Brasil, "o que j� � um absurdo", disse ela.
"N�o pode ter uma justi�a eleitoral, ali�s, uma das �nicas no mundo. O Brasil � dos �nicos lugares do mundo que tem justi�a eleitoral. O que j� � um absurdo. E custa tr�s vezes o que custa o financiamento das campanhas eleitorais. Tem uma coisa errada nisso. E poder�amos come�ar por a� para ver o que pode ser feito", completou a petista.
Cr�ticas err�neas
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, reagiu e, mesmo sem citar o nome de Gleisi, rebateu as suas cr�ticas, classificadas por ele como "err�neas".
"As falas sobre a Justi�a Eleitoral s�o fruto do total desconhecimento sobre sua import�ncia, estrutura, organiza��o e funcionamento", disse.
Esclarecido por um aliado do que se tratava, Lula entendeu que a cr�tica da petista, uma defensora da PEC da Anistia, poderia at� se restringir aos altos valores das multas aplicadas, mas n�o atacar o TSE no tom que o fez. Foi citado como exemplo o discurso do tamb�m petista Jilmar Tatto (PT-SP) na sess�o. Ele apoia a PEC, criticou aliados que s�o contr�rios, caso do PSol, mas n�o atacou o TSE.
Lula tem mantido rela��o de muita proximidade com os ministros e os tribunais superiores. Moraes tem sido um parceiro e foi fundamental no comando do TSE durante a elei��o do petista. Entre as muitas a��es do tribunal contra o bolsonarismo, est� o papel de Moraes no epis�dio dos agentes da Pol�cia Rodovi�ria Federal que, no dia da elei��o do segundo turno, bloquearam estradas no Nordeste, impedindo o livre tr�nsito de eleitores numa regi�o de maioria petista.
Moraes e os demais ministros do STF estiveram solid�rios e unidos com Lula nos ataques do 8 de janeiro, al�m de autoridades do Legislativo. E, mais recentemente, o TSE tornou Jair Bolsonaro ineleg�vel.
O inc�modo de Lula e de parte do PT com a fala de Gleisi foi relatado ao Correio por um de seus ministros e dois parlamentares da legenda no Congresso Nacional.
Em postagem ontem � tarde nas suas redes, Gleisi reafirmou as cr�ticas aos valores da multa, criticou novamente o que entende ser "interven��o indevida dos �rg�os t�cnicos da Justi�a Eleitoral" sobre a autonomia dos partidos pol�ticos na utiliza��o de recursos, mas n�o repetiu o questionamento da exist�ncia do TSE. E afirmou que seu prop�sito � abrir o debate "para que tudo seja aperfei�oado".
"N�o tentem nos igualar aos que atacam a democracia e t�m medo de elei��es", disse Gleisi, numa refer�ncia a compara��es de suas cr�ticas com os ataques feitos por bolsonaristas ao TSE.