Ossos, m�sculos e articula��es agradecem

Tendo como foco o resultado do estudo apresentado na JAMA Internal Medicine, certo � que a caminhada � uma atividade simples, de f�cil acesso e com bons resultados. Mas a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da Sa�de no Lar, alerta que n�o se devem desmerecer outros exerc�cios f�sicos, j� que todos eles desempenham pap�is important�ssimos quando o assunto � sa�de e redu��o de doen�as a curto, m�dio e longo prazos. 

 

“A caminhada tem in�meros benef�cios, como a melhora do funcionamento cerebral, redu��o dos n�veis de estresse, combate � depress�o, melhora da qualidade do sono, trabalho da musculatura inferior, ajuda no controle de peso, combate � osteoporose e, como o estudo da JAMA sugere, diminui o risco de mortes prematuras – aquelas relacionadas a doen�as cr�nicas entre os 30 e os 69 anos”, diz. 

Simone lembra que caminhar � uma atividade que, al�m de prazerosa, pode ser feita em qualquer lugar e pela grande maioria das pessoas, tendo cuidado apenas com o tipo de cal�ado e com roupas adequadas. “E n�o precisa pagar para fazer”, acrescenta.

 

 

 

"O primeiro passo para come�ar qualquer atividade f�sica � consultar um m�dico"

Simone de Paula Pessoa Lima, geriatra

 

 

Al�m disso, mesmo sendo uma atividade de baixo impacto, ela contribui para controlar uma s�rie de doen�as. “Combate dores nos m�sculos e ossos e refor�a a coluna vertebral, deixando o sistema musculoesquel�tico mais forte para dar conta de sustentar o corpo.” 

 

Exatamente por ser de baixo impacto, pode ser feita por qualquer pessoa, obviamente com a orienta��o m�dica, melhorando o condicionamento f�sico e diminuindo ou controlando, consideravelmente, o risco de doen�as que afetam os ossos e m�sculos ou articula��es, como osteoporose, lombalgia, fibromialgia, artrites, artroses, osteoartrites, sarcopenia, entre outras. 

 

“Exerc�cios de baixo impacto, inclusive, s�o recomendados para pessoas que j� t�m desgaste articular ou problemas na coluna ou no joelho, mas sempre com a orienta��o de um profissional”, acrescenta Simone. 

 

Ent�o, resta tomar a decis�o de colocar a caminhada como h�bito, na rotina di�ria. “O primeiro passo para come�ar qualquer atividade f�sica � consultar um m�dico. � ele quem vai definir, a partir de exames cl�nicos, f�sicos e de imagem, o que pode ou n�o ser feito para que a caminhada entregue todos os seus benef�cios sem colocar o paciente em risco. Tudo � muito individual.”

 

 

Ap�s a libera��o, a recomenda��o � come�ar aos poucos, aumentando ao longo das semanas, a quantidade de tempo e a intensidade, usando sempre um t�nis confort�vel e com amortecimento, al�m de roupas com tecidos leves que facilitem a transpira��o. Qualquer atividade, quando iniciada, pode causar certo inc�modo, fadiga ou dores, mas pessoas com algum tipo de comorbidade ou doen�a cr�nica devem comunicar com o especialista.”

 

FAZER O M�NIMO A not�cia � estimulante para quem ainda n�o se deu conta de que n�o � poss�vel estar bem de forma sedent�ria. S� caminhada a far� viver mais? A geriatra enfatiza que “o melhor � que as pessoas se mantenham ativas sempre, e quanto mais, melhor. Isso, aliado a uma alimenta��o equilibrada, h�bitos saud�veis e sono de qualidade, com certeza � o segredo para a longevidade. 

A caminhada �, sim, um excelente exerc�cio pensando em uma vida longa e saud�vel, mas a dica � que cada um ache uma forma de fazer exerc�cios que goste e sinta prazer, evitando que seja algo imposto. Algumas pessoas t�m mais facilidade para esportes coletivos que tenham mais intera��o social. Outras preferem atividades que fa�am sozinhas, como a caminhada, corrida, nata��o. Outras sentem prazer em dan�ar. Mas, para aqueles que j� tentaram e n�o encontraram algo de que realmente gostem, que tenham em mente a necessidade e se proponham a fazer o m�nimo. A caminhada pode e deve ser uma op��o a ser considerada.”

 

Outro estudo, da American Cancer Society, comprovou que mulheres que andaram sete ou mais horas por semana tiveram um risco 14% menor do que aquelas que andaram somente 3 horas ou menos por semana de ter c�ncer de mama. Qual seria a influ�ncia da caminhada? “As atividades f�sicas, que podem ser uma caminhada, corrida, muscula��o, nata��o, bicicleta, entre outros, fazem com que o corpo consuma mais energia e necessite menos de insulina. A exposi��o a picos de insulina pode elevar as chances de desequil�brio hormonal e levar a um crescimento desordenado de c�lulas e processos inflamat�rios. Um outro ponto que deve ser considerado � o fato de a caminhada auxiliar na perda de peso e na redu��o da obesidade, que tende a deixar o organismo mais inflamado e mais suscet�vel a doen�as, como o c�ncer. Podemos dizer que os exerc�cios f�sicos em geral podem ser de grande valia para evitar as duas quest�es pontuadas acima”, explica a geriatra.

 

E a caminhada por 10 minutos tamb�m vai auxiliar na imunidade. Simone de Paula Pessoa Lima lembra que as atividades f�sicas, al�m de todos os benef�cios j� mencionados, cumprem papel importante para aumentar a imunidade do organismo. “O sistema imunol�gico � adapt�vel e � dividido em sistema imune inato e sistema imune adaptativo. Pode gerar uma variedade enorme de c�lulas e mol�culas capazes de reconhecer e eliminar uma grande quantidade de micro-organismos invasores. O sistema imune inato responde aos est�mulos de maneira n�o espec�fica, atacando as amea�as assim que elas s�o detectadas pelo organismo. Ele � composto por neutr�filos, eosin�filos, bas�filos, mon�citos, c�lulas natural killer e enzimas. J� o sistema de imunidade adaptativa � capaz de modular sua estrat�gia de acordo com as caracter�sticas de cada amea�a. O sistema imune adaptativo � composto por linf�citos T e B e por imunoglobulinas. Atualmente, existem pesquisas que mostram que o exerc�cio f�sico consegue realizar uma mudan�a no equil�brio (homeostase) do organismo. H� um aumento permanente nas c�lulas do sistema imune, tanto no inato quanto no adaptativo, fazendo com que o indiv�duo tenha menor incid�ncia a infec��es bacterianas, virais, al�m de uma menor incid�ncia de neoplasias, que podem originar tumores.” 

 

1  – Melhora da circula��o sangu�nea e a capacidade card�aca e, consequentemente, uma diminui��o dos riscos de problemas no cora��o.

2 – Fortalece os ossos e articula��es, fazendo com que o indiv�duo tenha mais disposi��o e tamb�m autonomia para as tarefas.

3 – Aumento da massa magra, que tem grande contribui��o no que diz respeito ao equil�brio, fundamental para evitar o risco

de quedas e fraturas, muito comuns nessa fase da vida.

4 – Previne a obesidade e o sedentarismo.

5 – Faz bem � sa�de mental por liberar serotonina, respons�vel pela sensa��o de prazer, e d� mais qualidade ao sono, entre muitos outros.

*Fonte: Geriatra da Sa�de no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima