
Se o choro insistente de um rec�m-nascido tira a paz dos pais, imagina para os de primeira viagem. Mas nada que seja um bicho de sete cabe�as. A ci�ncia tamb�m se debru�a sobre o tema. Estudo recente d� dicas preciosas para acalmar o pequeno. Publicada na revista “Current Biology”, a pesquisa elabora um passo a passo para deixar o beb� menos irritado. O trabalho avaliou as rea��es de 21 beb�s saud�veis chorando ap�s serem segurados, carregados e deitados. O resultado � uma ajuda importante.
Os batimentos card�acos dos beb�s foram acompanhados por aparelhos, e os movimentos das m�es, por c�meras, enquanto tentavam acalmar os filhos. A combina��o mais assertiva para tranquilizar a crian�a seria andar com ela no colo por cinco minutos e, depois, ficar sentada por mais oito minutos antes de coloc�-la no ber�o. "Surgem de forma recorrente novos m�todos, t�cnicas e programas que visam orientar os pais na forma de melhorar o choro. Mas nenhum deles tem uma recomenda��o que seja realmente conclusiva", pondera a m�dica pediatra da Sa�de no Lar Claudia Drumond.

O estudo constatou que cerca de 20% a 30% dos beb�s choram de maneira excessiva e apresentam dificuldades para dormir sem um motivo aparente. Participaram crian�as saud�veis entre 14 dias e 7 meses e que choravam muito ao serem carregadas, seguradas ou quando estavam deitadas, explica a pediatra. Elas foram submetidas a 32 sess�es (30 feitas em laborat�rio e as outras duas, em casa), em que aparelhos monitoravam os batimentos card�acos, enquanto as c�meras de v�deo capturavam as imagens das m�es tentando acalm�-las a partir de abordagens como segur�-las e caminhar, segur�-las assentadas, coloc�-las no ber�o ou coloc�-las no carrinho e fazer movimentos nele.
Os resultados foram: batimentos mais calmos quando a crian�a estava no colo da m�e enquanto ela caminhava, ou ficava parada quando estava no colo da m�e assentada. E, ao coloc�-la direto na cama, chorava. "Por isso a import�ncia desses minutos da m�e assentada com o beb� como forma de fazer uma transi��o, quando a crian�a ficar realmente deitada e parada", ensina a m�dica.
O choro do beb� � uma importante forma de ele se comunicar, chamar a aten��o dos pais e de expressar o que quer, acrescenta Claudia. Assim, ela destaca, � fundamental que os pais saibam discernir pequenos detalhes para entender quais s�o as necessidades de cada momento. "Com o choro, a crian�a mostra aos pais que algo est� gerando inc�modo. Normalmente, tem rela��o com dor, fome, fralda suja, cansa�o, frio ou calor, excesso de est�mulo ou t�dio, medo, ou devido � posi��o na qual foi colocada. Toda aten��o, cuidado e paci�ncia por parte dos respons�veis deve existir nesse momento", orienta.
O choro tamb�m pode indicar quando algo n�o vai bem e sinaliza problemas mais graves. Alguns sintomas devem ser analisados antes de levar a crian�a ao m�dico, recomenda a pediatra. Entre eles, dificuldade para respirar, algum hematoma pelo corpo ou na face e cabe�a, movimenta��es que fujam da normalidade, contra��es abdominais, irritabilidade excessiva, choro insistente e febre alta. Quando a crian�a estiver com algum desses sintomas, � preciso procurar ajuda. "� muito importante que as m�es tenham, nos primeiros dias e meses de vida, uma rede de apoio, tanto familiar, quanto de profissionais qualificados, que possam estar no ambiente de casa, prestando assist�ncia e instru��o sobre como agir em cada uma dessas situa��es", diz.
Outras estrat�gias, al�m da aplicada na pesquisa, s�o eficazes para ajudar a acalmar e controlar o choro da crian�a. Entre elas, continua Claudia, falar em um tom de voz mais baixo e suave, observar a forma como a crian�a est� respirando e no momento da expira��o, que � quando a crian�a recupera o ar na hora do choro, aproveitar para falar de forma calma com ela no colo, al�m de evitar fazer a voz de beb� e sempre seguir um ritmo de fala mais lento e constante.
Para a enfermeira obstetra da Sa�de no Lar Karina Souza, n�o existem f�rmulas m�gicas que consigam acalmar e adormecer um beb�. "Eles n�o obedecem a padr�es, pois s�o �nicos e cada fam�lia � �nica. Certo � que, depois de passar um tempo com esse beb� rec�m-chegado em casa, de conhec�-lo melhor e ele tamb�m se adaptar ao ambiente onde est� inserido, a fam�lia chega naturalmente a formas mais adequadas de acalm�-lo e dormir melhor", pontua.
Para a enfermeira, n�o existe receita de bolo na maternidade e na parentalidade. Cada fam�lia, acescenta, vai adaptando a forma de agir, de estar, de atender o beb�, de acordo com suas particularidades, inclusive aprendendo a identificar a linguagem verbal (choro) e n�o verbal dessa crian�a.
"Os estudos que hoje n�s temos a respeito do sono do beb�, principalmente no rec�m-nascido, ajudam-nos a chegar a essas melhores formas de acalmar e/ou adormecer um beb�. O que funciona no dia de hoje pode simplesmente n�o servir amanh�. O que foi �timo para uma vizinha, prima ou irm�, pode n�o surtir nenhum efeito positivo na nossa casa", refor�a.
Karina lembra que, na internet, s�o facilmente encontrados estudos, cursos, livros, artigos e relatos de experi�ncias que ajudam, de alguma forma, a tentar controlar o incontrol�vel, em suas palavras. Ela ensina que respeitar as janelas de sono da crian�a pode ser uma boa estrat�gia para ter sucesso ao coloc�-la para dormir, promovendo uma boa altern�ncia entre per�odos de sono e vig�lia.
"N�o adianta tentar manter o nen�m acordado ao longo do dia por pensar que assim ter� uma noite de sono melhor, pois isso pode apenas deix�-lo mais irritado. Importante � entender e respeitar os sinais de sono do seu filho, tais como co�ar os olhos, bocejar, arquear as costas, esfregar as orelhinhas e o nariz ou estar mais manhoso, choroso ou irritado", esclarece.
SONO
Tamb�m � importante, ensina Karina, deixar claro para o beb� o que � sono diurno e sono noturno. Se o beb� dormir durante o dia, � indicado deixar o ambiente ainda com alguma luz e manter a rotina da casa com os seus ru�dos. J� � noite, promover um ambiente calmo, com pouca ou nenhuma luz, e o m�nimo de ru�do poss�vel, ensinando o beb� a diferenciar o sono do dia e o da noite.
Tamb�m � importante, ensina Karina, deixar claro para o beb� o que � sono diurno e sono noturno. Se o beb� dormir durante o dia, � indicado deixar o ambiente ainda com alguma luz e manter a rotina da casa com os seus ru�dos. J� � noite, promover um ambiente calmo, com pouca ou nenhuma luz, e o m�nimo de ru�do poss�vel, ensinando o beb� a diferenciar o sono do dia e o da noite.
"Criar uma rotina para dormir e acordar, manter um tempo adequado de sono, dormir onde a crian�a e seus pais se sintam mais confort�veis, promover tempo de qualidade durante o per�odo de vig�lia, ter aten��o com a alimenta��o antes de dormir e deixar o ambiente onde esse per�odo de sono ir� acontecer o mais adequado poss�vel s�o situa��es que contribuem para o sucesso da rotina di�ria de uma fam�lia como um todo", diz a enfermeira.
EMO��ES
A pequena Larissa Emanuelly acaba de completar um ano de vida. � a primeira filha da promotora Michelle Campbell, de 26, e do coordenador de el�trica Lucas Henrique Guimar�es, de 28. Michelle diz que ser m�e de primeira viagem � um turbilh�o de emo��es, desde a constata��o da gravidez. E a cada dia, mais descobertas e novos desafios. "Depois que conheci minha princesa, mais um turbilh�o de emo��es. Conhecer aquela coisinha t�o pequena e saber que era t�o dependente de mim era sinal de que a Michelle j� n�o pensava mais s� nela. A partir de agora, a Michelle e o Lucas Henrique seriam respons�veis por uma crian�a que necessita de cuidados", diz.
A pequena Larissa Emanuelly acaba de completar um ano de vida. � a primeira filha da promotora Michelle Campbell, de 26, e do coordenador de el�trica Lucas Henrique Guimar�es, de 28. Michelle diz que ser m�e de primeira viagem � um turbilh�o de emo��es, desde a constata��o da gravidez. E a cada dia, mais descobertas e novos desafios. "Depois que conheci minha princesa, mais um turbilh�o de emo��es. Conhecer aquela coisinha t�o pequena e saber que era t�o dependente de mim era sinal de que a Michelle j� n�o pensava mais s� nela. A partir de agora, a Michelle e o Lucas Henrique seriam respons�veis por uma crian�a que necessita de cuidados", diz.
Michelle conta que, aos poucos, se sentiu preparada para receber essa nova vida e muito alegre por realizar o sonho de ter a filha nos bra�os. De repente, como conta Michelle, tudo come�a a fluir. "Aprendi a me comunicar com ela. A cada choro, sei exatamente o que ela quer, � inexplic�vel. S� quem � m�e sabe", diz.
A partir dos 7 meses, Michelle lembra da fase em que a pequena chorava basicamente por querer o colo, o que continua at� hoje, e tamb�m dos apertos na �poca das c�licas, um pouco antes. Mesmo sendo uma crian�a tranquila, chorar � inevit�vel. Larissa, conta a m�e, geralmente chora por estar com fome, com sono, quando quer pegar alguma coisa, ou ir para algum lugar. Tamb�m j� consegue se expressar ensaiando algumas palavras, como quando quer o bico ou a mamadeira.
"Quando � algo que representa perigo para ela, eu n�o deixo. � nessa hora que ela faz birra, chorando e agachando. A� eu tento distra�-la de alguma forma", conta Michelle. Ela sabe o que significa quando o choro � acompanhado de agita��o, geralmente sinal de fome, ou quando � um choro intenso, que indica dor. "Parece que ela mesmo fala com a gente. Com o tempo de conv�vio, j� consigo saber o que cada tipo de choro quer dizer. A maternidade mesmo ensina. No geral, ela chora quando realmente est� precisando de alguma coisa", diz.
Como identificar
Fome e sede, para o rec�m-nascido, podem ser interpretadas como uma “quase dor”. A melhor forma de identificar se � isso que est� causando o choro � atrav�s de pequenos sinais, como abrir e fechar as m�os, chupar o dedo ou choro juntamente com a m�o na boca.
No caso de desconforto, seja por conta de alguma posi��o ou por conta da roupinha muito apertada, o choro vem acompanhado de movimentos corporais insistentes.
Quando a crian�a sente dor, o choro � alto e longo. Vale aferir a temperatura, tirar a roupinha da crian�a para saber se algo est� levando ao inc�modo e, se necess�rio, consultar o pediatra.
Se o beb� estiver cansado, ele chora esfregando os olhos e bocejando.
Ao dar sinais de desconforto, seja com frio ou calor ou por conta da fralda suja, a crian�a pode contorcer as costas ou arque�-la. Vale tirar a roupinha para saber o que est� acontecendo.
No caso da c�lica, o choro � longo e inconsol�vel tanto na parte da
manh� quanto � noite.
Fonte: Claudia Drumond, pediatra da Sa�de no Lar
Palavra de especialista

Um bom banho acalma e relaxa
Incluir um banho relaxante como parte da rotina do sono noturno pode ser uma boa estrat�gia para ensinar ao filho que est� chegando a hora de dormir. Uma banheira ou ofur� com �gua abundante e quentinha, luz baixa, m�sica agrad�vel e calma ao fundo, ou ru�do branco, e uso de �leo essencial, como o de lavanda, podem fazer a diferen�a. Nesse banho, o beb� pode ser colocado na �gua enrolado em uma fralda, o que ir� remet�-lo � mesma sensa��o que ele tinha quando estava no �tero. Essa estrat�gia tamb�m pode ser utilizada para acalmar o beb� quando ele estiver na fase das c�licas, n�o tendo como objetivo a limpeza do beb�, mas sim um certo n�vel de relaxamento. Vale ressaltar que as necessidades e cuidados com um beb� v�o mudando de acordo com a idade e tamb�m de acordo com sua individualidade. Cada crian�a � �nica e n�o adianta comparar um rec�m-nascido com um outro beb� que j� esteja com tr�s, cinco ou sete meses de idade. � medida que eles crescem, tornam-se menos dependentes da m�e/pai/cuidador, passando a perceber mais do mundo ao seu redor e criando novas formas de comunica��o.