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Estado de Minas COVID-19

Cuidados paliativos s�o essenciais na pandemia

Servi�o � fundamental para melhorar qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Com foco em aspectos da sa�de f�sica e mental, age no conforto e al�vio do sofrimento


17/05/2020 04:00 - atualizado 18/05/2020 13:10

Em resolu��o publicada pelo Minist�rio da Sa�de, os cuidados paliativos foram normatizados como parte dos cuidados continuados integrados ao Sistema �nico de Sa�de (SUS). Com o objetivo de promover melhor qualidade de vida a pacientes cuja doen�a n�o tenha cura, o servi�o pode ser oferecido a pessoas acometidas por patologias que afetem a vida, seja aguda ou cr�nica. Esses cuidados incluem atendimento psicol�gico, medicamentos capazes de aliviar dores e demais t�cnicas de al�vio de sofrimento.

 

De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), cuidados paliativos consistem na assist�ncia promovida por uma equipe multidisciplinar. “Esses cuidados objetivam a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doen�a que ameace a vida, por meio da preven��o e al�vio do sofrimento, da identifica��o precoce, avalia��o impec�vel e tratamento de dor e demais sintomas f�sicos, sociais, psicol�gicos e espirituais”, informa.

 

(foto: Infinita/Divulga��o)

"� importante desmitificar esse conceito de que cuidado continuado � para pacientes que est�o destinados a morrer, pois � justamente o oposto. No cuidado paliativo sempre h� o que fazer pelo paciente, pois n�o existem limites para o cuidado"

Sarah Gomes, m�dica paliativista do Grupo Oncocl�nicas

 

A m�dica paliativista do Grupo Oncocl�nicas Sarah Gomes explica que, ao contr�rio do que muitos pensam, os cuidados paliativos n�o s�o direcionados somente a pacientes em fase terminal. Al�m disso, refor�a que a equipe de cuidados paliativos � usualmente composta por m�dicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudi�logos, farmac�uticos, fisioterapeutas,  psi- c�logos, dentistas, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais. O grupo ainda pode ter um capel�o ou assistente espiritual.

 

“� importante desmistificar esse conceito de que cuidado continuado � para pacientes que est�o destinados a morrer, pois � justamente o oposto. No cuidado paliativo sempre h� o que fazer pelo paciente, pois n�o existem limites para o cuidado. S�o esfor�os destinados a pessoas com alto grau de sofrimento, seja potencial ou real. Idealmente, os cuidados paliativos devem ser oferecidos em todos os cen�rios, em n�vel domiciliar, ambulatorial e hospitalar”, afirma.

 

Para Sarah, em meio � pandemia do novo coronav�rus, os cuidados paliativos assumem uma import�ncia ainda maior. “O cuidado paliativo � um componente fundamental de qualquer plano de cuidados durante a pandemia, e os profissionais que atuam neste cen�rio t�m a obriga��o de prest�-los com o intuito de aliviar o sofrimento, tanto do paciente quanto de seus familiares, independentemente da fase da doen�a.”

 

A especialista ressalta que a boa comunica��o deve ser um dos pilares dos cuidados paliativos para que os profissionais de sa�de se comuniquem, de forma honesta, e tomem decis�es de maneira transparente acerca da evolu��o do quadro da doen�a, a fim de manter a confian�a com outros m�dicos, com o paciente, seus familiares e com a comunidade.

 

“Em uma pandemia, essas habilidades podem n�o ser apenas desej�veis, mas tamb�m essenciais para que o desfecho n�o seja desastroso, e que o impacto e o sofrimento sejam sempre minimizados e prevenidos, quando poss�vel”, diz.

 

Outro ponto destacado pela especialista � a constata��o de que os pacientes que, normalmente, fazem uso dos cuidados paliativos s�o pessoas com doen�as cr�nicas, grupo de risco no cont�gio da doen�a causada pelo novo v�rus. “Muitos desses pacientes j� teriam a indica��o de acompanhamento por uma equipe de cuidados paliativos. Alguns, inclusive, j� o fazem, por suas condi��es de base. Portanto, os cuidados continuados s�o importantes em qualquer fase de demais patologias.”

 

VIRTUAL A m�dica paliativista pontua que a paralisa��o ou interrup��o dos cuidados paliativos, devido ao isolamento social, pode acarretar consequ�ncias negativas no processo de al�vio do paciente, bem como novos problemas psicol�gicos e f�sicos.

 

“Pacientes com doen�as graves s�o a popula��o mais em risco neste momento. E, muitas vezes, se sentem desamparados pelo fato de n�o estarem seguros no ambiente hospitalar, justamente pelo alto risco de contamina��o. Al�m disso, o medo e a ansiedade, decorrentes da pandemia ocasionam uma descompensa��o da doen�a de base, propiciando o surgimento de novos sintomas f�sicos e emocionais.”

 

Por isso, Sarah conta que, seguindo recomenda��es da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), os atendimentos para a realiza��o de cuidados continuados t�m sido feitos por meio do telemonitoramento, priorizando o feito por videoconfer�ncia.

 

“Essa modalidade proporciona uma melhor avalia��o do paciente e sua fam�lia, apontando com maior clareza sinais e sintomas para controle do quadro da doen�a. Al�m disso, no momento do atendimento, seja ele por videoconfer�ncia ou viva-voz, escutamos o paciente e/ou cuidador e orienta��es multiprofissionais podem ser oferecidas tanto nos aspectos f�sicos quanto no componente bio-   psicossocial e espiritual do cuidado.”

 

Sarah detalha como esse atendimento se d� e frisa a necessidade de registro da consulta e todas as orienta��es dadas no prontu�rio do paciente, inclusive manifesta��o e/ou elabora��o das Diretivas Antecipadas de Vontade do doente junto aos seus familiares.

 

“Ao fim da assist�ncia prestada virtualmente, o pr�ximo telemonitoramento � marcado, conforme avalia��o do quadro cl�nico, sintomas e progn�stico do paciente, e/ou necessidades emergentes. Pelo perfil de nossos pacientes, ainda mais neste cen�rio de pandemia, buscamos intensificar a frequ�ncia do contato com a equipe para n�o aumentar mais a ansiedade e a inseguran�a deles ao enfrentar um momento t�o delicado.”

 

A especialista destaca que atendimentos presencias podem ser necess�rios, a depender dos aspectos observados em consulta virtual. Isso porque, a partir do exame f�sico, � poss�vel que uma an�lise e consequente elucida��o diagn�stica seja feita, a fim de elaborar uma melhor estrat�gia terap�utica.

 

“Nesses casos, em que o atendimento presencial, com a necessidade de equipe multidisciplinar, � indispens�vel, � recomendado que seja feito por apenas um especialista de cada vez. Sendo em consult�rio, box de quimioterapia ou por visita domiciliar, todas as precau��es s�o tomadas, como uso de equipamentos de prote��o, cuidados de higiene e distanciamento adequado”, explica.

 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram


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