C�ncer de pulm�o: ingest�o do comprimido resultou em uma redu��o de 51% no risco de morte para os pacientes tratados, em compara��o com o grupo que recebeu o placebo
Um comprimido demonstrou efic�cia em reduzir pela metade o risco de morte por certos tipos de c�ncer de pulm�o quando tomado diariamente ap�s a remo��o do tumor, de acordo com um estudo cl�nico apresentado neste domingo (4) nos Estados Unidos.
O c�ncer de pulm�o � o mais letal, com cerca de 1,8 milh�o de mortes a cada ano em todo o mundo.
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O tratamento apresentado neste domingo, o osimertinibe, comercializado sob o nome de Tagrisso e desenvolvido pelo grupo farmac�utico AstraZeneca, � direcionado para aqueles que sofrem do chamado c�ncer de "c�lulas n�o pequenas" e que apresentam um tipo espec�fico de muta��o.
Essas muta��es (no que � chamado de receptor do fator de crescimento epid�rmico ou EGFR) afetam de 10% a 25% dos pacientes com c�ncer de pulm�o nos Estados Unidos e na Europa, e entre 30% e 40% na �sia.
O ensaio cl�nico envolveu cerca de 680 pessoas que estavam em est�gios iniciais da doen�a (est�gios 1b a 3a), em mais de 20 pa�ses.
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Todos haviam passado por cirurgia para remover o tumor. Em seguida, metade dos pacientes tomou o tratamento di�rio e a outra metade recebeu um placebo.
A ingest�o do comprimido resultou em uma redu��o de 51% no risco de morte para os pacientes tratados, em compara��o com o grupo que recebeu o placebo.
Ap�s cinco anos, 88% dos pacientes que receberam o tratamento ainda estavam vivos, em compara��o com 78% daqueles que receberam o placebo.
Dados impressionantes
Esses dados s�o "impressionantes", afirmou Roy Herbst, da Universidade Yale, que apresentou o estudo em Chicago, em comunicado � imprensa.O medicamento ajuda a "impedir que a doen�a se espalhe para o c�rebro, f�gado e ossos", acrescentou em uma coletiva de imprensa.
Aproximadamente um ter�o dos casos de c�ncer de "c�lulas n�o pequenas" podem ser tratados quando detectados, afirmou.
J� comercializado
"� dif�cil para mim dizer o qu�o importantes s�o esses resultados", comentou Nathan Pennell, da Funda��o Cleveland Clinic e n�o envolvido no estudo, durante a coletiva de imprensa."Entramos na era das terapias personalizadas para pacientes em est�gios iniciais" da doen�a, disse ele, e "devemos estar abandonando o tratamento indiferenciado para todos", ou seja, a quimioterapia.
O osimertinibe j� foi autorizado em dezenas de pa�ses e foi administrado a cerca de 700.000 pessoas, de acordo com um comunicado de imprensa da AstraZeneca.
Sua aprova��o nos Estados Unidos em 2020 foi baseada em dados anteriores, que mostraram uma melhora na sobrevida livre de doen�a dos pacientes, ou seja, o tempo vivido sem recorr�ncia do c�ncer.
Mas nem todos os m�dicos adotaram o tratamento e estavam aguardando os dados sobre a sobreviv�ncia geral apresentados no domingo, explicou Roy Herbst.
O oncologista enfatizou a necessidade de "avaliar os pacientes" para determinar se eles t�m a muta��o no receptor EGFR.
"Caso contr�rio, n�o podemos usar esse novo tratamento", enfatizou. O osimertinibe, que atua nesse receptor, pode causar efeitos colaterais, como fadiga intensa, vermelhid�o na pele ou diarreia.
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