Ilustração do norovírus

A principal forma de evitar o norov�rus � intensificar os cuidados com higiene.

CDC/Unsplash

 

S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Principal causador do surto de diarreia em Santa Catarina neste ver�o, o norov�rus tem alta capacidade de prolifera��o. Sua transmiss�o se d� via fecal-oral, ou seja, por meio da ingest�o de �gua e alimentos contaminados e do contato com pessoas infectadas, em especial pelas m�os.

 

Os principais sintomas s�o diarreia e v�mito, que podem vir acompanhados de n�useas, febre baixa, dores no corpo e prostra��o. As manifesta��es variam conforme a caracter�stica de cada indiv�duo e, geralmente, aparecem nos primeiros dias ap�s o cont�gio.

Os dias quentes da esta��o s�o prop�cios para a circula��o n�o apenas do norov�rus, mas do rotav�rus e do adenov�rus, que tamb�m causam quadros gastrointestinais. No ambiente de praia h� um descuido maior com higiene e refei��es, mas especialistas ressaltam que a contamina��o ocorre em qualquer lugar.

 

A principal forma de evitar o norov�rus � intensificar os cuidados com higiene.

 

"Muitos dos agentes infecciosos podem ficar nas superf�cies. Se eu ponho a m�o no corrim�o, na mesa, em local em que algu�m com a doen�a tamb�m colocou [as m�os], esses agentes infecciosos grudam na minha m�o. E o contato dela com rosto, olhos e boca � uma forma de infec��o", diz o m�dico Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Paulista de Pediatria e coordenador do Comit� de Infectologia Pedi�trica da Sociedade Brasileira de Infectologia.

 

 

 

"A higiene das m�os deve ser redobrada e mais intensa se a pessoa estiver com diarreia. Ela n�o pode, por exemplo, manipular alimentos. E neste caso o �lcool em gel n�o � t�o eficaz como � contra outros v�rus, porque o norov�rus tem uma camada lip�dica", afirma Carlos Magno Fortaleza, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.

 

O norov�rus n�o � o mais grave causador das diarreias virais, mas merece aten��o de pessoas com imunodefici�ncia imunol�gica, al�m de crian�as e idosos, muito vulner�veis a quadros de desidrata��o.

 

SINTOMAS DO NOROV�RUS

  • Diarreia
  • V�mito
  • N�useas
  • Febre baixa
  • Prostra��o
  • Dor abdominal
  • Dores no corpo

DICAS DE PREVEN��O

  • Lavar as m�os frequentemente, com �gua e sab�o
  • Beber bastante �gua filtrada e de fonte segura
  • N�o consumir gelo de proced�ncia desconhecida
  • Na praia e em bares, evitar raspadinhas e sacol�s, devido � manipula��o constante do gelo
  • N�o consumir alimentos de proced�ncia desconhecida, fora da validade e com as embalagens deterioradas
  • N�o consumir alimentos crus ou mal cozido, especialmente na praia
  • Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada
  • N�o visitar praias impr�prias, nem mesmo para permanecer na areia

 

TRATAMENTO

 

Em caso de infec��o, os cuidados com alimenta��o e hidrata��o s�o os melhores rem�dios, dizem os especialistas. "�gua e soro caseiro. A vantagem do soro caseiro � que ele cont�m s�dio e a��car, que na membrana do intestino facilitam a absor��o da �gua", afirma Fortaleza.

Em geral, o uso de medica��o para cortar v�mito e diarreia n�o � recomendado, mas cada caso deve ser avaliado na sua particularidade.

 

"Sempre que poss�vel, � interessante ter a orienta��o do seu m�dico. Em situa��es com muitos v�mitos, em que a pessoa n�o consegue se alimentar, principalmente crian�as pequenas ou idosos, a chance de caminhar para uma desidrata��o � grande", diz Otsuka. "Mas na maioria das vezes � um quadro tranquilo [de norov�rus], em que uma simples orienta��o pode ajudar."

 

A reconstitui��o da flora intestinal, por sua vez, ajuda na recupera��o, mas n�o combate a diarreia. "� v�lida, tem sido preconizada, mas existem situa��es em que n�o se deve fazer a reposi��o, como no caso de pacientes com c�ncer em quimioterapia", alerta Otsuka.

Para combater a prolifera��o do v�rus, o infectado deve ficar em casa, longe de locais p�blicos e aglomera��es. "N�o � um isolamento respirat�rio como o da COVID-19, mas um distanciamento para cortar a cadeia de transmiss�o. J� ajuda bastante", afirma Fortaleza.