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Renato Ara�jo/Ag�ncia Bras�lia

O c�ncer no colo do �tero foi respons�vel por 6.627 mortes no Brasil, em 2020. A estimativa do Minist�rio da Sa�de � que, de 2023 a 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com o tumor, causado pelo papilomav�rus humano (HPV). Esse v�rus � facilmente transmitido na rela��o sexual; isso porque apenas o contato com a pele infectada j� � o suficiente para a contamina��o.

 

“Estima-se que em torno de 70% a 80% da popula��o, em geral, j� teve algum contato com o v�rus. Existem in�meros tipos de v�rus, mais de 50 tipos de cepas diferentes do v�rus e n�o s�o todos eles que v�o causar o c�ncer. Tem alguns que causam s� verruga e outros que nem v�o se manifestar”, explica a ginecologista Charbele Diniz.

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A Campanha Julho Verde-Escuro chama a aten��o para a import�ncia de exames preventivos e do diagn�stico precoce dos chamados c�nceres ginecol�gicos – aqueles que afetam um ou mais �rg�os do aparelho reprodutor feminino. As ocorr�ncias mais frequentes desse tipo de c�ncer no Brasil s�o de tumores no colo do �tero, no corpo do �tero e no ov�rio.

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Diretrizes da OMS

De acordo com o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), � poss�vel, no futuro, erradicar tumores malignos no colo do �tero no Brasil. Para isso, � necess�rio que a popula��o siga as diretrizes da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

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As mulheres entre 25 e 35 anos devem fazer os exames preventivos e as pacientes que forem diagnosticadas com altera��es devem receber o tratamento correto. As meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade devem se vacinar contra o HPV. Para aumentar a imuniza��o, o ideal � que a vacina seja tomada antes da primeira rela��o sexual.

Desde 2014, o governo disponibiliza a vacina quadrivalente contra o HPV. Hoje, meninas e meninos entre 9 e 14 anos podem receber o imunizante no Sistema �nico de Sa�de. Al�m dos adolescentes, pessoas imunossuprimidas com at� 45 anos tamb�m podem se vacinar na rede p�blica.

Apesar de a vacina estar dispon�vel gratuitamente, muitos pais n�o levam seus filhos adolescentes para se vacinarem por uma falsa cren�a de que v�o estimular uma inicia��o sexual precoce.

“A gente tem a vacina dispon�vel, � uma vacina cara, � uma vacina que est� a�, mas que n�o est� sendo utilizada. S�o v�rios tabus, de o povo brasileiro achar que voc� est� expondo a quest�o sexual para a filha adolescente. Mas � mais uma vacina comum como outra qualquer”, explica o chefe do Departamento de Ginecologia Oncol�gica do Instituto Nacional de C�ncer (Inca), Gustavo Guitmann.

A psic�loga Andreia Medeiros trabalha com adolescentes e tem uma filha de 15 anos, a estudante Sofia van Chaijk, que tomou a vacina contra o HPV, orientada pela m�e.

“� um mito [a ideia]  que vai estimular [a inicia��o sexual precoce]. N�o falar sobre o assunto vai prevenir? � o contr�rio”, diz a psic�loga. “Ter consci�ncia dos benef�cios, dessa preven��o e do contr�rio tamb�m, do risco que eles correm, � uma forma de cuidado”, acrescenta.

“Eu agrade�o minha m�e tamb�m por ter me vacinado contra HPV porque a gente conhece uma pessoa que infelizmente faleceu de c�ncer no �tero por conta de HPV. Ent�o ela nem precisou me convencer muito tamb�m. Ela j� sabia das consequ�ncias”, completa Sofia.