
A Paralimp�ada de T�quio come�ou nesta ter�a-feira (24/8). A cerim�nia de abertura foi realizada �s 8h (hor�rio de Bras�lia), no Est�dio Nacional.
A expectativa � de grande depois do sucesso dos atletas brasileiros na Olimp�ada, com direito a novo recorde de medalhas.
Mas a situa��o � um pouco diferente na Paralimp�ada, em que o pa�s j� � considerado uma pot�ncia esportiva.
Desde Pequim 2008, o Brasil se mant�m no top 10 no quadro de medalhas final e, na Rio 2016, bateu seu recorde, com 72 medalhas.Al�m de se manter entre os 10 primeiros lugares no quadro geral, a meta no Jap�o � tamb�m conquistar o 100º ouro da hist�ria da participa��o da equipe brasileira.
"Tamb�m esperamos superar as medalhas que conseguimos no Rio de Janeiro", diz Alberto Martins, diretor t�cnico do Comit� Paral�mpico Brasileiro e chefe de miss�o nos Jogos de T�quio.
Assim como na Olimp�ada de T�quio, a delega��o brasileira ser� a maior j� enviada pelo pa�s ao exterior.
O Brasil vai competir em 21 das 23 modalidades dos Jogos, inclusive nas duas que far�o sua estreia em T�quio, badminton e taewkwondo.
Confira a programa��o da Paralimp�ada e o que esperar da participa��o brasileira.
Quando ser�o as competi��es?

A cerim�nia de abertura marca o in�cio oficial dos Jogos, mas a competi��o s� come�a no dia seguinte, com as disputas em oito modalidades.
Ser�o 13 dias de evento, at� 5 de setembro, quando ser� a cerim�nia de encerramento.
Cada modalidade come�ar� a ser disputada nas seguintes datas:
25 de agosto
- Ciclismo de pista
- Basquete em cadeira de rodas
- Esgrima em cadeira de rodas
- Hipismo
- Goalball
- Nata��o
- Rugby em cadeira de rodas
- T�nis de mesa
26 de agosto
- Levantamento de peso
27 de agosto
- Atletismo
- Jud�
- Remo
- T�nis em cadeira de rodas
- Tiro com arco
- V�lei sentado

28 de agosto
- Bocha
- Triatlo
29 de agosto
- Futebol de 5
- Tiro esportivo
31 de agosto
- Ciclismo de estrada
1º de setembro
- Badminton
2 de setembro
- Canoagem
- Taekwondo
Em quais esportes o Brasil vai participar?
A delega��o brasileira ter� representantes em 21 das 23 modalidades dos Jogos, inclusive no badminton e no taewkwondo, que ser�o disputados pela primeira vez em Paralimp�adas.
"Temos chance de disputar medalhas nas duas", diz Martins.
As exce��es s�o o basquete em cadeira de rodas e o r�gbi em cadeira de rodas.
As sele��es brasileiras foram mal nos torneios classificat�rios e n�o conseguiram uma vaga para T�quio.
Como ser� a delega��o brasileira?

A delega��o brasileira ser� a maior j� enviada para uma Paralimp�ada no exterior.
Ser�o 260 atletas, bem acima dos 178 que foram � Londres 2012 e n�o muito longe da participa��o em casa, na Rio 2016, quando o Brasil teve vagas garantidas em todas as modalidades por ser o pa�s-sede e contou com 286 atletas nos Jogos.
Do total, 164 s�o homens e 96 s�o mulheres — isso representa uma participa��o feminina de 40% do total, ligeiramente acima da meta de 38%, de acordo com o Comit� Paral�mpico Brasileiro (CPB).
A delega��o ter� 234 atletas portadores de defici�ncia. O restante s�o de atletas sem defici�ncia que atuam em algumas modalidades, como guias (corrida), calheiros (bocha), chamadores e goleiros (futebol) e timoneiros (remo).
Destes 234 atletas, 87 deles, ou 37%, disputar�o sua primeira Paralimp�ada.
"Tamb�m temos uma participa��o maior de jovens, e essa renova��o � extremamente importante importante porque j� estamos pensando em Paris 2024 em Los Angeles 2028", diz Martins.
Quem pode brilhar em T�quio
Alana Maldonado | Jud�
A judoca de 26 anos chega � sua segunda Paralimp�ada como a campe� mundial da sua categoria. Na Rio 2016, ela foi prata.
Daniel Dias | Nata��o
� o maior campe�o ol�mpico do Brasil, dono de 24 medalhas (14 delas de ouro).
Apesar desse hist�rico, seu desempenho ainda � incerto, porque ele passou por uma reclassifica��o que o colocou para nadar com atletas portadores de defici�ncias menos restritivas.
Aos 33 anos, Daniel j� anunciou que estes ser�o seus �ltimos Jogos.

D�bora Menezes | Taekwondo
A atleta de 30 anos � a n�mero dois no ranking mundial de sua categoria e a atual campe� mundial. No Parapan-americano de Lima, em 2019, ganhou a prata.
Esta ser� sua primeira Paralimp�ada, que marca a estreia do taekwondo nos Jogos.
Evelyn Oliveira | Bocha
Foi escolhida como porta-bandeira do Brasil na cerim�nia de abertura, ao lado de Petr�cio Ferreira.
Evelyn foi ouro na Rio 2016 na bocha em duplas mistas junto com Antonio Leme e Evani da Silva e, aos 44 anos, tenta o bicampeonato em sua segunda Paralimp�ada.

Gabriel Bandeira | Nata��o
O atleta de 21 anos chega a T�quio embalado pelo excelente desempenho no Aberto Europeu, em maio, quando ganhou seis ouros e bateu um recorde continental. Ele vai competir em seis provas
Lethicia Lacerda | T�nis de mesa
Aos 18 anos, Lethicia ganhou dois bronzes nos Jogos Parapan-americanos de Lima, em 2019, e vai para sua primeira participa��o em Paralimp�adas. Est� em quinto lugar no ranking mundial de sua categoria.
Maria Carolina Gomes Santiago | Nata��o
A atleta de 36 anos voltou com quatro medalhas do �ltimo Mundial em Londres, no Reino Unido, em 2019. Foi prata nos 100 metros nado de costas e no revezamento e ouro nos 50 metros e 100 metros nado livre.

Maciel Santos | Bocha
O mais experiente atleta de bocha brasileiro joga desde os 11 anos. Aos 36, ele vai a T�quio como o atual campe�o ol�mpico, depois de vencer a prova individual de sua categoria na Rio 2016.
Petr�cio Ferreira | Atletismo
Porta-bandeira junto com Evelyn Oliveira, o velocista � dono do recorde mundial em sua categoria dos 100 metros rasos, que ele venceu na Rio 2016.
Naqueles jogos, Petr�cio tamb�m foi ouro nos 400 metros rasos e prata no revezamento.

Sele��o brasileira | Futebol de 5
Desde que a modalidade estreou nas Paralimp�adas, em Atenas 2004, s� o Brasil ganhou o ouro. A sele��o brasileira tamb�m � pentacampe� mundial — o �ltimo t�tulo foi em 2018 — e lidera o ranking mundial.
Brasil, uma pot�ncia esportiva

O Brasil chega a T�quio em sua melhor fase na hist�ria nas Paralimp�adas.
Desde o in�cio dos anos 2000, o pa�s vem melhorando seu desempenho a cada ano e, desde os Jogos de 2008, fica entre os dez primeiros pa�ses em medalhas.
Isso � resultado direto do n�mero de ouros que foram conquistados em cada edi��o, porque esse � o principal crit�rio para determinar a ordem do quadro geral.
Em Londres 2012, a delega��o brasileira voltou com um recorde de 21 ouros e o 7º lugar. Quatro anos depois, o Brasil ganhou "s�" 14 ouros na Rio 2016 e caiu para 8º.
Mas n�o d� pra reclamar porque o pa�s ganhou um total 72 medalhas — gra�as a 29 pratas e 29 bronzes — e superou em muito seu recorde anterior (47, em Pequim).
O objetivo em T�quio � se manter no topo de ranking, entre os dez melhores colocados.

O Brasil ganhou sua primeira medalha em Paralimp�adas em 1976, com uma prata na bocha na grama.
Desde ent�o, j� foram 301 medalhas: 87 de ouro, 112 de prata e 102 de bronze.
O Brasil � o 19º pa�s em n�mero de medalhas da hist�ria da Paralimp�ada.
A delega��o brasileira vai tentar voltar do Jap�o com o cent�simo ouro nos Jogos.
Os atletas brasileiros conquistam ao menos 14 medalhas desde Atenas 2004.
O que explica o sucesso do Brasil nas Paralimp�adas?

O desempenho brasileiro crescente desde o in�cio dos anos 2000 � resultado de uma tamb�m crescente organiza��o, incentivo e investimento nas modalidades paraesportivas.
O Comit� Paral�mpico Brasileiro (CPB) foi criado em 1995. No ano seguinte, em Atlanta 1996, o pa�s ficou em 37º, sua segunda pior posi��o nos Jogos Paral�mpicos — s� acima do 42º lugar em Arnhem 1980.
Os frutos s� come�aram a vir a partir de Sydney 2000, quando o pa�s igualou sua melhor coloca��o anterior, um 24º lugar.
No ano seguinte, uma outra medida importante foi sancionada: com a lei Angelo/Piva, 2,7% da receita das loterias da Caixa Econ�mica Federal passaram a ser destinados aos comit�s ol�mpico e paral�mpico, a uma propor��o de 63% e 37% para cada.
� da� que sai a maior parte do dinheiro usado pelo CPB na forma��o de atletas e outros em projetos e eventos que promovem o esporte paral�mpico.
"Elaboramos em 2017 um planejamento estrat�gico para dois ciclos que t�m como grande mote as crian�as e adolescentes, para que eles comecem no esporte o mais cedo poss�vel", diz Martins.
Os atletas contam ainda com uma bolsa do governo federal. Mais de 95% dos integrantes da delega��o que s�o portadores de defici�ncia recebem o benef�cio, que varia de R$ 370 a R$ 15 mil mensais.
Na Rio 2016, segundo o governo federal, todos os brasileiros que ganharam medalha faziam parte do Bolsa Atleta.
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