O Cruzeiro iniciou ontem, ao se mudar para um espa�o de trabalho compartilhado na torre do Shopping Boulevard, o que espera que seja o momento de "virada administrativa”. Com a expectativa de economizar at� R$ 2 milh�es por ano, al�m de receber igual valor em aluguel do pr�dio da Rua Timbiras, a verdade � que pouco em fun��o do momento t�o dif�cil que o clube passa.
Com d�vidas na casa de R$ 1 bilh�o e amargando mais uma temporada na S�rie B do Brasileiro, todas as a��es para conten��o de gastos s�o bem-vindas, mas de pouco adiantar�o se n�o houver um esfor�o coordenado com todas as �reas. Uma das principais medidas tem de ser renegociar os d�bitos de curto prazo, ganhando f�lego e fluxo de caixa.
Caso contr�rio, todo o dinheiro que entrar, como o da venda de jogadores, ser� bloqueado por credores. Ou usado para pagar despesas correntes e sal�rios, n�o havendo certeza de como os compromissos ser�o honrados no m�s seguinte.
Um caso claro � o do volante J�dsom, de 19 anos, que retirou a��o que movia contra o Cruzeiro na Justi�a do Trabalho por falta de pagamentos. Com isso, deve ter a venda para o Bragantino confirmada ainda nesta semana, rendendo R$ 5,4 milh�es, dinheiro para pagar vencimentos atrasados do futebol e de funcion�rios.
O valor a ser pago pelo clube paulista corresponde a 40% dos direitos econ�micos de J�dsom Silva. O clube celeste manter� 20%, podendo lucrar em transfer�ncia futura do atleta, que jogou 41 partidas na temporada 2020 (37 como titular).
Para ter uma folga, teria de concretizar as vendas tamb�m do zagueiro Cac�, alvo de equipes do Jap�o, e do lateral-direito Orejuela, que interessa ao Gr�mio e a outros clubes brasileiros, al�m de agremia��es do exterior.
O mesmo vale para a venda de patrim�nio, defendida por conselheiros e torcedores. Se for feita a conta-gotas, h� risco de a Raposa ficar sem bens im�veis, sendo alguns deles superavit�rios, como os clubes sociais, e tamb�m sem dinheiro, usado para passivos de urg�ncia e n�o para ajudar a resolver o problema financeiro.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas desde o rebaixamento, o ideal � a diretoria conseguir empr�stimo a juros mais baixos para pagar d�vidas mais altas. Al�m disso, conseguir autoriza��o para criar o condom�nio de credores das demandas trabalhistas tamb�m ajudaria bastante. Outro pilar fundamental na recupera��o da institui��o � conseguir dinheiro novo, com patroc�nios e em iniciativas de engajamento dos torcedores, o que n�o � t�o f�cil em virtude da proibi��o de contar com torcida em jogos por causa da pandemia de COVID-19.
Nova mentalidade
De qualquer forma, o presidente S�rgio Santos Rodrigues defendeu a mudan�a da sede administrativa do Barro Preto para o Santa Efig�nia, em parceria com uma empresa do coworking. “Quando falamos do novo Cruzeiro � com essa mentalidade, corporativa, de trabalho. Estamos muito empolgados. Mais importante do que mudar a sede � a gente mudar a mentalidade do Cruzeiro daqui pra frente. Queremos que o clube melhore e todos aqui v�o contribuir para isso. (...) Agora come�amos um novo e importante momento”, enfatizou o mandat�rio celeste.
Nesta semana, ele pode anunciar os primeiros contratados para a temporada 2021. A miss�o � conseguir voltar � S�rie A do Campeonato Brasileiro, fazendo jus a valores maiores de direitos de transmiss�o e de patroc�nios.