Lula � o maior cabo eleitoral em BH

O apoio do presidente Lula (PT) na elei��o para prefeito de BH, em 2024, � o mais forte, 34%, entre os principais cabos eleitorais. O segundo com maior influ�ncia � o governador Romeu Zema (Novo), 30%. O terceiro nesse quesito � o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), com 25%, e o quarto � o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para 19%. A avalia��o foi feita por dois mil eleitores belo-horizontinos em pesquisa exclusiva e encomendada pelo PSD mineiro, partido do atual prefeito Fuad Noman e pr�-candidato � reelei��o.

Os dados demonstram que os derrotados nas elei��es passadas, Kalil e Bolsonaro, perderam tamb�m for�a e influ�ncia. Na avalia��o exibida, o apoio do ex-presidente a um candidato, por exemplo, � reprovado por 43% dos entrevistados; o do ex-prefeito � de 20%. A alian�a com Zema � rejeitada por 25% e a parceria com Lula, por 24%.

Ainda assim, de acordo com os n�meros da sondagem, o ex-prefeito de BH mant�m influ�ncia nas camadas mais populares. O governador se fortaleceu ap�s a reelei��o, mas foram anotados sinais de desgaste pelo fato de n�o apresentar realiza��es espec�ficas para a capital.

Os eleitores associaram Lula a Kalil, e Bolsonaro a Zema. O apoio do atual ou do ex-presidente pode ter import�ncia na elei��o, mas n�o o suficiente para eleger um candidato desconhecido. Guardada a sete chaves, a pesquisa foi realizada entre os dias 29 de agosto a 2 de setembro passado. Tem margem de erro de 2% e n�vel de confian�a de 95%. Fez medi��es quantitativas, que sinalizam as chances, e qualitativas, que identificam as raz�es pr� e contra.

O cen�rio pode favorecer a futura candidatura do atual prefeito de BH, j� que ele dever� ser refor�ado por Lula e de Kalil, como sinalizam as conversa��es entre eles. Al�m dos caciques, os aliados de Fuad Noman preparam uma rede de apoio nas alian�as partid�rias.

A polariza��o continua e ajuda a ambos os lados, mas, em Belo Horizonte, candidaturas majorit�rias estariam acima dos campos ideol�gicos. Os eleitores afirmaram que n�o aprovam o clima tenso da polariza��o, embora reconhe�am que continuar� presente na pol�tica. Ainda assim, na elei��o municipal, o foco cair� mais sobre a pessoa, sua carreira e campanha. Ou seja, o nome pesar� mais que partidos e ou ideologias de acordo com as manifesta��es.

Representante da extrema-direita, o pr�-candidato do PL, Bruno Engler, � um pol�tico pouco conhecido. Deputado estadual de 26 anos, pode representar renova��o e juventude, mas sua pr�-candidatura ainda n�o exibiu for�a suficiente para se eleger prefeito de BH. Nome da esquerda, o deputado federal Rog�rio Correia (PT), apesar da experi�ncia, tamb�m n�o mostra express�o, ainda que tenha apoio de seu partido e do presidente da Rep�blica. A deputada federal Duda Salabert (PDT) demonstra mais for�a no campo da esquerda do que ele.

A mesma pesquisa mediu a possibilidade de voto do atual prefeito e de outros quatro poss�veis rivais. Fuad Noman alcan�ou 15% de chances de ser votado; 14% optaram pelo jornalista Eduardo Costa (Cidadania); 11%, Duda Salabert e 2% para o vereador Gabriel Azevedo (sem partido). Esses mesmos postulantes, respectivamente, n�o teriam chances com 41%; 59%; 39% e 49% dos eleitores.

Tudo somado, o pesquisador deixou orienta��es para que o prov�vel candidato do PSD melhore seu desempenho. Ap�s apresentar quatro v�deos com entrevistas de Fuad Noman, os consultados recomendaram ao prefeito aparecer mais, mostrar-se mais determinado e com mais energia, criar identidade pr�pria, exibir capacidade t�cnica e “surfar na onda da continuidade”  (do antecessor Kalil).

O deputado estadual Roberto Andrade deixa o Patriota e vai para o PSD a convite do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Outros foram chamados. A iniciativa do senador � vista por alguns como fortalecimento do partido e de sua pr�-candidatura a governador, em 2026, mas nove entre 10 apostam que ele n�o disputar� o cargo, porque nada faz para esse desafio.

A briga pol�tica pelo comando da C�mara de BH entre o atual presidente, Gabriel Azevedo, e o secret�rio de Zema (Casa Civil), Marcelo Aro, ficou travada pelo controle regimental do primeiro. No campo judicial, Gabriel est� vencendo de goleada: seis decis�es a favor e s� uma (que foi revista) para o grupo de Aro. Ap�s o rompimento entre eles, Gabriel n�o se v� mais obrigado a entregar o cargo em janeiro, conforme acordo com o secret�rio. A rixa entre os dois � antiga, desde os tempos de faculdade. Ao suceder Gabriel na dire��o do DA na Faculdade de Direito Milton Campos, Aro chegou a arrancar, segundo o rival, uma placa na sala do diret�rio em homenagem a um professor. Aro e assessoria n�o retornaram as liga��es, mas o espa�o fica aberto.

O deputado estadual Rodrigo Lopes (Uni�o), ex-prefeito de Andradas (Sul) e da base de Zema, votou contra o projeto do governador que aumentou o ICMS de sup�rfluos por conta da inclus�o do vinho nessa taxa��o aumentada. Vai afetar a economia de sua regi�o e o vinho mineiro.