Blenda de Oliveira refor�a que as crian�as devem ser acompanhadas pelos pais quando est�o nas redes sociais
Fotos: Companhia Editorial/Divulga��o
As redes sociais causam ansiedade? A resposta � sim, principalmente se n�o forem usadas com consci�ncia. Segundo a doutora em psicologia Blenda Marcelletti de Oliveira, as redes sociais causam ansiedade tanto nos adultos quanto nas crian�as e adolescentes.
Nos adolescentes e adultos, principalmente, pelo fato de promoverem apenas aspectos fragmentados da vida das pessoas, com imagens sempre de felicidade e sucesso, o que muitas vezes n�o corresponde � realidade das pessoas. Essa faixa et�ria tamb�m tem mais elementos para a compara��o de vidas.
“As redes sociais imp�em um ideal. Voc� v� ali pessoas e fotos incr�veis, se compara com aquilo e n�o considera sua pr�pria realidade e nem sabe o que acontece nos bastidores da vida daquelas pessoas que aparentam felicidade na rede. Cuidado com isso, tenha mais tempo para o real”, alerta.
J� com rela��o �s crian�as, Blenda lembra que os jogos e as redes em excesso acabam por exp�-las � viol�ncia e at� mesmo a conte�dos de car�ter sexual. Por isso, � importante os pais acompanharem de perto e impor limites.
A diretriz da Sociedade Brasileira de Pediatria tamb�m orienta os pais que evitem a exposi��o de crian�as menores de 2 anos �s telas, mesmo que passivamente. No caso de crian�as com idades entre 2 e 5 anos, o tempo de telas deve ser, no m�ximo, de uma hora por dia. Para adolescentes, o ideal seria de duas ou tr�s horas por dia e para todas as idades nada de telas durante as refei��es, desconectando uma a duas horas antes de dormir.
Outro ponto que a especialista alerta � o tempo de uso nas redes. Se a pessoa j� acorda checando suas mensagens ou se leva o celular para a cama antes de dormir, al�m de prejudicar o sono ela pode estar sofrendo de uso excessivo das redes sociais, o que reflete tra�os de depend�ncia e ansiedade.
“Muitas pessoas que v�o prestar concurso ou precisam estudar acabam por deletar seus perfis, ou at� mesmo se desconectam temporariamente das redes sociais, justamente para focar em seus objetivos”, lembra Blenda.
CONECTADO A busca excessiva por estar sempre conectado pode tamb�m estar ligada � necessidade de informa��o, o chamado “fear of missing out” (Fomo), que na tradu��o literal significa “medo de perder as novidades”. “O Fomo pode gerar tamb�m ansiedade, pois nunca conseguiremos estar 100% informados o tempo todo”, afirma.
Em seu livro “Fazendo as pazes com a ansiedade”, publicado pela Editora Nacional, a psicoterapeuta lembra que � praticamente imposs�vel n�o sentir ansiedade nos tempos modernos, principalmente com tanta informa��o (muitas vezes negativa) que recebemos. “O que pode mudar de uma pessoa para outra � o grau, a intensidade de sensa��es e sintomas. Hoje, com o avan�o da tecnologia e a quantidade de informa��es que recebemos, � imposs�vel voc� n�o se sentir confuso ou at� pressionado para fazer uma escolha”, explica.
Por isso, uma das dicas da Blenda no livro � realizar o detox digital, ou seja, a especialista refor�a a import�ncia de separar algumas horas do dia para deixar o smartphone de lado e focar em outros afazeres que promovem o autocuidado. “N�o necessariamente precisa ocorrer por dias, pode-se optar por fazer pequenos detox todos os dias.”
De acordo com a escritora, a ideia do livro surgiu no “olho do furac�o” da pandemia. “O tema da ansiedade estava sendo largamente debatido, assim como tudo que pudesse combat�-la, minimiz�-la e trat�-la”, comenta.
Sem d�vida, os casos de transtornos de ansiedade, que j� vinham aumentando, tiveram seu �pice junto com dist�rbios do sono e depress�o. “Em uma reuni�o com os editores, decidimos que pod�amos dar � ansiedade um outro olhar, um olhar mais pr�ximo de uma condi��o que o ser humano contempor�neo dela n�o escapasse.”
Como o t�tulo sugere, a obra � uma tentativa de refletir sobre os aspectos da ansiedade que fazem parte da exist�ncia humana e como pode ser uma boa chance para conseguirmos ouvir o que nosso corpo e mente querem comunicar. “Dependendo do n�vel que a ansiedade est�, pode ser um elemento propulsor de realiza��o, curiosidade e descobertas. Sem ela, talvez, o mundo n�o teria se constru�do.”
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