
Ex-funcion�rias do parlamentar procuraram a Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico do Distrito Federal e Territ�rios para relatar os casos de ass�dio.
Em nota, Donizet nega as acusa��es e diz refutar crimes e viol�ncia contra as mulheres.
Duas ex-servidoras que registraram as acusa��es na pol�cia e no Minist�rio P�blico falaram � Folha.
Uma delas, Fabr�cia Morais, afirma que sofreu amea�a do deputado por n�o ter aceitado fazer sexo com ele. "Ele me disse: 'Fabr�cia, aqui � igual o big brother. S� fica quem d�'", afirmou.
A ex-funcion�ria diz que foi exonerada por n�o ter cedido �s investidas.
Outra mulher, que trabalhou no gabinete do deputado e preferiu n�o se identificar, afirma que tamb�m foi abordada pelo parlamentar em uma confraterniza��o e que teve rela��o sexual com ele. No entanto, ela diz ter se sentido for�ada a ceder por se tratar de seu chefe.
Fabr�cia Morais ocupou um cargo na Administra��o Regional do Gama por indica��o do deputado. Ela afirma que todos os funcion�rios do �rg�o eram indicados pelo parlamentar e que eram obrigados a participar dos seus atos de campanha, inclusive no hor�rio de expediente.
Segundo ela, a primeira abordagem ocorreu em uma festa em que estavam todos os servidores. "Parecia um cachorro no cio. Ele chegou em mim b�bado e disse que pegava todas as meninas. Ele falou no meu ouvido isso."
Ap�s alguns dias, em outra festa, afirma ter sido convidada para ir ao motel com ele. "N�o fui. Fui exonerada porque n�o transei com ele", afirma.
Ela diz que ouviu relatos parecidos de outras pessoas que trabalharam para ele. "Uma colega me mostrou uma mensagem enviada por ele � 1h da manh�. Ela falou para mim que desligava o celular para n�o dar um n�o para ele porque estava com medo de perder o emprego."
Ambas dizem que tiveram que passar por tratamento psicol�gico para superar traumas da �poca.
Donizet, que � antigo apoiador de Jair Bolsonaro (PL), foi eleito pelo PL e migrou para o MDB recentemente, por articula��o do presidente da C�mara Legislativa, Wellington Luiz (MDB-DF).
No final de 2021, ele foi alvo de uma opera��o da Pol�cia Civil e do Minist�rio P�blico local, que cumpriram mandados de busca e apreens�o em seu gabinete.
O inqu�rito contra ele apura a exist�ncia de funcion�rios fantasmas e a pr�tica de rachadinha, que consiste na obrigatoriedade imposta a servidores para repassar parte do sal�rio ao deputado.
O parlamentar tamb�m se tornou alvo de investiga��o ap�s uma prostituta afirmar que foi espancada por um assessor seu e de ele ter omitido socorro.
Ela registrou um boletim de ocorr�ncia na pol�cia. Nele, diz que o assessor bateu nela em um motel e que, na ocasi�o, Donizet estava no mesmo quarto e se recusou a ajud�-la.
"Eu pedindo para ele [o assessor] parar e ele n�o parava [...] e tirou a camisinha. Todos omitiram socorro, inclusive o Daniel Donizet", disse a mulher em depoimento � pol�cia .
No fim de setembro, logo ap�s a revela��o do caso, a mesa diretora da C�mara Legislativa arquivou um pedido de cassa��o do deputado por quebra de decoro parlamentar.
A Promotoria do Gama, onde corre a investiga��o, e a Pol�cia Civil do DF, n�o quiseram se manifestar sobre as investiga��es.
Deputado nega acusa��es e diz refutar crimes e viol�ncia contra mulheres
Por meio de nota, o deputado afirmou que � inocente. "A defesa do deputado acompanha os procedimentos, mas esclarece que o parlamentar n�o foi indiciado em nenhum dos casos. Em raz�o de serem sigilosos, h� impedimento legal para passar informa��es, sob penalidade de interferir nas investiga��es", diz.
O parlamentar tamb�m diz que "sempre se colocou � disposi��o das autoridades, bem como tem a certeza de que tudo ser� esclarecido, sendo ao final comprovado que n�o h� qualquer envolvimento de sua parte nos fatos".
"Como seu hist�rico refor�a, o deputado refuta quaisquer tipos de crimes e viol�ncia contra as mulheres".