Tenho c�ncer - e agora? O que fazer ap�s receber diagn�stico

Em um �nico instante crucial, sua vida mudou e n�o haver� volta. Como aceitar, ajustar-se e adaptar-se a ser "algu�m com c�ncer"?

Em primeiro lugar, voc� ainda � a mesma pessoa. Mas, agora, voc� tem um diagn�stico definitivo que requer sua aten��o imediata.

Existem centenas de tipos de c�ncer, identificados e diferenciados de acordo com o local, tipo de c�lulas envolvido, agressividade e evid�ncia de dissemina��o. Estes s�o detalhes fundamentais que voc� precisa conhecer para come�ar a entender o que est� acontecendo no seu corpo.

Existe muito a aprender e compreender sobre a doen�a e seu progn�stico; efeitos sociais, emocionais, sexuais e espirituais; tratamentos, terapias e seus efeitos colaterais; implica��es para o trabalho e como todas essas oportunidades e desafios estar�o interligados.

Mas voc� n�o precisa estudar tudo de uma vez. Com tempo e apoio, voc� ir� seguir adiante com equil�brio, for�a, calma e intelig�ncia.

As emo��es ir�o variar – as suas e as dos outros

Seja qual for seu estado emocional e comportamental, prepare-se para ter algumas surpresas.

Este ser� um per�odo de incertezas. Esteja preparado para experimentar toda uma s�rie de rea��es, como choque, raiva, luto e culpa, al�m de sensa��es profundas e calorosas de amor, compaix�o e gratid�o pelas pessoas e pelo ambiente � sua volta.

Nos primeiros dias, voc� pode querer limitar as pessoas a quem ir� contar seu diagn�stico ou manter a not�cia em sigilo para ter a chance de se ajustar sem interfer�ncias. Afinal, algumas pessoas, mesmo com boa inten��o, ir�o reagir de forma inesperada e podem causar tens�o, em vez de ajudar ou apoiar de forma verdadeira.

Algumas pessoas poder�o fazer uma s�rie de perguntas, mas voc� pode n�o ter todas as respostas. Elas podem querer contar hist�rias de outras pessoas, que voc� talvez n�o queira ou ainda n�o esteja pronto para ouvir.

Nos primeiros dias, pode ser melhor restringir o n�mero de pessoas a quem voc� ir� contar o seu diagn�stico.

Voc� tem a op��o de aceitar totalmente a orienta��o dos profissionais de assist�ncia m�dia, que fornecer�o as informa��es que eles acharem que voc� precisa saber no momento e encaminhar�o voc� para outros exames de diagn�stico e consultas m�dicas.

Mas talvez voc� queira saber mais sobre o tipo de c�ncer que voc� tem, os tratamentos recomendados, todos os poss�veis efeitos colaterais e buscar outras fontes. Isso ir� colocar as informa��es que voc� recebeu em perspectiva e trazer outras perguntas.

Por isso, � importante encontrar fontes de informa��o que sejam confi�veis.

Continuar a trabalhar pode ser ben�fico

Para pessoas que trabalham, a decis�o de voltar ao trabalho ir� depender de como voc� se sente e da flexibilidade do seu empregador.

Considerando que o seu corpo esteja em condi��es e n�o seja um per�odo de imunossupress�o (que deixar� voc� suscept�vel aos efeitos prejudiciais de poss�veis infec��es), o trabalho realizado em ritmo est�vel, normalmente, n�o s� refor�a as finan�as, mas tamb�m traz benef�cios cognitivos, sociais e emocionais.

Aqui, a estrat�gia � determinar os riscos do seu trabalho. Especifique as dificuldades e discuta com seu gerente como reduzi-las. E, se voc� for o seu pr�prio patr�o, seja gentil e flex�vel.

A fadiga relacionada ao c�ncer

O efeito colateral mais comum de viver com c�ncer (antes, durante e depois de qualquer tratamento) � um tipo espec�fico de extremo cansa�o e letargia, conhecido como fadiga relacionada ao c�ncer.

�s vezes, ela surge em conjunto com depress�o n�o cl�nica e falta de esperan�a. Algumas pessoas podem se sentir t�o mal que chegam a recusar tratamento m�dico, mas, para a maioria, este tipo de fadiga torna dif�cil aproveitar a vida.

As pesquisas sobre as interven��es mais eficazes para reduzir a fadiga relacionada ao c�ncer avaliaram uma s�rie de tratamentos, incluindo medica��es e terapias complementares.

Considerando que a causa da fadiga n�o seja anemia (que pode ser tratada com transfus�o de sangue), as evid�ncias mais fortes recomendam exerc�cio f�sico, moderadamente aer�bico, frequentemente definido como "suficiente para come�ar a suar".

Mas, para as pessoas que n�o conseguirem praticar exerc�cios em n�vel moderado (por exemplo, se o c�ncer houver sofrido met�stase para os ossos ou se a capacidade pulmonar estiver comprometida), t�cnicas que exijam menos do corpo f�sico podem ser proveitosas.

Priorizar o que traz alegria

A "alegre liberdade" como tratamento da fadiga relacionada ao c�ncer pretende trazer a vitalidade de volta com ajustes sutis do estilo de vida do paciente. Esta abordagem foi desenvolvida por pesquisadores com base em uma s�rie de estudos.

A primeira tarefa � relacionar as atividades que trazem alegria. Depois, classifique cada alegria de acordo com os cinco atributos a seguir das atividades restauradoras da energia:

• significativa
• abrangente
• traz conex�es
• inspiradora
• enriquecedora

Este processo ir� aumentar a consci�ncia sobre como aproveitar melhor sua limitada energia f�sica, emocional e cognitiva.

Considere acrescentar mais coisas que trazem alegria � sua vida e elimine algumas das atividades de que voc� n�o gosta e que esgotam sua energia. Estas pequenas mudan�as podem trazer efeitos profundos para os seus n�veis de energia e fornecer o incentivo de que voc� precisa para viver bem com c�ncer.

Idealmente, deveria haver, no servi�o p�blico de sa�de, bons recursos, m�dicos e enfermeiras especializadas para fornecer apoio hol�stico, a fim de promover a sa�de das pessoas com c�ncer.

Mas, realisticamente falando, este tipo de apoio raramente � oferecido pelos servi�os p�blicos comuns. Ele � mais facilmente dispon�vel no setor privado ou voc� pode encontrar o que procura entre as entidades locais especializadas em c�ncer.

*Marilynne N. Kirshbaum � professora e presidente do Comit� de �tica em Pesquisas Humanas da Universidade Charles Darwin, na Austr�lia.

Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado sob licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original em ingl�s.