Homem discutindo com mulher
Segundo estimativa da Organiza��o Mundial da Sa�de e da Organiza��o Internacional do Trabalho, a economia global perde quase US %uFF041 trilh�o anualmente por dias de trabalho perdidos por colaboradores que tiveram algum tipo de desequil�brio na sa�de mental. As principais queixas desses trabalhadores, segundo a OMS, s�o o bullying e o ass�dio moral. A cultura organizacional de muitas empresas ainda cont�m vest�gios de ass�dio e essa realidade tem gerado consequ�ncias psicol�gicas graves para os colaboradores, refletindo negativamente no desenvolvimento da pr�pria organiza��o.
"H� uma responsabilidade institucional, uma vez que a viol�ncia est� acontecendo dentro do ambiente de trabalho. Muitas vezes, a empresa tem os valores de 'respeito' e de 'inclus�o' em seus cadernos, mas no dia a dia n�o h� essas pr�ticas porque n�o existe uma cultura de responsabiliza��o", explica Kak� Rodrigues, cofounder da consultoria Div.A - Diversidade Agora, e especialista em diversidade e inclus�o. A consultora ressalta que a organiza��o precisa passar uma mensagem clara sobre o que � o ass�dio e suas consequ�ncias para todas as equipes, em especial para as lideran�as. "� importante que a empresa se coloque nesse papel de estabelecer o c�digo de conduta n�o s� na teoria, mas de maneira que se torne pratic�vel no cotidiano e seus colaboradores percebam, que seja algo lembrado, esteja nos rituais da empresa, nas reuni�es", exemplifica.
Se n�o denunciada e interrompida logo no in�cio, a situa��o de ass�dio pode se alongar e ter graves consequ�ncias para a v�tima. Kak� Rodrigues explica que "o ass�dio tem essa caracter�stica de sistematizar o comportamento, essa propriedade persecut�ria, diferente da incivilidade, que � aquela situa��o de grosseria pontual em uma comunica��o mais violenta, mas n�o necessariamente tem esse papel de intencional de diminuir a outra pessoa, como o ass�dio o faz".
A v�tima do ass�dio, muitas vezes vai minando sua autoconfian�a e autoestima. Segundo F�tima Macedo, a situa��o faz com que a pessoa comece a perder o desejo de ir para o ambiente de trabalho, al�m de impactar no sono, o que consequentemente acomete a qualidade de sua entrega no emprego. "A pessoa fica mais retra�da, irritada, e se isola dos demais colegas de trabalho. Al�m disso, a v�tima vai se tornando mais ansiosa e pode come�ar a ter sintomas depressivos, dependendo do impacto e da dura��o do ass�dio", ressalta a psic�loga.
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Muitas vezes esses sinais se tornam psicossom�ticos, alerta ainda F�tima Macedo. "A pessoa assediada pode come�ar a ter dores de est�mago, queda de cabelos, problemas de pele, alergias emocionais, dermatites, cefaleias ou problemas de press�o alta, por exemplo". E um dos maiores erros das v�timas, segundo a CEO da Mental Clean, � ignorar a situa��o, pensando que "logo vai passar", ou "depois das f�rias vou voltar renovada", o que s� deve adiar e prolongar a situa��o.
Um dos recursos que as empresas t�m para conscientiza��o s�o as Comiss�es Internas de Preven��o de Acidentes e de Ass�dio (CIPA), que passaram combater o ass�dio obrigatoriamente, conforme institu�do na Lei 14.457/2022, lembra Kak� Rodrigues. "� preciso nomear as viol�ncias a partir do que elas s�o de fato, n�o tentando minimiz�-las, que � o que muitas vezes as pessoas acabam fazendo. Essa consci�ncia sobre o que passa do limite e o que se torna abusivo nessas rela��es, est� se tornando mais expl�cito e mais evidente nas organiza��es, por isso precisamos criar estrat�gias para lidar com esse problema", explica a especialista.
"� preciso direcionar a den�ncia para setor respons�vel, seja o canal interno de den�ncias, seja o compliance da empresa, e, se o ass�dio n�o for acolhido, � o momento de se questionar se essa � uma organiza��o na qual voc� quer continuar. Ser� que j� n�o houve outras situa��es ou den�ncias de ass�dio ali dentro? E ent�o � preciso focar as energias em sair deste lugar que n�o conversa com seus valores", complementa F�tima Macedo.
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