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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Crian�as e adolescentes volunt�rios: corrente solid�ria

Ser volunt�rio � doar tempo, amor, talento e trabalho a quem mais precisa. E n�o importa a idade, crian�as e adolescentes d�o o exemplo


22/08/2021 04:00 - atualizado 21/08/2021 21:21

Voluntário mirim Davi Soares Pimenta, o dr. Pimentinha, de 13, começou a frequentar o Novo Céu com apenas 6 anos, junto com o grupo Amor em Obra Dr. Palhaço
Volunt�rio mirim Davi Soares Pimenta, o dr. Pimentinha, de 13, come�ou a frequentar o Novo C�u com apenas 6 anos, junto com o grupo Amor em Obra Dr. Palha�o (foto: Novo C�u/Divulga��o)

“Sou o Davi Pimenta, hoje vou contar como � minha experi�ncia de volunt�rio no Lar Novo C�u. Para quem n�o sabe, � onde trabalho socialmente. Quando fui l� pela primeira vez, achei estranho, fiquei com muito medo porque aquelas pessoas estavam com um rosto estranho... L� as pessoas t�m paralisia cerebral, que � uma doen�a muito grave e na �poca eu tinha 6 anos. Depois de um longo per�odo indo l�, comecei a n�o ter mais medo e entro l� para fazer aquelas pessoas felizes. Levo um instrumento chamado ukulele. N�o sei tocar, mas canto musiquinhas com os outros palha�os e sempre fico feliz quando entro naquele lugar. Posso recomendar para todos esse projeto, pois me sinto bem e orgulho de ajudar.” O depoimento de Davi, de 13 anos, mostra o poder transformador, m�gico e educador do voluntariado.

Ser crian�a � viver no mundo da fantasia e da imagina��o, olhar o outro sem preconceito, ser curioso, perguntar sempre, aprender e ensinar brincando e formar parcerias, fazer amigos para, naturalmente, ajudar um ao outro. Tudo que � essencial para se tornar um volunt�rio desde cedo.

No pr�ximo domingo (29/08), ser� comemorado o Dia Nacional do Voluntariado (Lei 7.352/1985, que instituiu a data). E, hoje, o Estado de Minas quer inspirar todos, crian�as e adultos, a tomarem a decis�o de olhar e ajudar o outro para mergulhar em uma corrente do bem. E apresentar aos leitores como crian�as e adolescentes se sentem ao participar, colaborar e contribuir com o trabalho solid�rio, com as causas sociais. E como pais, respons�veis, escola e institui��es podem e devem fazer esta semente germinar e dar frutos para um mundo melhor.


 
N�o existe uma idade m�nima para quem quer ser volunt�rio. Crian�as e adolescentes podem dar o primeiro passo para ser agentes de transforma��o social, seja dentro de casa, no pr�dio, bairro, escola, clube, comunidade ou cidade onde vivem. A �nica regra �: se tem menos de 18 anos � preciso que seja respaldado e atenda aos crit�rios da Lei Nacional do Voluntariado 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. 

A�, est� tudo certo, basta se dispor a prestar um servi�o sem inten��o de lucro ou de receber qualquer valor em dinheiro. A miss�o do volunt�rio � doar, n�o s� tempo e generosidade, mas atender a um chamado humano de colaborar, ajudar, dividir alegrias, aliviar sofrimentos e melhorar a qualidade da vida de todos. � estender a m�o e n�o abandonar ningu�m.

Dividir para somar, amor sem medida

Ana Pimenta, m�e de Davi, conta que conheceu o Novo C�u a convite de um amigo, o Palha�o Geleia, e levou seu filho para que pudesse interagir e ver de perto as dificuldades que ele n�o tem.

“Foi muito bom para o desenvolvimento dele e na forma��o do car�ter e esp�rito de solidariedade. H� tr�s anos, eu, Viviane Vale e Giselle Sim�es fundamos um grupo de volunt�rios que se chama Amor em Obra Dr. Palha�o (@amoremobradrpalhaco) e participamos de v�rios projetos sociais e fazemos campanhas para ajudar as institui��es. Uma frase que define o voluntariado: Ser volunt�rio � dividir para somar, � amor sem medida.”

“Quando puder, quero visitar o Novo C�u novamente. At� l�, j� vou saber ler e vou contar hist�rias para as crian�as”, fala Marina Sim�es Sena, de 5 anos. Desde beb�, ela visita a institui��o que acolhe pessoas com paralisia cerebral, junto com a m�e, Nath�lia Sim�es, rela��es-p�blicas, autora do livro “Como posso fazer o bem?”, da Editora Gulliver, que acaba de ser lan�ado, com Marina sendo personagem principal de uma linda hist�ria que incentiva as crian�as a conhecerem as diversas formas de praticar o voluntariado e como traz valores essenciais, como a colabora��o, empatia e a solidariedade. 

Por meio do di�logo com sua m�e, Marina compreende que fazer o bem come�a com a��es simples em seu pr�prio espa�o, mas desenvolve, tamb�m, um olhar atento para as car�ncias de atos de gentileza e solidariedade com as pessoas no entorno dela. O desejo e os planos de Marina fazem todo o sentido, j� que desde o in�cio da pandemia, por seguran�a, ela n�o pode ir ao Novo C�u.



“Quando colocamos um filho no mundo, o desejo de torn�-lo uma morada melhor vira um compromisso. Sem d�vida, a maternidade me impulsionou ainda mais para criar ferramentas de transforma��o social. Escrever um livro infantil com esse tema foi um grande desafio, primeiro por ser para crian�as. Al�m disso, 'fazer o bem' � um conceito amplo e abstrato. Eu me sentia � vontade para conversar com os adultos, mas buscava formas de abordagem com as crian�as, em especial minhas filhas Marina, de 5, e Isabela, de 3. Ent�o, escrevi uma hist�ria me inspirando nos di�logos que tinha com Marina, que na �poca estava com 3 anos. Essa fase � marcante pela curiosidade, pelas perguntas inusitadas e express�es sobre o mundo que ela come�a a compreender. O meu desejo � que ele alcance muitas crian�as e adultos tamb�m”, conta Nath�lia.

No livro, a hist�ria parte da pr�tica do bem a partir do entorno. “Afinal, n�o � poss�vel fazer o bem para terceiros se n�o come�armos pelos nossos. Lembro-me, ainda adolescente no desejo de mudar o mundo, meu pai 'puxando minha orelha' dizendo: 'Filha, antes de querer mudar o mundo, arrume o seu quarto'. Depois descobri que ele parafraseou um discurso de Bill Gates aos formandos de uma universidade americana. Sempre me lembro disso e a hist�ria come�a com a personagem olhando para seu entorno at� o ponto em que ela expande o olhar e pergunta para a m�e se existem volunt�rios em outros pa�ses. Nesse sentido, acredito que a semente come�a com exemplos di�rios.”

Permitir a participa��o e a autonomia da crian�a em tarefas importantes, como a organiza��o do espa�o que ela habita, proporcionar o contato com a natureza para que ela conhe�a e valorize a fauna e a flora, conviver com pessoas diferentes, demonstrando o respeito a essas diferen�as. “E doe, o pr�prio ato de doar, de maneira genu�na, incentivando que ela compartilhe roupas e brinquedos, por exemplo”, destaca Nath�lia.
 
Nathália Simões com as filhas Marina, de 5 anos, e Isabela, de 3, que são estimuladas a um olhar atento para atos de gentileza e solidariedade com as pessoas no entorno delas
Nath�lia Sim�es com as filhas Marina, de 5 anos, e Isabela, de 3, que s�o estimuladas a um olhar atento para atos de gentileza e solidariedade com as pessoas no entorno delas (foto: Arquivo pessoal)
 
Nath�lia revela que sua experi�ncia com Marina � um repert�rio que � aumentado todos os dias, inclusive com a ca�ula, Isabela: “N�o adianta dizer o que tem que ser feito, mas fazer. E isso � uma constru��o di�ria que parte dos cuidadores da crian�a. Na pandemia, na qual o conv�vio social se limitou, tivemos que nos voltar para n�s cultivando o cuidado do ambiente dom�stico. Desafios enormes, n�o � mesmo? Mas � assim que a gente come�a com a crian�a. Quando ela est� no ‘mundo l� fora’, ser� mais natural cuidar do outro. Um passo de cada vez”.

O livro, que trata de conceitos de cidadania global, rede colaborativa e sustentabilidade inseridos com exemplos simples e de afetiva percep��o pelas crian�as, ali�s, nasceu no modelo “um por um”, ou seja, a cada livro vendido, um � doado. “A cada edi��o, escolho uma organiza��o social para a doa��o. A primeira foi a Novo C�u, que acolhe crian�as, adolescentes e adultos com paralisia cerebral, e convido uma empresa a apoiar a produ��o. Dessa forma, consigo ampliar o acesso ao livro e apresentar um modelo de neg�cio sustent�vel, fortalecendo a cultura de doa��o”, explica.

PEDIDO DE AJUDA 

Nath�lia conta que seu despertar para o voluntariado aconteceu a partir de um pedido de ajuda. Uma grande amiga fazia parte da diretoria de uma organiza��o social sem fins lucrativos em Belo Horizonte e precisava de um apoio na �rea de comunica��o. Com 10 anos de voluntariado, algu�m que come�ou sem nunca ter sido volunt�ria, Nath�lia se transformou em algu�m que mobiliza e conecta pessoas em prol de causas sociais.
  
“Gosto de simplificar o voluntariado para torn�-lo acess�vel e uma pr�tica recorrente. As primeiras perguntas que as pessoas devem se fazer s�o: pelo qu� seu cora��o bate? Quais s�o os problemas que gosta ou gostaria de ajudar a resolver? Quais causas mais sensibilizam voc�?. A partir disso, fica mais f�cil procurar organiza��es sociais para ajudar.” Para ela, no Brasil, existe vontade, mas h� tamb�m pouca consci�ncia social de fato. “Talvez seja por isso que em cen�rios extremos de escassez e de crises, percebemos mais claramente os que doam e ajudam genuinamente, e os que n�o t�m esses valores introjetados e os praticam por conveni�ncia ou superficialmente. Ser volunt�rio e doador � um estado de consci�ncia, e n�o de ter recursos para faz�-lo. Quem tem consci�ncia encontra os meios. Nesse sentido, coloco-me como uma semeadora desse movimento.”


LEITURA DO BEM

(foto: Arquivo Pessoal)
 
  • Obra: “Como posso fazer o bem”
  • Autora: Nath�lia Sim�es
  • Editora: Gulliver, selo Adelante
  • Ilustrador: artista anjo, S�rgio Luiz
  • Pref�cio: fil�sofo e escritor Rodrigo Starling, fundador da associa��o Minas Volunt�rios
  • V�deo: https://www.youtube.com
  • /watchv?=Bv-kPV-iNtY
  • N�mero de p�ginas: 35
  • Pre�o sugerido: R$ 30
  • Venda: no http://www.comopossofazerobem.com.br/ ou na institui��o Novo C�u (31) 3368-6860.


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