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Estado de Minas VELHOS CONHECIDOS

Amigo de ministro vira s�cio de ag�ncia que atende o governo

Amizade de Pimenta e Corbellini vem da �poca do movimento estudantil no Rio Grande do Sul. O publicit�rio � padrinho de um dos filhos do atual chefe da Secom


21/10/2023 05:35 - atualizado 21/10/2023 10:42
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Juliano Corbellini
Juliano Corbellini (foto: Reprodu��o/Youtube)
O cientista pol�tico Juliano Corbellini, amigo pr�ximo do ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia), Paulo Pimenta, virou s�cio da Nacional Comunica��o, um das ag�ncias de publicidade que atendem a Presid�ncia.

Corbellini � vice-presidente de Comunica��o Institucional da empresa, que tamb�m tem como clientes os minist�rios da Sa�de, das Cidades e do Desenvolvimento Social. De acordo com registros oficiais, ele entrou para a sociedade em mar�o deste ano, ap�s a posse de Lula (PT).

A amizade entre Pimenta e Corbellini remonta � �poca do movimento estudantil no Rio Grande do Sul. O publicit�rio � padrinho de um dos filhos do atual chefe da Secom.

O sistema que re�ne informa��es sobre as agendas das autoridades do Executivo, al�m de uma resposta a um pedido via LAI (Lei de Acesso � Informa��o) formulado pela Folha de S.Paulo, indicam pelo menos quatro idas de Corbellini � Secom, no Pal�cio do Planalto, desde o in�cio do governo.

Tamb�m foram registrados acessos do publicit�rio ao Pal�cio do Planalto em 22 dias nos tr�s primeiros meses do governo Lula, antes de Corbellini se associar � ag�ncia.

Os dados indicam uma reuni�o seguida de almo�o, no dia 19 de abril, entre Pimenta, o representante da Nacional Comunica��o e Maur�cio Moura, diretor do Ideia Big Data.

As agendas mostram ainda compromissos de Corbellini no Planalto ap�s entrar na empresa. Em 26 e 27 de abril, a ida foi para "reuni�o com a equipe da Ag�ncia de Comunica��o da FSB e assessores da Secom". A FSB atua em comunica��o e presta servi�os ao governo federal. H� ainda um registro em 29 de maio.

No final de 2022, no per�odo de transi��o de governo, Pimenta promoveu uma reuni�o com representantes das ag�ncias que atendem a Presid�ncia. O hoje s�cio da Nacional participou daquele encontro, ocorrido tr�s meses antes de ele se associar � ag�ncia.

Corbellini disse que faz parte dos quadros da Nacional com "uma pequena participa��o [societ�ria]" e que ao ingressar na empresa "ela j� tinha todos os contratos atuais". Ele diz atuar na �rea de planejamento da ag�ncia para todos os clientes, incluindo �rg�os do governo federal.

"Tenho uma longa e s�ria carreira reconhecida pelo mercado publicit�rio e de comunica��o pol�tica, o que me levou a essa parceria com a Ag�ncia Nacional, baseada apenas em crit�rios profissionais", afirmou ele, que apresenta em seu curr�culo "mais de 20 anos em comunica��o pol�tica, comunica��o governamental, planejamento e campanhas eleitorais".

Entre outras, Corbellini listou atua��o em campanhas de Manuela D’�vila (PC do B-RS), de Alexandre Kalil (PSDB-MG) e de Fl�vio Dino (PSB-MA), atual ministro da Justi�a de Lula.

Por meio da assessoria de imprensa da Secom, Pimenta afirmou que a Nacional � uma das mais de 20 ag�ncias que prestam servi�os para o governo federal, entre ag�ncias de publicidade, comunica��o corporativa e eventos, e que todas s�o empresas contratadas por meio de processos licitat�rios ocorridos no governo anterior.

Disse que entre as atribui��es da Secom est� a de planejar e coordenar campanhas publicit�rias feitas pelo governo e que, portanto, "� natural a participa��o de reuni�es e encontros [com representantes das ag�ncias], que ocorrem regularmente".

"Ag�ncias que prestam servi�os � administra��o p�blica atendem a crit�rios t�cnicos e jur�dicos averiguados por �rg�os federais respons�veis. Propostas t�cnicas s�o apresentadas por todas as ag�ncias concorrentes nos certames, nos quais v�rios crit�rios s�o listados", afirmou ainda no comunicado.

Quanto ao trabalho prestado por Corbellini a aliados do governo em elei��es, incluindo o titular da Justi�a, o chefe da Secom disse que "eventual participa��o em campanhas eleitorais, comuns no hist�rico de trabalho de v�rias ag�ncias, n�o � excludente para participa��o de licita��o e presta��o de servi�o. Portanto, n�o h� conflito".

A CGU (Controladoria-Geral da Uni�o) abriu, em 2020, um PAR (Processo Administrativo de Responsabiliza��o) para apurar poss�veis irregularidades em campanhas do Minist�rio do Turismo realizadas pela Nacional dois anos antes.

O processo est� em andamento e sob sigilo, segundo a controladoria. Em relat�rio de apura��o apresentado em 2021, a CGU afirmou ter havido "direcionamento irregular de a��es publicit�rias para a Ag�ncia Nacional".

O �rg�o ainda apontou "combina��o impr�pria" entre

a empresa e uma diretoria do minist�rio para redigir documentos que justificaram a dispensa de sele��o interna para a escolha da ag�ncia que realizaria a��es de R$ 10 milh�es.

A Nacional afirmou que o procedimento da CGU "ainda n�o est� conclu�do e n�o h�, portanto, nenhuma resolu��o sobre o caso". "A empresa vem prestando todos os esclarecimentos necess�rios e tem confian�a de que o procedimento ser� arquivado", disse a empresa.

Vinculada ao Minist�rio das Comunica��es no governo Jair Bolsonaro (PL), a Secom voltou ao Pal�cio do Planalto com a posse de Lula, carregando junto a execu��o dos contratos com quatro ag�ncias que atendem a Presid�ncia, entre eles o da Nacional.

Firmado no governo passado com gasto anual estimado em R$ 450 milh�es, o contrato � com quatro ag�ncias de publicidade e foi renovado em maio por mais um ano. As empresas contratadas disputam entre si cada campanha publicit�ria do governo apresentando as suas propostas de conte�dos. Cabe �s vencedoras produzir e distribuir as propagandas do governo.

Informa��es da Secom sobre a execu��o de planos de m�dia da pasta e de outros minist�rios apontam responsabilidade da Nacional, em 2023, por campanhas que somam ao menos R$ 48 milh�es em an�ncios distribu�dos em emissoras de TV, r�dio, jornais, internet e outros meios. Esse valor n�o soma valores de produ��o das pe�as.

Nos �ltimos meses, a ag�ncia atuou em campanhas da Secom como a que marcou os 100 dias de governo Lula, que distribuiu ao menos R$ 14 milh�es em an�ncios nos ve�culos de comunica��o, a de combate a not�cias falsas e desinforma��o (R$ 9 milh�es) e a de combate ao abuso e � explora��o sexual de crian�as e adolescentes (R$ 2,4 milh�es).

Em janeiro, a Nacional, al�m de outras tr�s empresas de publicidade, firmou um contrato com o Minist�rio da Sa�de de R$ 215 milh�es por 12 meses. O processo licitat�rio foi iniciado em 2021, ainda na gest�o de Bolsonaro.

Sob esse contrato da pasta comandada por N�sia Trindade j� foram produzidas pela Nacional, entre outras, campanhas como as de vacina��o contra a Covid-19 (R$ 7,7 milh�es em an�ncios distribu�dos) e contra a gripe (R$ 3,7 milh�es), al�m do Mais M�dicos (R$ 1,6 milh�es).

A Nacional foi tamb�m contemplada na renova��o, por mais um ano, de um pacote de contratos mantidos pelo Minist�rio do Desenvolvimento Social. A pasta comandada pelo petista Wellington Dias � respons�vel pelo Bolsa Fam�lia. O neg�cio de R$ 120 milh�es � dividido entre a Nacional e outras duas empresas.

 

 


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