Vitiligo: tire suas d�vidas sobre a doen�a autoimune de Nat�lia, do BBB22

A presen�a da modelo Nat�lia Deodato no BBB-22 chama a aten��o para o vitiligo, doen�a que a candidata � portadora. Com essa condi��o exposta em n�vel nacional, m�dicos que integram a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBO) destacam o que � a doen�a refor�am a import�ncia de combater o preconceito.

 

A SBO refor�a que pessoas que apresentam vitiligo n�o t�m limita��es f�sicas ou cognitivas, n�o transmitem sua condi��o pelo contato social e est�o aptas ao trabalho e ao desenvolvimento de rela��o afetivas e humanas em qualquer contexto.

“A forma como a candidata Nat�lia Deodato se relaciona com o vitiligo � um exemplo de como pessoas com esta condi��o devem preservar sua autoestima em alta e buscarem ocupar espa�os no conv�vio social. Um portador de vitiligo n�o deve ser exclu�do ou alvo de estigmas. Ele merece respeito, como qualquer outro individuo, e est�mulos para desenvolver seu potencial”, ressalta o presidente da SBD, Mauro Enokihara.

A principal caracter�stica do vitiligo s�o as manchas que se espalham pela pele em decorr�ncia de despigmenta��o provocada pela falta ou diminui��o da melanina. No entanto, as marcas da doen�a n�o se limitam ao corpo. isso porque o estigma e o preconceito fazem com que pessoas nessa condi��o fiquem vulner�veis ao desenvolvimento de transtornos psicol�gicos e busquem o isolamento.

Geralmente, o vitiligo n�o traz comprometimentos graves � sa�de de quem o desenvolve. Por isso, falar dessa condi��o requer um empenho especialmente dedicado ao combate do preconceito e � discrimina��o contra essas pessoas.

“Estamos diante de uma oportunidade. Nos �ltimos dias, a busca pelo termo ‘vitiligo’ na internet foi impulsionada em decorr�ncia da confirma��o de uma das candidatas ao pr�mio do BBB com essa caracter�stica. � um espa�o privilegiado para refor�ar a luta em defesa de pessoas que, como ela, devem ser respeitadas em sua diversidade”, afirma Beni Grinblat, 2º secret�rio da SBD.

Manchas

O vitiligo � uma manifesta��o n�o contagiosa, autoimune e multifatorial. Seu surgimento pode estar relacionado � predisposi��o gen�tica. Fatores externos podem contribuir para o aparecimento ou agravamento das manchas que decorrem da perda gradativa da pigmenta��o devido � forma��o de linf�citos T que destroem os melan�citos, respons�veis pela produ��o de melanina.

Existem cinco formas de manifesta��o do vitiligo: focal (manchas pequenas em uma �rea espec�fica do corpo); mucosal (manchas somente nas mucosas, como l�bios e regi�o genital); segmentar (manchas distribu�das unilateralmente, apenas em uma parte do corpo); acrofacial (manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do �nus e genitais); comum (manchas no t�rax, abdome, pernas, n�degas, bra�os, pesco�o, axilas e demais �reas acrofaciais); e universal (manchas espalhadas por quase todas as regi�es do corpo).

Para esclarecer d�vidas sobre o assunto e ajudar no combate ao preconceito causado pela desinforma��o, Caio Castro, dermatologista especialista da SBD, apresenta, a seguir, respostas a d�vidas relacionadas a essa condi��o. Confira:

Vitiligo � uma doen�a autoimune de origem gen�tica em que os melan�citos s�o alvos dos linf�citos T que est�o em situa��o desregulada. Eles acham que os melan�citos s�o subst�ncias estranhas e os atacam. Provavelmente, esses melan�citos apresentam alguma subst�ncia que o linf�cito T reconhece como corpo estranho, destruindo a fonte de produ��o da melanina, que � o que d� cor � pele.

N�o h� limita��es que os impe�am de trabalhar, casar, ter amigos e conviver em grupos sociais. No entanto, alguns cuidados f�sicos devem ser tomados, sobretudo com a exposi��o solar.

 

Por ser autoimune, n�o h� nenhum risco de transmiss�o ou cont�gio por vitiligo. Contudo, o principal problema para as pessoas que vivem com vitiligo � o impacto causado na apar�ncia, que por fugir aos padr�es pr�-estabelecidos, leva � baixa na autoestima. Isso resulta em isolamento e traumas emocionais.

Aproximadamente 15% dos pacientes com vitiligo t�m alguma doen�a relacionada � tireoide. Por�m, esses problemas s�o causados pelos mesmos fatores que provocaram o vitiligo. N�o h� uma rela��o de depend�ncia entre as duas condi��es autoimunes. Por ser uma doen�a sist�mica, os pacientes com vitiligo podem desenvolver uve�te (inflama��o nos olhos) e aproximadamente 10% dos afetados desenvolvem d�ficit auditivo.

 

O vitiligo afeta ambos os sexos e pessoas de qualquer etnia. Os sinais costumam aparecer, em m�dia, aos 24 anos. Contudo, existem alguns dados de preval�ncia diferentes. Por exemplo, nos pa�ses anglo-sax�es, em m�dia, 1% desenvolve a doen�a; no Brasil, 0,5% da popula��o manifesta essa condi��o; na China esse percentual chega a 0,1% e na �ndia a 5%.

Como se trata de uma condi��o com origem gen�tica, as chances de aparecer em pessoas da mesma fam�lia s�o muito grandes, sobretudo quando se tem m�e ou irm�os com essa condi��o.

 

O diagn�stico cl�nico � feito, a princ�pio, a olho nu, apenas com o aux�lio de uma l�mpada especial. Quando h� d�vidas � realizada bi�psia das les�es, j� que as manchas do vitiligo podem se confundir com as de outras doen�as de pele, como a micose fungoide hipocromiante ou l�pus discoide.

 

O vitiligo ainda n�o tem cura, mas tem controle. Com a ajuda m�dica, fazendo uso de medicamento e terapias reconhecidos cientificamente, alguns pacientes podem repigmentar a �reas afetadas ou mesmo despigmentar o corpo por inteiro.

 

Cada indiv�duo pode apresentar os sinais do vitiligo de forma diferente. Por�m, geralmente, as primeiras manchas aparecem no rosto, m�os e regi�o genital.

 

Os pacientes dessa condi��o t�m uma maior tend�ncia de envelhecimento na pele, em especial nas �reas despigmentadas; al�m de maior propens�o a sentir os efeitos de “queimaduras” no local por conta de exposi��o excessiva ao sol.