
Orion Teixeira
Depois da prefeita de Contagem (Grande BH), Mar�lia Campos (PT), � a vez do deputado federal Reginaldo Lopes (PT) contestar o pr�prio partido e defender a ades�o de Minas ao Regime de Recupera��o Fiscal (RRF). Ambos s�o lideran�as petistas e est�o em desacordo com a bancada e o comando estaduais da legenda quando o tema � a crise financeira de Minas. Desde 2019, o RRF � a �nica proposta de Zema para tirar o estado do vermelho.
Nessa hora, deve-se fazer pol�tica contra ou a favor? O dilema op�e os petistas mineiros no momento em que o l�der maior reassume o governo federal. Embora sejam partidariamente fi�is, eles batem cabe�a porque foram forjados na oposi��o. “N�o pode ser oposi��o por oposi��o”, criticou Mar�lia Campos, quando avaliou o comportamento da bancada estadual.
Reginaldo Lopes, que � vice-l�der de Lula e coordenador da reforma tribut�ria no Congresso Nacional e junto � sociedade, diz que a bancada estadual do partido est� errando. E volta no tempo para se explicar. Disse que ela deveria fazer autocr�tica e reconhecer os desacertos da gest�o Fernando Pimentel (2015-2018). “� indefens�vel”, admitiu.
Sobre o RRF, defendido por Zema, deixou claro que o programa deve ser aperfei�oado para socorrer estados em situa��o falimentar. O que diz Reginaldo? “Nossa bancada se op�e, mas n�o apresenta solu��o. Erra ao n�o dialogar com a sociedade. Deveria liderar o processo e ter uma posi��o estrat�gica. Afinal, estamos governando o Brasil e temos que buscar solu��o, junto ao Minist�rio da Fazenda e ao Congresso, para a d�vida de Minas, de modo que a economia tenha condi��es, investindo em sua diversidade, de manter o controle sobre a trajet�ria da d�vida”, disse ele, advertindo que n�o d� para pensar em elei��o em 2026 se n�o encontrar a solu��o j�.
Para Reginaldo, Zema eleva a d�vida mineira ao exponencial. “Zema se esconde na liminar que Pimentel conquistou junto ao STF. Ningu�m est� vendo que Minas vai ficar endividada no futuro. N�o d� para esperar o fim do mandato dele. Temos que agir j�, sen�o o estado vai falir. Temos que buscar estabilidade fiscal com estabilidade social, fazendo novo pacto dessa d�vida”, pontuou Reginaldo, afirmando que a oportunidade � �nica e hist�rica. “O PT tem que liderar esse processo, porque viveu com Fernando Pimentel a incapacidade de resolver o problema. Quem pretende governar Minas no futuro, tem que buscar a solu��o”, advertiu. O presidente do PT-MG e membro da bancada, Cristiano Silveira, n�o rebateu, mas se disse aberto ao debate.
Sessent�o de volta � �rea
Depois que voltou a viajar de avi�o sem ser incomodado, o deputado federal A�cio Neves (63) quer assumir o comando nacional do PSDB at� dezembro. Solteiro de novo e absolvido das acusa��es na Justi�a, A�cio busca resgatar algum protagonismo. Cresce a tese de que a presid�ncia de Eduardo Leite � incompat�vel com assuntos do governo ga�cho. O mineiro resolveu algumas quest�es pessoais e judiciais, mas, politicamente, continua errando ao manter o negacionismo eleitoral contra a vit�ria dos petistas Dilma Rousseff, em 2014, e Lula, em 2022. N�o combina com a tradi��o da escola onde estudou. Na polariza��o, os petistas o ignoram e os bolsonaristas o acham simp�tico.
Acordo reforma Ceresp
Ap�s press�o da Vara de Execu��o Penal de BH e da visita, com inspe��o, da presidente do STF, Rosa Weber, em pres�dio mineiro, o governo Zema cumpriu a 1ª etapa do acordo para evitar a interdi��o do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (oeste de BH). Porta de entrada do sistema prisional, o Ceresp Gameleira recebeu investimentos de R$ 3,2 milh�es e conta, hoje, com menos de 450 presos. No dia 25 de julho, quando a ministra esteve aqui, havia cerca de 550; uma semana antes, ap�s inspe��o do juiz respons�vel, Luiz Carlos Santos, eram 670. A nova ala tem 400 leitos. Faz parte do acordo que todos tenham, pelos menos, uma cama e um colch�o. Desde a inaugura��o, h� 20 anos, essa � a 1ª grande obra de reforma na unidade.
Mulheres esquecidas
O governador Zema tem at� amanh� (26) para sancionar ou vetar o projeto sobre viol�ncia pol�tica contra mulheres; ou at� quinta para promulgar sem cortes. A partir da sexta (29), o ato passa a ser da Assembleia Legislativa, que o aprovou no dia 31 de agosto. No exerc�cio do cargo, o vice Mateus Sim�es se esqueceu de sancionar.
O projeto cria o Programa de Enfrentamento ao Ass�dio e Viol�ncia Pol�tica contra a Mulher. Define qual � a a��o, comportamento ou omiss�o, individual ou coletiva, com a finalidade de impedir ou restringir o exerc�cio do direito pol�tico pelas mulheres. E prev� a��es a serem tomadas para a efic�cia. Enquanto n�o vira norma, oito parlamentares est�o sob escolta por conta de amea�as de viol�ncia sexual e de morte. Sem a san��o da lei e medidas para coibir os crimes, os infratores permanecem desinibidos e impunes.