cigarro
S�O PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um medicamento � base de plantas que diminui o desejo de fumar e os efeitos da abstin�ncia � a nova esperan�a para quem precisa de ajuda para largar o cigarro. Trata-se da citisiniclina (cistina).
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O mecanismo da citisiniclina � semelhante ao do champix (tartarato de vareniclina), da Pfizer. Ele age nos receptores de nicotina localizados nas c�lulas do c�rebro, reduz o prazer ao tragar e a sensa��o de abstin�ncia.
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"O paciente com abstin�ncia perde a concentra��o, fica irritado e ansioso, tem altera��o no h�bito intestinal -�s vezes, tem dificuldade para evacuar", explica Andrea Sette, pneumologista do Hospital S�o Luiz Itaim, da Rede D'Or.
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Aprovada pela Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria) em 2006, a vareniclina est� com distribui��o interrompida. A Pfizer disse � reportagem que h� um desabastecimento tempor�rio da medica��o, em todas as apresenta��es (comprimidos revestidos de 0,5 mg e 1,0 mg), mas n�o esclareceu o motivo.
A pesquisa da citisiniclina teve a participa��o de 810 volunt�rios. Em 2024, a Achieve Life Sciences, respons�vel pelo produto, pretende submeter os dados do medicamento � FDA (ag�ncia que regulamenta e fiscaliza alimentos e rem�dios nos EUA). Ainda n�o se sabe quando a solicita��o ser� feita ao Brasil.
Os efeitos do tabaco s�o de longo prazo. Mesmo que a pessoa pare de fumar, o corpo pode demorar de 10 a 20 anos para eliminar as subst�ncias cancer�genas.
Livrar-se do v�cio do cigarro � dif�cil, mas n�o imposs�vel. A seguir, as op��es de tratamento contra o fumo.
O SUS OFERECE TRATAMENTO PARA QUEM QUER PARAR DE FUMAR?
Sim. � gratuito. As a��es s�o desenvolvidas em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Sa�de em todos os estados e no Distrito Federal. O Inca (Instituto Nacional de C�ncer) � o respons�vel pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo e pela articula��o da rede de tratamento no SUS. Saiba onde � oferecido o tratamento no seu estado.
QUAL A DURA��O DO TRATAMENTO?
� preconizado um ano.
COMO � O TRATAMENTO NA REDE P�BLICA PARA PARAR DE FUMAR?
Em regras gerais, inclui avalia��o cl�nica, abordagem e terapia medicamentosa. Na consulta, os profissionais de sa�de colhem a hist�ria cl�nica do paciente, verificam se h� contraindica��o de uso de medicamentos, analisam a motiva��o do paciente em deixar de fumar, o n�vel de depend�ncia f�sica � nicotina e a possibilidade de comorbidades psiqui�tricas.
A depender da necessidade, est�o dispon�veis adesivos de nicotina 7 mg, 14 mg e 21 mg, goma de mascar, pastilha, e o antidepressivo cloridrato de bupropiona, de 150 mg.
O pneumologista Felipe Marques da Costa, m�dico e coordenador do Programa Check up Pulmonar da BP - A Benefic�ncia Portuguesa de S�o Paulo, faz uma avalia��o positiva dos programas de cessa��o do tabagismo.
"Se voc� comparar grupos de pessoas que querem parar de fumar ap�s uma r�pida orienta��o m�dica, a chance disso acontecer � em torno de 1%. Quando voc� introduz um paciente dentro de um programa estruturado para a cessa��o de tabagismo, seja municipal, estadual ou federal, a chance de essa pessoa parar de fumar salta para 35%, 40%", afirma Costa.
"As medica��es chamadas de primeira linha -terapia de reposi��o da nicotina- funcionam. O adesivo � uma forma lenta de administrar nicotina. Existem as gomas e as balas que liberam a nicotina de forma mais r�pida. O cloridrato de bupropiona � um antidepressivo, usado em doses baixas. Ele � t�o bom quanto a terapia de reposi��o de nicotina. Todos s�o dispensados pelo SUS.
ONDE BUSCAR TRATAMENTO
O interessado deve procurar a UBS de refer�ncia, com documento de identidade, e se inscrever no Programa Cessa��o de Tabagismo do SUS. H� estrat�gias individuais e em grupo. Os encontros abordam temas que permitem a compreens�o dos motivos que levam ao fumo, os riscos de consumo, os benef�cios de parar de fumar e at� como prevenir as reca�das.
Durante a sess�o de encontro dos grupos antitabagismo s�o realizadas abordagens de maneira intensiva e de forma estruturada, al�m de perguntas que avaliam o grau de depend�ncia f�sica e de motiva��o. Em cada grupo, participam de 10 a 15 pacientes. A coordena��o � feita por um ou dois profissionais de sa�de por meio de quatro sess�es com periodicidade semanal, seguidas por dois encontros quinzenais e uma reuni�o mensal aberta com a participa��o de todos os grupos, para a preven��o de reca�das at� o tratamento completar um ano.
O tratamento e os encontros s�o realizados nas UBS. Ainda h� o apoio das Pr�ticas Integrativas e Complementares em Sa�de, que s�o ofertadas para ajudar no processo de abandono do v�cio -medicina tradicional chinesa (acupuntura, pr�ticas corporais e meditativas), fitoterapia e plantas medicinais, dan�a circular, medicina tradicional indiana (ioga, shantala), imposi��o de m�os, aromaterapia, reflexologia, massoterapia, naturopatia, arteterapia, musicoterapia, quiropraxia, osteopatia, homeopatia e outras.
Todo participante faz o teste de Fargestr�m, usado para aferir o grau de depend�ncia � nicotina.
POR QUE � DIF�CIL PARAR DE FUMAR?
A nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, tem propriedades psicoativas. Ao ser inalada, pode induzir ao abuso e depend�ncia. Apesar de ser a principal subst�ncia presente no cigarro que cria depend�ncia, ela n�o age sozinha. H� outras que potencializam esse efeito, como por exemplo, o acetalde�do, tamb�m presente no cigarro eletr�nico.
"Cada vez que voc� traga um cigarro, atinge o c�rebro muito r�pido, em segundos. Voc� inala em torno de 4.750 subst�ncias, entre elas a nicotina, que causa depend�ncia. Por isso � t�o dif�cil parar de fumar. O c�rebro do fumante � dependente. Precisa da subst�ncia para se concentrar e se sentir bem", explica Sette.
"O paciente que fuma perde cerca de 7 a 8 anos de vida, fora que a vida do fumante -ap�s 40, 50 anos- passa a sofrer uma s�rie de intemp�ries, desde limita��es cl�nicas, altera��es vasculares, aumento da incid�ncia de c�ncer, AVC, infarto, de doen�a arterial perif�rica. N�o podemos esquecer que 80% das pessoas que t�m c�ncer no pulm�o, no Brasil, fumam ou j� fumaram", diz Costa.
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