Ilustração

Ilustra��o

Quinho/Arte EM/D.A Press


Sebasti�o Cl�vis Tavares (1915-1984) nasceu em 20 de janeiro, no dia de S�o Sebasti�o, em Campos dos Goytacazes, mas prevaleceu o segundo nome, Cl�vis, entre familiares, amigos e conhecidos no meio esp�rita.

 

Um de seus filhos – ele teve cinco com Hilda Mussa Tavares, de 92 –, o psiquiatra Fl�vio Mussa Tavares, de 64, conta que o pai ouviu de um conterr�neo um coment�rio que resume parte da forma��o do professor de hist�ria em duas escolas e de direito internacional p�blico na Faculdade de Direito de Campos, no Rio de Janeiro. O professor Cl�vis era poliglota e de vasta cultura do saber secular, e tamb�m se tornou um expert no conhecimento da doutrina esp�rita e crist�.

 

 

 

Cl�vis militou, na d�cada de 1930, no Partido Comunista do Brasil e, na sequ�ncia, encantou-se pelo espiritismo, que resultou em autoria de livros baseados na doutrina esp�rita.


ESCRITOR

Ele escreveu “Sementeira crist�”, “Vida de Allan Kardec para a inf�ncia”, “Meu livrinho de ora��es”, “Os dez mandamentos” e “Hist�rias que Jesus Contou”, para o p�blico infantil; e “Vida de Pietro Ubaldi (3)”, “Trinta anos com Chico Xavier”, Amor e Sabedoria de Emmanuel, “Tempo e amor”, “De Jesus para os que sofrem” e “Mediunidade dos santos”, para o p�blico adulto.

 

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“Voc� saiu da Terceira Internacional para a Terceira Revela��o”, recordou Fl�vio, durante entrevista � reportagem do Estado de Minas, a frase de Laerte Chaves, conterr�neo do professor Cl�vis, que destacou a trajet�ria do pai dele entre a milit�ncia no Partido Comunista e o espiritismo.

 


A Terceira Internacional (1919-1943) � um movimento fundado por Vladimir L�nin (1870-1924), lideran�a comunista e um dos fundadores da ex-Uni�o das Rep�blicas Socialistas Sovi�ticas (URSS).


J� a Terceira Revela��o, conforme interpreta��o dos esp�ritas kardecistas, trata-se de uma promessa de Jesus, registrada no Evangelho de Jo�o: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dar� outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (14:16).


Ainda de acordo com a doutrina esp�rita, a Primeira Revela��o � Mois�s e os 10 mandamentos, seguido da Segunda Revela��o divina, a vinda do messias Jesus Cristo.


Cl�vis foi fundador de um centro esp�rita em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, onde at� hoje s�o realizados estudos e palestras acerca da doutrina esp�rita. O local, tamb�m batizado de Escola Jesus Cristo, abrigou dois orfanatos e uma escola com diretriz did�tica alinhada � doutrina de cunho crist�o, trazida � luz por Allan Kardec (1804-1864) em cinco livros – “O livro dos esp�ritos”, “O livro dos m�diuns”, “O Evangelho segundo o espiritismo”, “O c�u e o inferno” e “A g�nese”.


AMIZADE

De acordo com relato biogr�fico em livros de sua autoria, o professor Cl�vis manifestou, desde a inf�ncia, uma “religiosidade incomum”. Ele conviveu com padres de Campos dos Goytacazes, onde estudou no Liceu de Humanidades.


Em 1930, reencontrou seu velho amigo de inf�ncia, o padre �mile des Touches. Na ocasi�o, Cl�vis levava um exemplar das “F�bulas”, de La Fontaine, e ouviu do p�roco que ele iria conhecer “um franc�s maior que La Fontaine’’, profetizando que Cl�vis tamb�m conheceria a obra de Kardec, pseud�nimo de Hippolyte L�on Denizard Rivai, pedagogo que nasceu na Fran�a, que teve como mestre o renomado Johann Heinrich Pestalozzii, pedagogo su��o e educador pioneiro da reforma educacional.


Antes, por�m, de conhecer o espiritismo, Cl�vis mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar direito, na Universidade do Brasil.


Quatro anos depois, j� de volta a Campos dos Goytacazes, namorando Nina Arueira, a quem ele conhecera na milit�ncia do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Cl�vis perdeu a namorada para a febre tifoide.


Conforme relatos da �poca, ele se desesperou com a morte precoce de Nina, aos 19 anos.  No entanto, conversas com um velho amigo e professor, Virg�lio de Paula, estudioso do espiritismo e da teosofia, deram ao professor uma nova dire��o em sua vida.


Virg�lio dirigia um centro esp�rita em Campos dos Goytacazes, que Cl�vis passa a frequentar, dando in�cio ao estudo e � dedica��o ao centro esp�rita, que depois fundaria na cidade.