O futebol mineiro perdeu um jogador emblem�tico nos anos 1970. Um dos integrantes do Atl�tico campe�o brasileiro de 1971, Ronaldo Drummond morreu ontem, aos 73 anos. Ele teve hemorragia g�strica com complica��es cl�nicas e estava internado no CTI do Hospital Vera Cruz h� 20 dias. Al�m de ter sido um vencedor com o Galo, o ponta-direita foi bicampe�o brasileiro pelo Palmeiras (1972/73) e campe�o da Libertadores da Am�rica com o Cruzeiro (1976).
O sepultamento ocorreu no Cemit�rio do Bonfim, acompanhado apenas pela fam�lia, a mulher, Sandra, com quem foi casado por 48 anos, as filhas Marcela, Fabiana e Renata, com os maridos, e a irm�, Tereza.
“Ai meu Deus.” Essa foi a primeira rea��o do ex-atacante e artilheiro Dario ao receber a not�cia. Segundo ele, Ronaldo foi um dos jogadores mais importantes da conquista de 1971. Ele se recorda especialmente de uma vit�ria, o 2 a 1 sobre o Vasco, no Mineir�o, com Ronaldo Drummond abrindo o placar. “O Humberto Monteiro cruzou, eu escorei de cabe�a pro Ronaldo, que mandou no canto”, descreve.
Humberto Ramos era o armador do grupo campe�o de 71 e tamb�m tem muitas recorda��es. “Eu era juvenil e o Tel� me puxou para o time profissional. Lembro-me de que foi o Ronaldo quem me acolheu. Eu n�o tinha carro e ele me pegava todos os dias pra ir pro treino. Nos tornamos grandes amigos. At� pouco tempo a gente se encontrava.”
Amauri Horta, armador, lembra que Ronaldo, antes de se tornar ponta-direita do time campe�o, era o centroavante, num ataque que tinha ainda Bui�o, Lacy e Ti�o. “�ramos muito amigos. Acompanhei a doen�a e a interna��o dele com muito sofrimento. Era um companheiro excelente, tanto no clube como fora dele.”
Entre um de seus principais advers�rios estava Proc�pio. No ano em que retornou ao Atl�tico, em 1966, vendido pelo Palmeiras, acabou se transferindo para o Cruzeiro. Um dos motivos da passagem r�pida, conta, foi ter brigado por Ronaldo. “Ele era muito bom de bola, mas o estavam deixando na re- serva. Falei com treinadores e diretores que estava tudo errado e que tinham de arrumar um lugar pra ele. Pois eu n�o fiquei no Atl�tico e fui para o Cruzeiro e tive de marc�-lo diversas vezes. Era um jogador muito inteligente.”
Ronaldo teve tamb�m relevante passagem no Cruzeiro, como relembra Nelinho. “Ele foi um cara muito importante para a conquista da Li- bertadores. Ajudava muito quando estava em campo, no sentido de orientar o time. Jogava para a equipe. Ele tinha uma voz rouca e a gente brincava muito com ele por causa disso.”
Outro companheiro no time celeste foi Dirceu Lopes. “Eu tinha uma hist�ria de afinidade e carinho com o Ronaldo. Eu conheci primeiro o irm�o dele, Ricardo, que jogou comigo no juvenil do Cruzeiro. Depois, fomos advers�rios, eu naquele grande time do Cruzeiro, dos anos 60, e ele no Atl�tico. Depois, veio para o Cruzeiro e foi muito importante na conquista da Libertadores. Era uma �tima pessoa.”
A carreira de Ronaldo come�ou na v�rzea, nos times dos bairros Floresta, Santa Tereza e Horto. Logo chamou a aten��o do Cruzeiro, onde foi jogar ainda juvenil. Acabou trocado com o Atl�tico, por M�rio Jorge.
TRAJET�RIA
Em 1966, tornou-se titular do time profissional, formando dupla com Lacy. Jogou no Atl�tico at� 1972, quando se transferiu para o Palmeiras, formando a chamada “Segunda Academia”, que tinha Le�o; Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu Bala, Leivinha, Ronaldo e Nei. E com esse mesmo time, foi bicampe�o brasileiro.
Em 1975, foi contratado pelo Cruzeiro. Foi uma das pe�as-chave como 12º jogador na conquista da Ta�a Libertadores da Am�rica de 1976. Zez� Moreira sempre utilizava Ronaldo para mudar o padr�o t�tico do ataque.
a carreira
Atl�tico
66 gols
270 partidas
Campe�o mineiro (1970)
Campe�o Brasileiro (1971)
Palmeiras
30 gols
183 partidas
Bicampe�o paulista (1972/73)
Bicampe�o brasileiro (1972/73)
Cruzeiro
9 gols
34 partidas
Campe�o da Libertadores (1976)