Envelhecimento do c�rebro: 10 mitos e verdades sobre o �rg�o

Para esclarecer algumas curiosidades sobre a sa�de do c�rebro e o envelhecimento cerebral, o m�dico Marcelo Valadares, m�dico neurocirurgi�o da disciplina de neurocirurgia da Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein elencou alguns mitos e verdades sobre o org�o.  

A redu��o do volume do c�rebro com a idade � comum durante o envelhecimento. Isso se deve � diminui��o no n�mero de c�lulas, entre elas, os neur�nios, que s�o os principais respons�veis pelo funcionamento do �rg�o. “Al�m disto, ocorre tamb�m uma diminui��o das conex�es entre os neur�nios. Esta altera��o do volume cerebral tamb�m � chamada de atrofia e pode ser maior ou menor, de acordo com outras condi��es de sa�de, que variam para cada pessoa", explica Marcelo Valadares.

At� o momento, n�o existem exames que possam prevenir o envelhecimento do c�rebro. As recomenda��es s�o relacionadas a preven��o de problemas de sa�de. Exames podem ser �teis quando existem altera��es neurol�gicas percept�veis, como problemas de mem�ria e de aten��o.

 
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Dentro do pr�prio neur�nio a transmiss�o se d� por meio de energia, como ocorre com o sistema el�trico de uma casa, por exemplo. Como os cabos de energia, os neur�nios s�o compridos e podem ter mais que um metro de extens�o. Entre as c�lulas, s�o os neurotransmissores que se comunicam, passando a mensagem adiante. “Hoje conhecemos mais de 60 tipos de neurotransmissores e, com a idade, a concentra��o de cada um pode variar; isso pode estar associado a problemas de sa�de”, ressalta o neurocirurgi�o.

Infelizmente, ainda n�o existe uma forma clara de frear processos degenerativos no c�rebro, principalmente quando doen�as como Alzheimer e Parkinson j� forma identificadas. Por�m, segundo o neurocirurgi�o da Unicamp e do Hospital Albert Einstein, existem condi��es de sa�de que podem reduzir o risco do desenvolvimento destas doen�as. “Adotar um estilo de vida mais saud�vel desde cedo, com alimenta��o balanceada, pr�tica de atividades f�sicas e evitando o excesso de bebidas alco�licas, por exemplo, pode reduzir o risco de doen�as neurodegenerativas”, diz o m�dico.

Um c�rebro jovem deve ser estimulado e bem cuidado. “A forma como se estimula o c�rebro hoje, impacta diretamente no amanh�. O cuidado deve ser f�sico, mental e emocional, uma vez que as emo��es e a cogni��o est�o ligadas �s conex�es entre os neur�nios. H�bitos de vida saud�veis associados a um sono regular, evitando estresse e ansiedade, s�o cuidados essenciais”, afirma Marcelo Valadares.

Sim, � verdade: manter vivos h�bitos como ler e estudar parecem estar relacionados a um menor risco de desenvolver dem�ncias ou, ao menos, de resistir aos sintomas em seu in�cio. O neurocirurgi�o explica que a principal hip�tese para explicar o mecanismo � chamada de reserva cognitiva. “Estudos indicam que, quem estimula o c�rebro, teria mais conex�es entre seus neur�nios e maior capacidade de processamento da informa��o. Essa reserva seria fundamental diante da morte de neur�nios ligada ao envelhecimento ou a doen�as, suprindo a fun��o que seria perdida normalmente”, afirma o m�dico e professor.

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Segundo Marcelo Valadares, o sono de qualidade � um dos principais elementos para manter a sa�de do c�rebro em dia. “Enquanto dormimos, em vez de ‘desligar’, nosso c�rebro inicia um dos seus momentos de maior atividade. Enquanto nossa consci�ncia est� ausente e sonhamos, os neur�nios processam e arquivam as informa��es recebidas durante o dia. Al�m disso, acreditamos que boa parte da ‘limpeza’ de res�duos de atividade cerebral ocorra durante o sono. Esse trabalho noturno � o que garante a qualidade e a limpeza, garantindo que o �rg�o esteja apto �s atividades no pr�ximo dia”, diz o m�dico.

 

Por mais estranho que pare�a, � verdade. Diversas pesquisas apontam que a atividade f�sica moderada est� associada com menores �ndices de atrofia do c�rebro. Ou seja: o c�rebro de quem faz exerc�cio f�sico pode ser maior daqueles que n�o fazem. Pesquisadores tamb�m acreditam que isso tamb�m signifique um risco menor de doen�as neurodegenerativas.

Tanto o consumo excessivo de �lcool, quanto a�ucares e alimentos processados em excesso podem influenciar o c�rebro. Entre mudan�as poss�veis est�o: altera��es na capacidade cognitiva em qualquer idade; aumento na atividade inflamat�ria, afetando especialmente especial pessoas idosas. De acordo com m�dico da Unicamp, pesquisas apontam que evitar alimentos do tipo em excesso pode preservar a estrutura e as fun��es cerebrais. No caso do �lcool, especificamente, podem ocorrer altera��es profundas nos neurotransmissores.

O DHA � um �cido-graxo que faz parte do chamado �mega-3, complexo de 3 tipos diferentes de subst�ncias muito importantes para o organismo. Ele pode ser obtido por meio do leite materno e de alimentos como �leos de peixes. Por�m, a decis�o de suplementar ou n�o DHA al�m do que j� � obtido naturalmente na alimenta��o, deve ser avaliada caso a caso, com orienta��o m�dica e nutricional. “O DHA est� presente no corpo e � parte essencial do c�rebro, mas ainda n�o est� claro se consumi-lo pode ajudar no funcionamento do organismo. Como dito anteriormente, � importante ressaltar que tamb�m n�o existe, at� o momento, uma forma de prevenir o envelhecimento do c�rebro”, finaliza Marcelo Valadares.