
Diversos participantes e organizadores da Olimp�ada de T�quio, que come�a nessa sexta-feira (23/7), j� classificaram esta edi��o do evento como particularmente dif�cil e desafiadora.
Um dos motivos � �bvio: ela acontece em meio � pandemia de coronav�rus, que causou o adiamento do evento em 2020 e j� tirou a vida de mais de 4 milh�es de pessoas em todo o mundo.
Mas, como toda edi��o, esta Olimp�ada j� tem em seus bastidores confus�es que n�o necessariamente t�m a ver com a pr�tica de esportes em si — como o sumi�o de um atleta ugand�s e acusa��es contra um artista que participaria da cerim�nia de abertura.
A poucos dias do evento, vamos a alguns percal�os com os quais a organiza��o da Olimp�ada j� precisou lidar.
Covid-19 na vila ol�mpica
O porta-voz do comit� organizador do evento Masa Takaya afirmou nesta segunda-feira (19/7) que h� 61 casos confirmados de covid-19 de pessoas credenciadas ao evento.
Takaya especificou que, destas, 28 eram pessoas vindas do exterior, e 33 de residentes no Jap�o.
"Sobre os 28 casos, precisamos considerar as 22 mil pessoas chegando ao Jap�o. Olhando para a taxa de casos positivos, ela � pr�xima a 0,1%", apontou, defendendo que o n�mero � relativamente baixo.
Os primeiros casos de atletas com covid-19 na vila ol�mpica foram confirmados no fim de semana: Thabiso Monyane e Kamohelo Mahlatsi, jogadores de futebol da �frica do Sul. Mario Masha, analista de v�deo da equipe, tamb�m testou positivo.
Eles e outros membros da equipe com quem tiveram contato est�o confinados em seus quartos, tendo alimenta��o entregue na porta e a rotina di�ria de testagem por meio do m�todo PCR.
Na segunda-feira (19/7), o comit� tcheco tamb�m confirmou que o atleta Ondrej Perusic, do v�lei de praia, testou positivo na vila ol�mpica. Depois, o comit� dos Estados Unidos afirmou que uma ginasta da equipe reserva testou positivo em um centro de treinamento na cidade de Inzai.

H� preocupa��o tamb�m com a situa��o de T�quio, sede do evento, cidade em que a m�dia di�ria de novos casos ficou acima de 1.000 por quatro dias consecutivos. Especialistas estimam que o controle sanit�rio do evento ocorreria apenas em um cen�rio com este n�mero abaixo de 100.
Diversas pesquisas de opini�o mostraram que os japoneses se op�em � realiza��o do evento durante a pandemia, e marcas patrocinadoras est�o sofrendo os efeitos disso.
Uma delas, a Toyota, anunciou que seus executivos n�o ir�o � cerim�nia de abertura na sexta-feira — que j� n�o teria p�blico, apenas poucos convidados — e que a publicidade relacionada ao evento n�o ser� veiculada no Jap�o.
Entretanto, para Brian McCloskey, que fez a consultoria das medidas de controle sanit�rio desta Olimp�ada, os casos positivos s�o poucos e mostram que os riscos de transmiss�o do v�rus no evento s�o m�nimos.
"O que estamos vendo � o que esper�vamos", diz McCloskey, especialista em planos de emerg�ncia e l�der da opera��o na Olimp�ada de Londres de 2012.
"Se ach�ssemos que todos os testes realizados dariam negativo, simplesmente n�o nos importar�amos em fazer os testes. Realizamos os testes porque eles s�o uma forma de filtrar as pessoas que podem estar desenvolvendo uma infec��o e que podem se tornar um risco mais tarde."
Sumi�o de atleta e sa�da de compositor

Enquanto h� d�vidas sobre a presen�a de atletas infectados nos jogos, a organiza��o est� lidando com um desfalque inusitado: a do atleta de Uganda Julius Sekitoleko, que sumiu na semana passada.
Segundo a ag�ncia de not�cias japonesa Kyodo News, Sekitoleko deixou um bilhete no seu hotel afirmando querer "trabalhar no Jap�o" pois a vida no seu pa�s � muito dif�cil, e depois desapareceu.
Atleta de levantamento de peso, Sekitoleko estava treinando desde junho em Izumisano, mas n�o conseguiu se qualificar — e por isso, deveria voltar para Uganda em 20 de julho.
O sumi�o foi confirmado pelo comit� ol�mpico ugand�s: "Durante nossas instru��es rotineiras � equipe em Uganda e no Jap�o enfatizamos a necessidade de respeitar as regras de imigra��o do Jap�o e de n�o deixar o local de treinamento sem autoriza��o."
"Nossa equipe em Izumisano est� cooperando com as autoridades de Osaka para tentar localizar Sekitoleko."
Outro desfalque ser� a de uma composi��o musical de cerca de quatro minutos que seria apresentada na cerim�nia de abertura dos jogos. Seu autor, o artista Keigo Oyamada, 52 anos, renunciou ao seu cargo na equipe criativa do evento ap�s emergirem acusa��es de que ele fazia bullying com colegas da escola que tinham defici�ncias.
Antigas entrevistas em que Oyamada se gabava do bullying e dizia n�o se arrepender causaram revolta nas redes sociais.
"Fiquei ciente, de forma dolorosa, de que o convite para minha participa��o musical na Olimp�ada e Paraolimp�ada de T�quio carecia de respeito por muitas pessoas", disse Oyamada, tamb�m conhecido como Cornelius, em nota anunciando seu afastamento.
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