VACINA
Nova variante da covid-19, a cepa arcturus (XBB.1.16) tem preocupado especialistas. Considerada a respons�vel pelo aumento dos casos da doen�a ao redor do mundo, o v�rus foi identificado em mais de 30 pa�ses e classificado pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) como uma variante de interesse.
“Claro que quando voc� evolui nessa sublinhagem, voc� vai agregando fatores de transmissibilidade. O nosso sistema imunol�gico j� tem informa��es bastante aprimoradas em como montar uma resposta para se defender desse v�rus. � por isso que � cada vez menos prov�vel o desenvolvimento de quadros graves e de registro de �bitos”, completa Urbaez.
Conjuntivite est� entre os sintomas da cepa arcturus
Identificada pela primeira vez na �ndia, a cepa arcturus causa sintomas incomuns aos infectados: em crian�as costuma causar conjuntivite. Al�m da condi��o que afeta os olhos, os outros sintomas s�o conhecidos pelos m�dicos e pela popula��o, como febre e tosse.
Como explica Vin�cius Kniggendorf, especialista em retina do Hospital Oftalmol�gico de Bras�lia (HOB), apesar de todas as variantes do covid serem capazes de causar conjuntivite, "esta nova cepa, a arcturus, vem demonstrando a conjuntivite como sintoma comum, especialmente em crian�as. Ela causa uma conjuntivite viral, cujos principais sintomas s�o olho vermelho, secre��o esbranqui�ada, coceira, incha�o palpebral e ard�ncia”.
O oftalmopediatra Tiago Ribeiro, do Vis�o Hospital de Olhos, explica sobre os riscos da arcturus em crian�as e diz que toda irrita��o ocular deve deixar os pais atentos.
"Se o olho estiver irritado, o paciente se queixando de dor, coceira ou ard�ncia, � necess�rio levar imediatamente a uma emerg�ncia oftalmol�gica. A conjuntivite viral, como o caso do arcturus, pode estar ou n�o associada a outros sintomas, como espirro, tosses. Caso confirmado a infec��o por covid orientamos os pais para evitar contato com pessoas do grupo de risco como idosos e imunossuprimidos."
Para os casos de conjuntivite, Vin�cius Kniggendorf diz que tratamento � sintom�tico. "Infelizmente n�o temos um antiviral espec�fico para covid-19. Portanto, os sintomas de irrita��o s�o tratados com col�rios lubrificantes, compressas geladas e nos casos mais graves pode ser avaliado o uso associado de col�rio corticoide, que dever� sempre ser prescrito por oftalmologista"
Cepa arcturus no Brasil
O primeiro caso da arcturus no Brasil foi confirmado em 1º de maio, na cidade de S�o Paulo. De acordo com a Coordenadoria de Vigil�ncia em Sa�de (Covisa) da Secretaria Municipal da Sa�de (SMS), a v�tima foi um homem de 75 anos, acamado e com comorbidades, que apresentou os sintomas de s�ndrome gripal e febre persistente desde dia 7 de abril.
No dia 4 de maio, foi registrado na Bahia o segundo caso da variante arcturus no pa�s. A paciente, uma mulher de 70 anos, morreu. A informa��o foi divulgada pela Secretaria da Sa�de do Estado (Sesab).
Cen�rio atual da pandemia
A OMS decretou no dia 5 de maio o fim da covid-19 como emerg�ncia sanit�ria global. J� a variante arcturus � classificada como de risco moderado.
O especialista David Urbaez explica que o risco de cont�gio atual � baixo, e h� um diferente panorama em rela��o ao primeiro ano da pandemia
“Nos mais diferentes pa�ses as medidas de restri��o ficaram praticamente zeradas, bem antes que a OMS tenha decretado o fim da emerg�ncia p�blica. Mesmo nesses cen�rios com poucas restri��es, a presen�a da vacina e a pr�pria imunidade adquirida por conta das milh�es de infec��es se juntam e fazem um cen�rio mais favor�vel para a conviv�ncia com o SARS-CoV-2”, diz.
Na �ndia, a circula��o da arcturus n�o ocasionou aumento nas hospitaliza��es, nem maior necessidade do uso de ventila��o mec�nica em uma popula��o em que cerca de 70% j� tomou alguma dose da vacina contra a covid-19.
David Urbaez explica que a nova variante n�o deve causar preocupa��o de um retorno �s fases iniciais da pandemia. “Atualmente n�s estamos convivendo com o SARS-CoV-2 e esse conv�vio vai permanecer por anos, por d�cadas, sempre com o registro dessas novas variantes que acontecer�o naturalmente pelo pr�prio processo de replica��o viral que ocorre com a circula��o do v�rus”, diz.
Como evitar o risco de cont�gio?
Todos os pacientes com conjuntivite viral precisam saber que � uma doen�a infectocontagiosa e devem se manter afastadas das atividades para evitar cont�gio das pessoas ao redor, independente se for por covid ou outro v�rus. Al�m disso, casos com sintomas respirat�rios dever�o realizar as medidas j� conhecidas: uso de �lcool para higieniza��o das m�os e m�scaras.
*Estagi�rio sob supervis�o de Pedro Grigori
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