
A prematuridade pode trazer algumas complica��es durante a inf�ncia. “Vai depender muito de como foi a evolu��o da crian�a na UTI. Sem comorbidades, a chance de se desenvolver sem sequela motora e cognitiva � poss�vel. Mas as motoras s�o mais comuns. H� ainda crian�as sem sequelas, mas com social diferente. Cada caso � um caso”, explica a m�dica.
Cuidados
Um beb� prematuro precisa de aten��o redobrada tanto dos m�dicos quanto da fam�lia. “Comparo o prematuro com algu�m que est� voltando da guerra. Cerca de tr�s meses na UTI Neonatal, car�cias negativas, m�os diferentes cuidando desse beb�. Quando vai para a casa, visitas, por exemplo, s�o um momento de alegria, mas o movimento � agressivo para o beb�. Pais recebem as orienta��es antes de sair do hospital. Inclusive, eles trocam fralda, d�o banho. Vivenciam rotina antes de chegar em casa. Precisamos estar assegurados que os pais estar�o aptos para isso”, afirma.
A amamenta��o � um dos pontos cruciais, ela deve ser feita por suc��o. “O beb� precisa ter, pelo menos, 1,5kg ou 32 semanas. O pulm�o precisa estar bem formado. Mas o colostro j� � dado desde as primeiras horas de vida. Ajudamos no est�mulo � produ��o do colostro e do leite at� que o pequeno consiga sugar direto na m�e”, conta Tavares. Outro ponto importante � a vacina��o. “Eles seguem o mesmo calend�rio. O que pode ocorrer � elas serem aplicadas em per�odos diferentes, at� serem totalmente regularizadas”.
Uma pessoa que nasceu antes de completar 37 semanas pode ter uma vida normal. “A crian�a se desenvolve, vai para a escola e pode ter um cognitivo normal, mas o social pode ser pouco desenvolvido, por exemplo. Ainda podem ser mais d�ceis ou mais agitadas que o considerado normal.”
De acordo com Rodrigo Carneiro, neuropediatra e presidente eleito da Abenepi,Associa��o Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profiss�es Afins, o cuidado no pr� natal com assist�ncia adequada � gestante, presen�a do pediatra na sala de parto, equipe de obstetr�cia experiente e capacitada e ber��rios de qualidade s�o fatores importantes na preven��o da prematuridade. Investir no projeto dos 1.000 dias � um dos objetivos do programa Abenepi/ Sapiens seguindo o nosso prop�sito. “Cuidar do que nos faz humanos desde os primeiros anos de vida. Mentes saud�veis criam um mundo melhor."
Supera��o di�ria
Ter um beb� prematuro muda a rotina da fam�lia, como aconteceu com a advogada Fabiana Amaral, quando o filho Thiago Amaral, hoje com 9 anos, nasceu de 25 semanas. Foi um choque, pois a gravidez ocorreu normalmente, sem complica��es. “Fiz o acompanhamento pr�-natal e estava tudo normal, dentro do esperado para o per�odo gestacional. Para nossa surpresa, Tiago nasceu de 25 semanas com 630g. Simplesmente, a bolsa rompeu. N�o foram detectadas causas espec�ficas para o nascimento antecipado. Foi um susto muito grande, cercado de preocupa��es com a sa�de do beb�”, recorda-se.
A m�e lembra como foi os primeiros dias de vida do menino. “Ap�s o nascimento, Tiago ficou 120 dias na UTI neonatal da Maternidade Otaviano Neves. Sendo acompanhado por v�rios profissionais entre m�dicos de v�rias especialidades, enfermeiros e fisioterapeutas. Ap�s a alta hospitalar, Tiago foi pra casa com 3kg, mas ainda na ventila��o. Em casa, foi assistido por uma equipe home care com pediatras, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas etc. Permaneceu na ventila��o por mais 120 dias at� o amadurecimento completo dos pulm�es. Nos anos seguintes, ainda foi acompanhado de perto com pediatra, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.”
Outro exemplo � da enfermeira Cl�udia Regina Fernandes. A filha Valentina Ribeiro, de 5 meses, nasceu com 31 semanas. Assim como fabiana, ela teve uma gesta��o tranquila. “N�o poderia imaginar que Valentina poderia nascer prematura, at� na hora de escolher o hospital, quando me falaram para eu escolher onde tinha UTI NEO. Pensei: pra qu�? Valentina nasceu com 31 semanas, ela adiantou 2 meses. Foi um susto. Fora algumas complica��es que ela teve. Ela ficou 23 dias no CTI”, conta.
Como queria amamentar, carregar, sentir sua pele quentinha junto da minha”, lembra. Agora, aos 5 meses, Valentina est� em casa aos cuidados da fam�lia. Ela est� excelente, superdesenvolvida. Ainda toma os antiarr�tmicos, mas fizemos um holter agora e dando tudo certo, o m�dico suspender�. Algumas vacinas t�m que ser particular, pois conferem uma prote��o maior”, finaliza a enfermeira.
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram