Mulher com dor de garganta

A faringite � tratada com o uso de antibi�ticos, por um per�odo de sete a dez dias, mas a melhora dos sintomas deve ocorrer antes, por volta do terceiro dia

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S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dor de garganta � algo comum, mas � preciso observar se h� outros sintomas associados.

 

Dor para engolir, aumento de g�nglios no pesco�o, presen�a de pus, dor nas articula��es, mal-estar, prostra��o, garganta vermelha, inchada e com pontos avermelhados (pet�quias), febre alta –geralmente de 39ºC a 40ºC— e dor de cabe�a s�o sinais de faringite causada pela bact�ria estreptococo beta-hemol�tico do grupo A, nome cient�fico Streptococcus pyogenes.

Quando subestimada, a doen�a pode desencadear problemas mais s�rios como febre reum�tica, glomerulonefrite e s�ndrome Pandas. O alerta � da m�dica Cristiane Adami, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

 

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Em sua maioria, este tipo de faringite acomete crian�as e adolescentes de 5 a 15 anos, que se aglomeram mais e trocam objetos e alimentos com facilidade. O quadro � diferente do que ocorre em um resfriado, que n�o � grave e sempre vem acompanhado por tosse, coriza e congest�o nasal.

 

"De in�cio, dificilmente os pais v�o pensar que � uma faringite por estreptococo. Geralmente, d�o um analg�sico e esperam tr�s dias. O problema � que n�o h� um sinal de alarme imediato que indique gravidade. Por isso falamos da import�ncia de j� procurar um servi�o m�dico em caso de dor de garganta localizada, dor no corpo, febre e g�nglios aumentados", diz Cristiane Adami.

 

 

 

Segundo Pollyanna Barbosa Lima Cerqueira, pediatra da BP - A Benefic�ncia Portuguesa de S�o Paulo, a contamina��o se d� por got�culas, por exemplo ao espirrar e tossir na dire��o de outra pessoa sem usar a m�o como prote��o.

 

"O ideal � deixar os locais arejados e limpos, lavar as m�os e evitar coloc�-las em objetos e na boca", afirma Cerqueira.

O diagn�stico � feito com base em avalia��o m�dica e testes r�pidos colhidos a partir da secre��o da garganta ou mesmo da cultura de bact�rias, que tamb�m permite a identifica��o.

 

A faringite � tratada com o uso de antibi�ticos, por um per�odo de sete a dez dias, mas a melhora dos sintomas deve ocorrer antes, por volta do terceiro dia.

 

"Qualquer quadro de amigdalite ou faringite n�o tratado de forma adequada pode trazer outros problemas. Como � um local com v�rias liga��es, pode haver infec��es na boca, sinusite, otites, pneumonia e outras [doen�as]", explica Cerqueira.

As complica��es graves surgem em at� cinco semanas. "N�o negligencie uma dor de garganta. Se o paciente n�o trata a bact�ria na hora certa, ela pode caminhar para o cora��o, os rins e para o sistema nervoso central", alerta Adami.

 

Sequelas no cora��o 

 

Na pior das hip�teses, a faringite causada pela bact�ria estreptococo beta-hemol�tico do grupo A evolui para uma febre reum�tica. A doen�a tem v�rias maneiras de se manifestar. A cardite, a artrite e a coreia de Sydenham (movimentos involunt�rios) s�o as mais comuns.

 

"Embora o advento dos antibi�ticos tenha reduzido muito a incid�ncia de febre reum�tica em escala mundial, cerca de 3% dos casos de faringoamigdalite por infec��o de estreptococo evoluem para esse tipo complica��o por falta de tratamento adequado", diz Adami.

 

"� o quadro mais grave. O doente pode ficar com sequela no cora��o para o resto da vida", ressalta Adami.

 

A glomerulonefrite � a inflama��o dos rins. "De 10% a 13% dos jovens, mesmo com o uso dos antibi�ticos, pode evoluir para a doen�a. Apesar de n�o deixar sequelas, � um est�gio em que o paciente entra em uma insufici�ncia renal aguda que precisa de tratamento hospitalar para receber antibi�tico venoso", afirma Adami.

 

A s�ndrome Pandas —abrevia��o para Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal Infections, em portugu�s dist�rbios neuropsiqui�tricos autoimunes pedi�tricos associados a infec��es estreptoc�cicas—, uma inflama��o do sistema nervoso, � outro sinal de piora. O paciente desenvolve TOC (transtorno obsessivo compulsivo).

 

O TOC � caracterizado por duas condi��es: a obsess�o e a compuls�o. A primeira diz respeito a um pensamento constante que o paciente tem, de qualquer tipo. A segunda � marcada por atos do indiv�duo na tentativa de aliviar sua obsess�o.