Na esteira do aumento das cirurgias bari�tricas, eleva-se tamb�m o n�mero de pessoas que busca a cirurgia pl�stica ap�s o procedimento com o intuito de retirar a pele excedente
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De acordo com balan�o realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metab�lica e Bari�trica (SBCBM), entre 2011 e 2018 o n�mero de cirurgias bari�tricas aumentou 84,73%, no Brasil, saltando de 34.629 para 63.969. A procura tamb�m continua grande, pelo menos no estado de S�o Paulo. Como informou a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-SP), no final de 2021, aproximadamente 5,2 mil pessoas aguardavam na fila para realizar o procedimento pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS).
Na esteira do aumento das cirurgias bari�tricas, eleva-se tamb�m o n�mero de pessoas que busca a cirurgia pl�stica ap�s o procedimento com o intuito de retirar a pele excedente que surge por conta da redu��o elevada de peso. Segundo o cirurgi�o pl�stico Wandemberg Barbosa, o aumento da procura por procedimento cir�rgicos desse tipo somente n�o � maior em raz�o do alto custo.
Wandermberg explica que no que se refere �s cirurgias pl�sticas ap�s bari�trica, os conv�nios m�dicos liberam os pacientes apenas para poucos procedimentos, tais como abdominoplastia e mastoplastia. Para a realiza��o dos outros procedimentos, � necess�rio que o paciente arque totalmente com os custos. Recorrer ao SUS tamb�m n�o � nada f�cil, conforme o m�dico, porque a demanda � muito grande e a espera costuma ser de at� seis anos.
No entanto, para alguns pacientes esse n�o � um tempo aceit�vel, porque a bari�trica normalmente faz com que eles tenham grandes perdas de peso (at� 80 quilos) e necessitem retirar o excesso de pele em quase todo o corpo. De acordo com o especialista, al�m da abdominoplastia anterior e posterior e da redu��o da mama, com coloca��o de pr�tese, costuma-se fazer cirurgias na regi�o do gl�teo, na regi�o dorsal inferior, dermolipectomia do tronco posterior e lipoaspira��o.
Al�m disso, segundo Wandemberg, a supress�o ou encurtamento do est�mago, faz com que esse paciente tenda a ter problemas de anemia por falta de absor��o de ferro, falta de absor��o de prote�nas, c�lcio, vitaminas e eletr�litos, entre outros, fazendo com que tenham maior dificuldade de cicatriza��o e menor resposta imunol�gica as infec��es. "Geralmente, esses pacientes s�o pessoas que t�m pouca massa muscular, fazem poucos exerc�cios, devendo-se ter cuidado com a mobiliza��o precoce e o uso de anticoagulantes para prevenir TVP - trombose venosa profunda ou TEP- tromboembolismo pulmonar. Por esses motivos, o m�dico precisa ter experi�ncia necess�ria para abranger e observar todas essas necessidades", explica.
Em virtude das necessidades de v�rias cirurgias para remo��es de pele, o que acarretaria longo tratamento com perman�ncia alta de repouso, Wandemberg recomenda quatro cirurgias em um primeiro momento: corre��o das mamas, dermolipectomia abdominal, tronco posterior e lipoaspira��o m�dia.
Como se tratam de cirurgias extensas e demoradas, ele destaca a import�ncia da participa��o de um anestesista experiente, com boa integra��o com o cirurgi�o pl�stico. Nesse sentido, o m�dico acrescenta que � essencial a boa hidrata��o do paciente durante todo o procedimento cir�rgico. Findada a cirurgia, a pessoa precisa permanecer tr�s dias, em m�dia, no hospital, para que na fase mais aguda a equipe m�dica consiga dar o suporte necess�rio. Al�m disso, o m�dico destaca que, com esse tempo de espera, o paciente vai para casa com muito menos dor.
Sobre o tempo necess�rio esperar para realizar a cirurgia pl�stica de retirada da pele e da gordura excedentes ap�s a bari�trica, o m�dico afirma que gira em torno de dois anos. "Nos primeiros meses depois da redu��o de est�mago, ocorre o per�odo mais cr�tico, em que h� muita perda de peso. Mas o processo continua por mais um ano pelo menos, de maneira reduzida, claro, porque o organismo se adapta."
Em muitas ocasi�es, no entanto, o primeiro procedimento cir�rgico � realizado antes do previsto. "Pacientes com coxas muito grandes costumam apresentar complica��es decorrentes do excesso de pele, tais como assaduras, que os impedem at� mesmo de andar. Assim, algumas vezes, indicamos que o processo cir�rgico seja iniciado precocemente, para realizar uma dermolipectomia de coxa ou at� mesmo abdominal, e desse modo extrair pruridos cut�neos, eczemas e infec��es, melhorando bastante a vida do paciente", afirma.
A necessidade da realiza��o de v�rias cirurgias, fazendo com que a retirada total de pele aconte�a ap�s mais de um ano do primeiro procedimento cir�rgico, precisa ser bem explicada ao paciente. Wandemberg ressalta, ent�o, a import�ncia de que o paciente analise bem o profissional respons�vel pela execu��o dos procedimentos. "Ele precisa se inteirar se o m�dico tem experi�ncia com grandes cirurgias e isso s� ocorre por meio de uma conversa franca, durante a consulta", explica. Conforme Wandemberg, se o paciente sentir que o m�dico n�o passa seguran�a e credibilidade, ele deve procurar outro profissional.
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