
Nas pontas das agulhas, a cada mover de m�os de uma artes�, um novo ponto ganha forma. Aos poucos, ent�o, aquele croch� se transforma em algo mais: uma manta, um casaco, uma touca. E ainda sim, mesmo depois de pronto, esse emaranhado de linhas se torna mais. Mais que roupa, acess�rio ou cobertor para se esconder do frio: um aconchego feito a m�o que � doado a outrem, de forma a aquec�-lo de amor.
� assim com o Agulhas de Bel�, grupo de artes�s mineiras que carregam com orgulho em seu nome o carinho pela cidade em que atuam e doam amor e, tamb�m, a refer�ncia ao seu maior bem: a agulha, instrumento de trabalho e companheira de desafios.
“Somos um grupo de artesanato solid�rio. Somos um coletivo, um grupo de volunt�rias. E, desde 2018, fazemos croch� e tric� com o objetivo de produzir mantas e pe�as de l� para aquecer pessoas menos favorecidas”, relata a professora �ngela Teixeira Santos, de 50 anos, uma das coordenadoras do grupo, que surgiu em uma roda de conversa no Parque Municipal da capital mineira.

No grupo, todos s�o volunt�rios, algumas somente doam os materiais e outras crochetam, enquanto ainda tem um grupo respons�vel pela entrega. “No entanto, n�o temos parceria fixa. � uma luta di�ria. Aos poucos, vamos juntando ‘daqui e dali’ e comprando l�s em promo��o. Mas, claro, toda ajuda � sempre bem-vinda e precisamos muito de doa��es de novelos de l�s acr�licas para n�o causar alergia.”
Independentemente das dificuldades, ajudar � um ato de amor, afirma a coordenadora do Agulhas de Bel�. Uma ajuda m�tua. “O que vai em cada manta, cada casaquinho, cada meia, cada cachecol � muito mais que agulhas e linhas. � o desejo de aquecer um cora��o e de mostrar que todos somos importantes. O sorriso no rosto de quem recebe aquece o cora��o de quem doa.”
� tamb�m uma forma de esquecer as preocupa��es, conforme a empres�ria Meire Luiza Fran�a, de 53. “Amo fazer parte desse grupo. A cada desafio proposto, fico com o cora��o a mil. Distraio e me sinto �til. H� mais de um ano estava procurando algo em que pudesse ajudar sem sair de casa e com que me identificasse. Achei o grupo por acaso no Instagram. E, hoje, me sinto feliz em poder ajudar. No fim das contas, quem me ajuda � o projeto. S�o momentos prazerosos.”
Para a professora Mara Rocha Hissa, de 50, tamb�m colaboradora do projeto, a ajuda ao pr�ximo � quase um sin�nimo de ajuda a si mesmo. “Cada pe�a produzida leva consigo um carinho imenso, o cuidado de quem, mesmo tendo diversas outras tarefas a serem feitas, dedica parte do seu tempo para ajudar algu�m que precisa. Para mim, poder distribuir carinho e cuidado, principalmente no momento dif�cil em que vivemos em raz�o da pandemia, � um privil�gio enorme. O amor que colocamos nas pe�as � retribu�do imensamente. N�o precisamos estar presentes, in loco, para que possamos sentir a alegria das pessoas que s�o presenteadas”, diz.
PANDEMIA
Se a presen�a in loco foi afetada pela pandemia de COVID-19, muitos outros momentos do grupo tamb�m foram. Por�m, nada que abalasse ou impusesse barreiras para que a ajuda chegasse at� os que mais precisam. Afinal, de acordo com �ngela Santos, a miss�o � “ajudar n�o s� neste momento, mas principalmente neste momento, no qual tudo parece fora de lugar, temos que nos afastar e sentimos mais falta de calor humano”.

Por outro lado, �ngela Santos conta que mais pessoas t�m procurado a oportunidade de participar do projeto. “Realizamos desafios no projeto para confeccionar mantas, meias, casaquinhos e toucas, e tem sido um sucesso, pois temos tido participa��o das artes�s e estamos conseguindo concluir os desafios com sucesso e muito trabalho volunt�rio”, revela a artes� e dona de casa Dayse Menegati, de 49.
MAIS AMOR
Segundo a participante do projeto e t�cnica em secretariado Luciana Setragni, de 45, elas sempre carregam em mente o lema que criaram: “Juntas em cada pontinho. Afinal, fazer o bem faz bem, e este projeto � sin�nimo de amor. Ajudar o pr�ximo participando desse projeto nos faz cada dia mais felizes ao sabermos que fazemos e constru�mos o bem. E de fato estamos sempre juntas, ensinamos uma � outra. H� quem j� chegou ao projeto sem saber crochetar e hoje nos ajuda a confeccionar lindas mantas.”
A administradora Soraia Maria Coelho Le�o, de 56, que faz parte do grupo desde o in�cio, se diz muito feliz em fazer parte desse “grupo de amor”. “Al�m de muito agrad�vel, funciona como uma terapia. Sinto um bem-estar muito grande, pois acredito que a maior benefici�ria sou eu”, relata.
COMO AJUDAR?
As doa��es podem ser de mat�ria-prima ou produ��es prontas*
- Para fazer as mantas, gorros, meias e casacos, pode-se utilizar a t�cnica que quiser – croch�, tric� e tear. O importante � seguir as medidas sugeridas para as mantas: 1m x 1m
- A manta pode ser� feita inteiri�a ou quadradinhos de 25cm x 25cm, que ser�o montados para a forma��o de uma manta
- A doa��o de l�s acr�lica de TEX 500 tamb�m podem ser feitas. Ela � usada porque esquenta bem, n�o � al�rgica e � leve
- Aten��o! As entregas podem ser feitas em alguns pontos de apoio do Projeto Agulhas de Bel�. Confira:
- Boneca de Linha (Instagram: @bonecadelinha)
- Silvia Assun��o (ateli� e armarinho) (Instagram: @bysylviassuncao)
- Variete Comercial (Instagram: @varietecomercial)
- Espa�o Bellis Fios (Instagram: @espacobellisfios)
- Para saber mais, acesse o Instagram oficial do Agulhas de Bel�: agulhas_de_belo
*Fonte: Agulhas de Bel�
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram