
Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, um importante alerta: O relat�rio Covitel (Inqu�rito Telef�nico de Fatores de Risco para Doen�as Cr�nicas n�o Transmiss�veis em Tempos de Pandemia), divulgado recentemente, mostrou alguns dados sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na sa�de da popula��o brasileira e fez um levantamento in�dito sobre uso de cigarros eletr�nicos no pa�s.
Pelo menos um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usam esses dispositivos, tamb�m conhecidos como 'vape', ou seja, 19,7%. A maior preval�ncia est� entre os homens em todas as faixas et�rias. O �ndice � de 10,1% entre eles contra 4,8% entre as mulheres. A regi�o que mais usa cigarros eletr�nicos � o Centro-Oeste (11,2% da popula��o).
O n�mero assusta, haja vista os diversos problemas que podem ser causados pelo aparelho. A oncologista cl�nica Daniella Pimenta, que pertence ao corpo m�dico da Cetus Oncologia (cl�nica especializada em tratamentos oncol�gicos com unidades em Belo Horizonte, Betim e Contagem), ressalta que ao usar o cigarro eletr�nico o usu�rio inala subst�ncias t�xicas, que se depositam na regi�o pulmonar e, portanto, podem causar diversos danos. "H� um grande equ�voco pensar que eles (cigarros eletr�nicos) s�o menos prejudiciais ao organismo. Alguns danos inclusive, podem ser irrevers�veis", explica.
Outro ponto importante citado pela m�dica � o fato de que o vape tamb�m pode conter nicotina. Isso significa que ele � capaz de gerar depend�ncia da mesma forma que os cigarros comuns. "J� foi provado pelo INCA, ali�s, que o cigarro eletr�nico pode ser a principal porta de entrada para o cigarro convencional, que sabidamente � o principal fator de risco para o desenvolvimento do c�ncer de pulm�o. Cerca de 30% dos pacientes fazem essa migra��o", afirma a oncologista.
Al�m disso, quem tenta migrar para o cigarro eletr�nico com a desculpa de cessar o v�cio em nicotina comete, de acordo com a Associa��o Internacional para Estudo do C�ncer de Pulm�o (IASLC na sigla em ingl�s), outro ledo engano. "A institui��o afirma que n�o h� nenhum tipo de comprova��o de que esse comportamento funcione. O mais correto a se fazer � cessar o h�bito de fumar, tanto o cigarro eletr�nico quanto o convencional", enfatiza a oncologista da Cetus.
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Daniella ainda destaca que al�m de aumentar as chances de c�ncer de pulm�o, o tabagismo � fator de risco para diversos outros tipos de tumores malignos. "O cigarro convencional cont�m mais de 500 subst�ncias t�xicas que podem gerar danos ao DNA das c�lulas. As muta��es aumentam o risco de c�ncer pois podem criar c�lulas 'defeituosas', que ao se replicarem s�o capazes de causar um tumor que com o passar do tempo ganha aspectos de malignidade", pontua.
Boa not�cia
Apesar de os cigarros eletr�nicos, principalmente entre os mais jovens, serem motivo de preocupa��o, por outro lado o consumo do tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Am�ricas, e 96% da popula��o est� protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Os dados constam no relat�rio sobre o Controle do Tabaco para a Regi�o das Am�ricas 2022, feito pela Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), apresentado no �ltimo dia 15, no Brasil. O pr�ximo passo � que essa redu��o seja de 14,9% em 2025. Desse modo a regi�o cumpriria a meta de diminuir o consumo em 30%, estabelecida pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), at� essa data.
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O tabaco causa mais de oito milh�es de mortes por ano, das quais 1,2 milh�o s�o de n�o fumantes, mas que estiveram expostos � fuma�a do tabaco.