Mulher amamentando

Mulher amamentando

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Amplamente preconizada, a amamenta��o exclusiva fornece todos os nutrientes necess�rios para um desenvolvimento saud�vel, tanto f�sico quanto cognitivo, para a crian�a nos primeiros meses de vida. Com o intuito de promover, apoiar e conscientizar sobre a import�ncia do aleitamento materno, a campanha Agosto Dourado foi criada em 1992 pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), em parceria com o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef), e � refor�ada por in�meras entidades todos os anos, incluindo o Minist�rio da Sa�de e a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Segundo a m�dica pediatra da Sa�de no Lar, Cl�udia Drumond, o leite materno pode ser considerado um alimento completo, capaz de oferecer � crian�a um melhor crescimento e diminuir o risco de doen�as e infec��es. "Funciona como uma esp�cie de primeira vacina do rec�m-nascido, ajudando no sistema imunol�gico, al�m de ser fonte de energia, prote�na, nutrientes, vitaminas e ajudar a prevenir infec��es. Mesmo depois que a amamenta��o cessa, o risco de asma, hipertens�o, obesidade e diabetes tamb�m � menor, se comparado a crian�as que n�o tiveram contato com o leite materno."

Esses benef�cios se estendem tamb�m �s m�es. Se recuperam do parto mais facilmente, j� que a oxitocina, horm�nio produzido no c�rebro, que tem papel importante para facilitar o parto e a amamenta��o, acelera o �tero a retornar ao seu tamanho, al�m de reduzir sangramentos ap�s o nascimento do beb�.

A médica pediatra da Saúde no Lar, Cláudia Drumond

Segundo a m�dica pediatra da Sa�de no Lar, Cl�udia Drumond, o leite materno pode ser considerado um alimento completo

Arquivo Pessoal
De acordo com a pediatra, tamb�m existem estudos que associam a amamenta��o com a redu��o das taxas de c�ncer de mama e ov�rio. Diminui ainda o risco de desenvolvimento de doen�as como diabetes tipo 2, hipertens�o, colesterol alto e artrite reumatoide.

Mais do que isso, a amamenta��o � um forte elo entre m�e e filho. Como � o caso de Laura Sanches, de 23 anos. Ela conta que saber da import�ncia da amamenta��o para o desenvolvimento da filha e poder proporcionar isso a ela � gratificante e promove a conex�o entre as duas. "Nos primeiros tr�s dias de vida da minha filha, eu tive certa dificuldade nesse processo, principalmente com rela��o a fazer a pega correta. Meu seio chegou a ferir e eu sentia muita dor."

A confeiteira Melissa Rios, de 42 anos, tem tr�s filhos e conta que a experi�ncia da amamenta��o tamb�m foi especial, por gerar um v�nculo especial com os pequenos."A princ�pio n�o conseguia a pega correta. Principalmente com minha primeira filha. Nesse per�odo tive o leite empedrando e os bicos dos seios rachando. Mas aprendi e tudo foi mais tranq�ilo nas outras gesta��es."

Cl�udia Drumond ressalta que esse tipo de desconforto, inicialmente, acontece com muitas mulheres, mas que quase todas as m�es conseguem amamentar com sucesso. Para que isso aconte�a, � fundamental uma rede de apoio por parte da equipe m�dica, de enfermagem e de familiares, que estimule a m�e para se sentir segura para alimentar o filho com o leite materno.

Laura Sanches e a filha

Laura Sanches conta que saber da import�ncia da amamenta��o para o desenvolvimento da filha e poder proporcionar isso a ela � gratificante e promove a conex�o entre as duas

Arquivo Pessoal
Laura ressalta que, durante a gesta��o, j� se perguntava como seria o processo de amamenta��o, pois tinha medo de n�o ter leite suficiente para sua filha. "Logo quando ela nasceu, foi bem dif�cil, pois eu n�o tinha nenhuma pr�tica e demorei um tempo para pegar o jeito certo de amamentar. Enquanto isso meu seio ficou muito dolorido, chegando at� mesmo a ferir. Isso acabou me frustrando um pouco e pensei que n�o aguentaria amamentar. Mas, com o aux�lio das enfermeiras da maternidade, aprendi e a dor cessou. Assim parei de sentir dor. E usei o pr�prio leite para melhorar o machucado", relata.

Sa�de mental e amamenta��o

O per�odo da gravidez e o p�s-parto pode acarretar baques emocionais, devido ao cansa�o excessivo e a sobrecarga. Tudo isso pode influenciar no fato de a m�e n�o conseguir amamentar o filho. E n�o amamentar acaba fazendo com que a mulher fique ainda mais ansiosa. Cl�udia Drumond explica que n�o h� motivos para preocupa��es. "� muito importante buscar ajuda psicol�gica e a orienta��o m�dica pedi�trica", ressalta.

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A defini��o de m�e no dicion�rio � aquela mulher que deu � luz, que cria ou criou um ou mais filhos. Aquela mulher que, por qualquer motivo, n�o conseguiu amamentar seu filho, n�o ser� menos m�e do que aquela que amamentou.

"Precisamos ser gentis com as m�es e, principalmente, as m�es precisam ser gentis consigo mesmas, aceitando as limita��es, lembrando que nem todos os resultados esperados ser�o atingidos e que precisamos aprender a conviver com o poss�vel", acrescenta a pediatra.

Doa��o de leite


Melissa Rios conta que v� a amamenta��o como uma forma de amor e cuidado, j� que atrav�s do ato muitos anticorpos s�o passados para os beb�s. Como seus filhos mamaram bastante, ela precisava tirar o excesso de leite e conta que fez a doa��o diversas vezes. "No hospital eles me informaram que eu poderia doar e achei �timo. No meu caso teria que tirar de qualquer jeito, ent�o foi muito compensador doar pro hospital que geralmente usa no neonatal. Acredito em mulheres ajudando e apoiando outras mulheres. � uma honra fazer parte dessa corrente."

O aleitamento materno cruzado, em que uma m�e amamenta um beb� que n�o seja o seu � algo proibido, devido o riscos de transmiss�o de doen�as. Atualmente, existem bancos de leite humano e pontos de coleta distribu�dos por todo o pa�s. Nesses locais o leite � tratado e pasteurizado e, por isso, adequado ao consumo.

Tanto a mulher quando os familiares podem fazer parte dessa rede como doadores, receptores ou buscando apoio ao aleitamento. Para realizar a doa��o, � preciso entrar em contato com as institui��es hospitalares que possuem esses bancos.