fila vacina covid bivalente em BH

Maiores de 18 anos recebem vacina bivalente contra COVID-19 no Centro de Sa�de Carlos Chagas, no bairro Santa Efig�nia, em BH

Leandro Couri/EM/D.A Press.


S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma vacina conjugada contra a COVID e a gripe teve resultados positivos em um estudo cl�nico (em humanos) de fase 2 conduzido na Austr�lia e Nova Zel�ndia. O imunizante foi desenvolvido para proteger a infec��o causada pelo coronav�rus e as quatro cepas do v�rus influenza. Essa etapa da pesquisa avaliou a resposta produzida ap�s imuniza��o em pessoas com idade entre 50 e 80 anos saud�veis e comparou os resultados com as duas formula��es j� licenciadas para a gripe (vacina tetra e quadrivalente) e a da COVID.

Os dados da pesquisa tamb�m indicam que a vacina foi bem tolerada e segura, com os efeitos adversos em geral leves e compar�veis ao observado ap�s a vacina contra a gripe.

O an�ncio foi feito pela farmac�utica Novavax, produtora do f�rmaco, na ter�a-feira (9). A empresa tamb�m apresentou resultados preliminares de estudos com uma vacina de dose elevada contra COVID e um imunizante contra gripe.

Em rela��o � prote��o oferecida por anticorpos do tipo IgG (imunoglobulina G), ligados � mem�ria, e de anticorpos neutralizantes, a vacina combinada conferiu uma taxa de imunoconvers�o (quantidade de pessoas com anticorpos produzidos ap�s a vacina��o) igual ao observado para a f�rmula monovalente (NVX-CoV2373), autorizada como refor�o em Uni�o Europeia, Canad�, Oceania e Reino Unido.

Leia tamb�m:  Influenza: entenda as diferen�as entre as vacinas tri e tetravalente.

J� a vacina utilizada somente contra a gripe ofereceu uma resposta imune cerca de 3% a 56% maior do que a observada com a vacina Fluad (da farmac�utica Seqirus), e de 44% a 89% maior contra a cepa A do v�rus em compara��o � Fluzone (quadrivalente da Sanofi Pasteur).

Al�m disso, a vacina de alta dose contra a COVID induziu � produ��o de anticorpos neutralizantes e anticorpos anti-Spike (ou esp�cula, utilizada pelo coronav�rus para entrar nas c�lulas) cerca de 30% mais do que o observado na resposta imune da Nuvaxovid (NVX-CoV2373).

Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Novavax, Filip Dubovsky, n�o foram observados eventos adversos graves em todos os grupos testados com a vacina. "Os resultados de reatogenicidade [nome dado aos efeitos colaterais provocados pelo imunizante] apoiam nossas observa��es iniciais de que esta tecnologia � adequada para vacinas combinadas porque grandes quantidades de ant�genos podem ser incorporadas sem afetar a tolerabilidade", disse.

Leia tamb�m:  COVID: vacinas se adaptam cada vez mais a novas variantes; entenda.

"Os dados positivos desta ter�a s�o encorajadores e validam ainda mais o valor de nossa plataforma vacinal e seu potencial para melhorar a sa�de p�blica global", disse John Jacobs, presidente e diretor-executivo da Novavax.

Avan�ar para a fase 3

Com os resultados da �ltima ter�a, a empresa est� agora se preparando para avan�ar aos estudos de fase 3, quando � avaliada a efic�cia dos imunizantes.

A Novavax � uma empresa global farmac�utica com sede em Gaithersburg, nos Estados Unidos. No in�cio da pandemia da COVID-19, a farmac�utica iniciou os estudos com a sua candidata � vacina NVX-CoV2373, que j� foi licenciada para uso como esquema prim�rio (duas doses) e como refor�o monovalente em indiv�duos maiores de 12 anos em diversos pa�ses.

A vacina � formada a partir de fragmentos de prote�nas do Sars-CoV-2, notadamente aqueles que comp�em a prote�na S do Spike, esp�cie de gancho molecular utilizado pelo v�rus para entrar nas c�lulas, que s�o combinados a nanopart�culas e injetadas no corpo humano. A novidade do f�rmaco � o uso de um adjuvante chamado Matrix-M, com base em um composto chamado saponina.

Os adjuvantes s�o mol�culas adicionadas � f�rmula da vacina e que ajudam na indu��o da resposta protetora ou na apresenta��o do ant�geno (parte do v�rus contra o qual se deseja induzir imunidade) �s c�lulas do organismo.

Na formula��o conjugada gripe e COVID, os pesquisadores utilizam a prote�na S do coronav�rus em sua forma estabilizada (isto �, a prote�na j� "pronta" para ser reconhecida pelo nosso corpo) e uma vers�o recombinante do v�rus influenza contendo os quatro tipos de hemaglutininas (a letra "H" dos tipos de influenza). A hemaglutinina (ou HA) � o alvo do v�rus contra o qual as vacinas normalmente procuram induzir resposta imune.

Em geral, as vacinas contra a gripe sofrem queda a cada ano na efic�cia, pois a cepa do v�rus em circula��o muda a cada esta��o da doen�a, e � dif�cil formular vacinas contendo a nova cepa antecipadamente. As vacinas conjugadas podem ajudar a oferecer prote��o combinada, antes do per�odo sazonal de v�rus respirat�rios, contra COVID e gripe simultaneamente.