
Al�m disso, elas t�m menos risco de desenvolver miocardite nos dois casos (por covid ou efeito colateral de vacina) que adultos.
Segundo a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), 75% dos casos de miocardite associados a vacina contra covid-19 ocorrem em homens e a idade m�dia dos afetados � de 30 anos, ap�s a primeira dose da vacina, e 24 anos, ap�s a segunda dose.
Al�m disso, os casos de miocardite em crian�as decorrentes de vacina��o, al�m de muito raros, foram, em sua grande maioria, leves.
"� importante ressaltar que devido � baixa frequ�ncia deste efeito adverso e a natureza benigna da apresenta��o cl�nica nos casos relatados, o benef�cio da vacina��o supera grandemente o pequeno risco desta complica��o", diz parecer t�cnico da Fiocruz.
A BBC News Brasil re�ne aqui respostas a tr�s perguntas que podem ajudar a entender melhor esse tema:
1. O que � a miocardite
� a inflama��o do m�sculo do cora��o conhecido como mioc�rdio, que facilita a contra��o para bombear sangue. Quando esse m�sculo inflama, esse movimento de contra��o pode ser afetado.
"O sintoma mais comum � dor no peito e algumas pessoas podem ter febre. Em casos mais severos, o paciente pode sentir falta de ar e incha�o nas pernas. Em casos muito graves pode levar � morte", explicou � BBC News Mundo (servi�o em espanhol da BBC) Jorge Salinas, infectologista e epidemiologista do hospital da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Em crian�as, segundo a Fiocruz, o "sinal de alerta" para a miocardite � a ocorr�ncia de taquicardia sem febre.

2. Por que a miocardite aparece e qual sua rela��o com a covid?
A miocardite pode aparecer "depois de uma infec��o, qualquer que seja ela, ou devido a uma falha do nosso sistema imune", diz Salinas. Portanto, como a covid � uma infec��o viral, ela pode causar o aparecimento dessa inflama��o.
"Alguns estudos mencionam que a incid�ncia da miocardite � de mais de 100 por 100.000 casos em pessoas com covid, enquanto a incid�ncia antes da covid existir era de 1 a 10 casos por 100.000 habitantes", destacou Salinas.
"Em outras palavras, a infec��o por coronav�rus pode aumentar o risco de desenvolver miocardite em mais de 10 vezes", acrescentou. Outra quest�o � a gravidade da miocardite. Tal como ocorre com o coronav�rus, a maioria dos casos � leve, mas pode haver complica��es. Casos mais graves s�o mais frequentes quando a miocardite decorre de infec��o por covid. As inflama��es associadas � vacina s�o raras e tendem a ser leves.
"Se voc� deixar o sistema imune atuar por si s�, a resposta varia muito de pessoa para pessoa, mas se a pessoa est� vacinada e aparece a miocardite, sabe-se que ela tende a ser leve", diz Salinas.
3. A vacina contra covid aumenta o risco de miocardite, ainda que seja leve?
O Comit� de Avalia��o de Riscos de Farmacovigil�ncia da Europa (PRAC, na sigla em ingl�s), recomendou incluir a miocardite como efeito adverso raro das vacinas contra a covid de tecnologia mRNA (Moderna e Pfizer). O �rg�o destaca, por�m, que a probabilidade de incid�ncia � baixa.
O infectologista do hospital da Universidade de Stanford Jorge Salinas diz que n�o est� totalmente claro se as vacinas causam miocardite. Ele tamb�m destaca que, mesmo que causem, o risco de isso ocorrer � pequeno.
De acordo com uma pesquisa israelense publicada no The New England Journal of Medicine e realizada em colabora��o com a Universidade de Harvard e o Instituto de Pesquisa Clalit: "Entre os pacientes de um grande sistema de sa�de israelense que haviam recebido ao menos uma dose da vacina mRNA BNT162b2 (Pfizer-Biontech), a incid�ncia estimada de miocardite foi de 2,13 casos por cada 100.000 pessoas; a incid�ncia mais alta foi entre pacientes homens entre as idades de 16 e 29 anos. A maioria dos casos de miocardite foi de gravidade leve ou moderada."
Salinas destaca que, na pr�tica, a vacina contra a covid reduz o risco de incid�ncia de miocardite, j� que protege a popula��o contra a covid. "Ao vacinarmos, o que estamos fazendo � diminuindo o risco de ter miocardite, porque se voc� n�o se vacina, vai pegar covid e, se voc� tem covid, o risco de miocardite � maior e sua gravidade pode ser imprevis�vel", disse.
"Se voc� se vacina, seu risco � menor e se voc� desenvolve miocardite em decorr�ncia da vacina, o mais prov�vel � que ela seja leve", acrescentou.
Parecer t�cnico feito para orientar o programa de imuniza��o de Portugal apontou que a miocardite por infec��o de covid � cerca de "60 vezes mais frequente" que pela vacina��o. O documento tamb�m aponta que essa condi��o de sa�de costuma ter sintomas "mais graves, evolu��o mais prolongada e complica��es de longo prazo" quando decorre da covid.
"A miocardite em idade pedi�trica ap�s a vacina��o � muito rara, apresenta-se com sintomas ligeiros, evolu��o r�pida e n�o aparenta ter complica��es ou sequelas a longo prazo", dizem os autores do parecer- a diretora cl�nica do Centro Hospitalar Universit�rio de Lisboa, Fatima Pinto, e o diretor do Programa Nacional Para Doen�as C�rebro-Cardiovasculares de Portugal, Filipe Macedo.
Agora, suponhamos que uma pessoa tem uma condi��o card�aca e, por isso, tema de piorar ap�s a vacina��o.

Nesse caso, "o risco de ficar gravemente doente ao se infectar por covid � maior que o oferecido pela miocardite leve e pouco prov�vel de ocorrer associada � vacina", destaca Salinas, do Hospital da Universidade de Stanford.
"O incr�vel das vacinas � que elas treinam nosso corpo para n�o nos infectemos ou para que, em caso de infec��o, nosso organismo possa reagir de maneira ordenada", explica.
"Quando o v�rus chega ao corpo, o organismo estabelece uma s�rie de barreiras coordenadas para combat�-lo. No entanto, quando a pessoa n�o est� vacinada e � infectada, o sistema imune pode atuar de maneira desesperada e, neste caso, produzir uma miocardite", conclui.
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