
Lu�za Guimar�es, de 24 anos, de Maca�, no interior do Rio de Janeiro, � a prova viva de como um �rg�o doado salva vidas e mant�m sonhos, como o de ver um filho crescer. Ela teve um c�ncer no f�mur aos 14 anos e passou a utilizar uma pr�tese no local onde o tumor foi retirado. Mas a quimioterapia deixou sequelas em seu cora��o e, anos depois, ap�s sua primeira gesta��o, a sa�de coron�ria piorou. O cora��o ficou ainda mais fraco e a alternativa era fazer um transplante de cora��o.

J� no hospital, nos preparativos para a cirurgia do cora��o, uma situa��o inesperada: havia uma infec��o na perna, no local da pr�tese e Lu�za acabou tendo que passar por uma amputa��o da perna, pois aumentaria o risco de infec��es no local ap�s o transplante.
Por�m, por causa dos antibi�ticos tomados para combater a infec��o, Lu�za veio a enfrentar mais uma dor: seus rins pararam de funcionar. E ela ficou em tratamento de di�lise na Cl�nica de Doen�as Renais de Maca�, se preparando para o dia em que finalmente pudesse transplantar. Em julho de 2021, chegou o t�o sonhado momento e Lu�za fez o primeiro transplante duplo de rins e cora��o pelo SUS, no Instituto Nacional de Cardiologia.
Hoje, um ano e meio ap�s as cirurgias, ela celebra a vida. � m�e, cuida do seu filho e carrega diversos sonhos que agora podem ser realizados. "Me sinto capaz de fazer tudo. Estou me preparando para morar sozinha com o meu filho. J� percebi que eu dou conta de fazer muitas coisas. Tenho outros sonhos tamb�m, como fazer minha faculdade. Por conta da doa��o de �rg�os, porque algu�m teve empatia com outro ser humano, hoje posso realizar todos os meus sonhos, principalmente de ver o meu filho crescer".
Mais liberdade
Ana Beatriz Barra, nefrologista da Fresenius Medical Care, explica que o transplante � a op��o de terapia para a fal�ncia renal que mais se aproxima de uma vida normal, por oferecer mais liberdade e maior expectativa de vida. "Todos os pacientes em di�lise devem discutir esta op��o de tratamento com seus m�dicos", diz.
Mas nem sempre os pacientes conseguem passar pelo transplante. Muitos aguardam na fila por anos. Por isso, quanto mais pessoas se declararem doadoras de �rg�os, melhor �. Pois existem muitos casos de incompatibilidade.
"Muitas pessoas tentam conseguir um �rg�o compat�vel com familiares. Mas muitos n�o encontram essa facilidade. Enquanto o rim n�o chega, a miss�o da cl�nica de hemodi�lise � deixar o paciente com a melhor condi��o de sa�de poss�vel. E depois do transplante, a nefrologia trabalha para que o paciente reduza seu risco de rejei��o ao �rg�o. Nos orgulhamos muito dos resultados alcan�ados e temos a certeza que ainda teremos muito mais transplantes no Brasil", finaliza a m�dica.