mulher com uma das mãos sobre a mama, blusa branca com laço rosa, fita símbolo da campanha contra o câncer de mama

Rribociclibe: segundo dados apresentados, a redu��o pode chegar a 25% no risco de recorr�ncia em pacientes diagnosticadas com c�ncer de mama em fase inicial

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O tratamento contra o c�ncer de mama inicial pode estar ganhando um novo aliado: resultados de um estudo cl�nico sugere que o medicamento ribociclibe pode aumentar significativamente a taxa de sobreviv�ncia de pessoas diagnosticadas com a forma mais comum da doen�a, o c�ncer de mama sens�vel ao bloqueio hormonal. As conclus�es do estudo, chamado Natalee, foram apresentadas na sexta-feira (02/06), durante o primeiro dia de programa��o do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Cl�nica (Asco), maior congresso de oncologia do mundo.

Segundo os dados apresentados, a redu��o pode chegar a 25% no risco de recorr�ncia em pacientes diagnosticadas com c�ncer de mama em fase inicial classificado como receptor hormonal positivo e HER2-negativo. Esse � o subtipo mais comum da doen�a, representando cerca de 70% de todos os casos.

“No cen�rio do c�ncer de mama inicial sabemos que, apesar da efic�cia bem estabelecida da terapia end�crina, a chance de recidiva da doen�a em 20 ano � de aproximadamente 30% para as pacientes estadio II e pouco maior que 50% nas pacientes estadio III. Nesse cen�rio, existe uma necessidade de otimizar o tratamento adjuvante dessas pacientes com o intuito de reduzir o risco de recorr�ncia. A redu��o percentual de recidiva da doen�a em ¼ dos casos a partir dessa adi��o de ribociclibe � terapia hormonal abre novas frentes importantes no tratamento das pacientes com c�ncer de mama”, diz Luciana Landeiro, oncologista do Grupo Oncocl�nicas.
Ribociclibe � um medicamento utilizado no tratamento do c�ncer de mama com presen�a de receptores hormonais positivos e Her 2 negativo, no cen�rio metast�tico. Ele pertence a uma classe de medicamentos chamados inibidores de quinase ciclina-dependente (CDK4/6) e funciona bloqueando a a��o de prote�nas que promovem o crescimento das c�lulas cancerosas.

O ribociclibe � geralmente administrado em combina��o com medicamentos para o c�ncer de mama, que bloqueiam o est�mulo hormonal que em aproximadamente 70% do casos atua como promotor do crescimento tumoral. 

C�ncer de mama com risco de recorr�ncia 

A pesquisa, apresentada nesta sexta-feira (02/06), contou com a participa��o de 5.101 mulheres na pr� e p�s-menopausa com c�ncer de mama em risco de recorr�ncia. Elas receberam Ribociclibe adjuvante em combina��o a terapia end�crina (2.549 pacientes) ou apenas terapia end�crina (2.552 pacientes).

Ap�s um acompanhamento m�dio de 27.7 meses, 189 pessoas no grupo de ribociclibe (7,4% dos pacientes) tiveram recorr�ncia do c�ncer, em compara��o com 237 pessoas no grupo de terapia hormonal isolada (9,3% dos pacientes).

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O estudo mostrou um ganho absoluto de 3.3% na redu��o do risco de doen�a invasiva a dist�ncia a favor do bra�o do ribociclibe, com HR de 0,748 (0.618-0.906).

Aguardar aprova��o de nova indica��o 

Luciana Landeiro ressalta que apesar dos dados serem animadores, sob a �tica da pr�tica cl�nica ainda � necess�rio aguardar a aprova��o dessa nova indica��o para que esse protocolo possa ent�o ser recomendado �s pacientes.

“Esse foi o resultado da segunda an�lise interina, pr� planejada, do estudo com seguimento mediano de 27.7 meses. Vale ressaltar que 80% das pacientes ainda estava recebendo ribociclibe quando a an�lise apresentada foi realizada. � muito importante acompanharmos como as curvas v�o se comportar no seguimento”, destaca Luciana Landeiro.

De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), mais de 2 milh�es de pessoas em todo o mundo s�o diagnosticadas a cada ano com c�ncer de mama, o que faz dele o l�der do ranking de tumores mais incidentes em todo o mundo.

No Brasil, a expectativa do Instituto Nacional de C�ncer (INCA) para o tri�nio de 2023 a 2025 � de 73.610 casos a cada ano, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.

Asco 2023  

Tendo como tema "Parceria com os pacientes: o pilar do tratamento e pesquisa do c�ncer", a Asco refor�a nesta edi��o os debates sobre a equidade no acesso a pesquisas, tratamentos, terapias e drogas no combate ao c�ncer. A programa��o tamb�m traz importantes atualiza��es sobre avan�os em terapias, engenharia gen�tica e tratamentos para diferentes tipos de tumores.

Com um p�blico estimado de 40 mil pessoas de reunidas, de forma presencial, os diferentes estudos a serem apresentados nos pr�ximos dias trar�o novidades que incluem m�todos diagn�sticos baseados em medicina de precis�o e novidades terap�uticas em �reas como imunoterapia, Car-t, terapias g�nicas e novas estrat�gias baseadas em r�dio ligantes e anticorpos biespec�ficos.