Coordenador do Ambulatório Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, Luis Felipe

Coordenador do Ambulat�rio Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, Luis Felipe Carneiro, destaca que, �s vezes, as pessoas demoram para associar os sintomas ao eclipse

Laio Amaral/Divulga��o
O alerta foi dado, a informa��o circulou e mesmo com a divulga��o dos cuidados e as orienta��es para que as pessoas se protegessem caso fossem observar o eclipse solar anular, que ocorreu no �ltimo s�bado (14/10), muitas pessoas insistiram em olhar o fen�meno sem prote��o (maioria crian�as, adolescentes, jovens) e, agora, lidam com as consequ�ncias para a sa�de ocular: a maculopatia solar, doen�a que � um tipo de retinopatia causada pela exposi��o direta a fontes intensas de luz. E caracterizada pela escotoma central, que � uma mancha no centro da vis�o. O coordenador do Ambulat�rio Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, Luis Felipe Carneiro, destaca que "at� o momento, n�s tivemos seis casos confirmados no Ambulat�rio Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, sendo que o �ltimo chegou nessa quinta-feira (19)".

Luis Felipe Carneiro explica que, depois desses pacientes olharem para o sol, eles apresentam uma escotoma central, que � uma mancha no centro da vis�o: "Essa mancha n�o aparece instantaneamente, geralmente vem horas depois, normalmente at� 24 horas. Se a pessoa olhou por muito tempo, a mancha � maior, se ela olhou por pouco tempo, � menor".

O oftalmologista enfatiza que aqueles que tiveram uma grande exposi��o procuram o Pronto Atendimento mais rapidamente: "Em menos de 24 horas depois do eclipse, j� tivemos um caso. J� os pacientes que tiveram uma exposi��o menor foram nos procurando ao longo da semana. As pessoas acabam procurando o Pronto Atendimento na medida que ficam sabendo dos sintomas e quando eles j� est�o incomodando bastante".
Luis Felipe Carneiro destaca que, �s vezes, as pessoas demoram para associar os sintomas ao eclipse: "Por isso, quando passamos a divulgar, elas acabam chegando ao Pronto Atendimento falando que est�o sentindo a mesma coisa." 

Sintomas, tratamento e sequelas

E como os sintomas evoluem? Conforme Luis Felipe Carneiro, primeiro, aparece a mancha no centro da vis�o, que pode ficar escura e com o tempo vai clareando: "� como se tivesse v�rios pap�is de seda na frente do olho, que v�o sendo retirados depois. Por isso, � muito importante seguir as orienta��es do Conselho Brasileiro de Oftalmologia que foram amplamente divulgadas na internet: se for olhar para um eclipse olhar, utilize um Equipamento de Prote��o Individual (EPI) adequado. O ideal s�o aqueles �culos que lembram �culos de soldador, de prote��o n�mero 14".

Luis Felipe Carneiro explica que, no caso dos pacientes com a vis�o afetada pelo eclipse, o tratamento para a chamada maculopatia solar, na verdade, n�o existe: "N�o h� comprova��o cient�fica. Por isso, usamos alguns rem�dios para tentar desinflamar o olho e diminuir o tamanho do escotoma".

No entanto, enfatiza o oftalmologista, a maioria dos pacientes vai ficar com uma sequela e, quanto maior a maculopatia, maior � a gravidade e maiores ser�o as sequelas: "Nos casos mais leves, o paciente, �s vezes, fica com um pequeno defeito no campo visual, que � impercept�vel. Por�m, nos casos mais graves, o paciente fica com uma mancha no centro da vis�o que vai impactar na vida di�ria".

Avalia��o oftalmol�gica

E como saber se a sua vis�o foi afetada? Ficar atento aos sinais de altera��es visuais, como manchas, borramentos ou emba�amento. Na ocorr�ncia de mudan�as na vis�o, procure orienta��o de um oftalmologista para avalia��o.
Al�m dos pacientes que procuraram atendimento m�dico na Santa Casa BH, com les�es na vis�o decorrentes da observa��o do eclipse solar sem prote��o, o Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimar�es tamb�m tem recebido queixas e d�vidas em rela��o � observa��o do eclipse.