Atl�tico e Am�rica fazem cl�ssico de primeira grandeza no Mineir�o
Em grande fase, Atl�tico e Am�rica revivem o cl�ssico que j� foi o principal duelo em Minas, enquanto Cruzeiro amarga a pior fase de sua hist�ria
Nas primeiras d�cadas do s�culo passado, duelos marcantes, grandes p�blicos e decis�es de Estaduais mexiam com o imagin�rio dos torcedores de Atl�tico e Am�rica, as duas principais equipes de Minas Gerais na �poca. Hoje, Galo e Coelho revivem os tempos �ureos de “cl�ssico das multid�es” e assumem o protagonismo no estado, enquanto o Cruzeiro, outro grande da capital, amarga a maior crise da hist�ria.
Com o alvinegro perto de conquistar o segundo t�tulo brasileiro e classificado para a final da Copa do Brasil e o Coelho com chances de vaga in�dita na Copa Libertadores, o duelo desta tarde, �s 16h, no Mineir�o, pela 30ª rodada da S�rie A, tende a ser especial por envolver dois dos melhores times do returno do campeonato.
O Atl�tico chega ao cl�ssico com mais de 90% de possibilidade de conquistar o bicampeonato brasileiro, segundo c�lculos do Departamento de Matem�tica da UFMG. Ainda que jogadores e o t�cnico Cuca deixem a euforia para o lado do torcedor, a equipe jamais teve condi��o t�o favor�vel para levantar a ta�a.
Ser�o mais cinco jogos em casa (contra Corinthians, Juventude, Bragantino e Fluminense) e quatro fora (Bahia, Athl�tico-PR, Palmeiras e Gr�mio) para confirmar o primeiro lugar.
Campe�o nacional com o Galo em 1971, o ex-armador Humberto Ramos considera que o time colhe os frutos por se preparar bem dentro de fora de campo: “A oportunidade do Atl�tico est� em suas m�os. Os jogadores est�o muito confiantes, o clube est� em grande momento, porque construiu isso. Se analisarmos o grupo de hoje com aquele campe�o em 1971, vemos que antigamente havia muitos atletas formados na base. Hoje, todos v�m do restante do Brasil e de fora, da Europa. Mas os times t�m uma qualidade muito grande”.
Do lado americano, o momento tamb�m � de empolga��o. Rebaixado tr�s vezes (2011, 2016 e 2018) no ano seguinte ao acesso � elite, o alviverde tamb�m fez bom trabalho dentro e fora das quatro linhas e pode chegar � Libertadores ou mesmo � Copa Sul-Americana pela primeira vez na hist�ria – a probabilidade de vaga nas competi��es � de 9,8% e 69,7%, respectivamente, segundo a UFMG.
Na temporada passada, o Coelho j� havia surpreendido ao chegar �s semifinais da Copa do Brasil e ter conquistado o acesso � elite ap�s �timo trabalho do t�cnico Lisca. O treinador deixou o Lanna Drumond no in�cio do Brasileiro deste ano, dando lugar a Vagner Mancini, que tamb�m teve bons resultados, mas pediu demiss�o ao receber proposta do Gr�mio. Cabe a Marquinhos Santos dar continuidade ao trabalho.
Com tr�s passagens pelo Coelho, o ex-zagueiro Wellington Paulo entende que o Am�rica vive o melhor momento de sua hist�ria: “Quando atuava, o Am�rica chegava � Primeira Divis�o com o objetivo de apenas se manter. Hoje, o clube tem todas as condi��es, no que diz respeito � estrutura e ao lado financeiro, de ficar na S�rie A. Paga sal�rios em dia e eles s�o compat�veis com a elite nacional. Com isso, o Am�rica se coloca em condi��es de lutar pelos objetivos com outras equipes”.
A fase dos rivais encanta todos. Belo-horizontino com passagem pelo Atl�tico de 1996 a 1998, o ex-lateral-esquerdo Ded� n�o poupa elogios ao trabalho nos dois times.
“Vejo as equipes numa fase maravilhosa. O Am�rica come�ou mal o campeonato, mas teve boa arrancada depois de ter estabilidade com o Mancini. E o Atl�tico est� em um n�vel muito legal, impulsionado pelo trabalho do Cuca e dos jogadores que vieram da Europa, como o Hulk, o Diego Costa e o Mariano. Como ex-jogador do clube, h� muito tempo n�o vejo o time com campanha t�o s�lida.”}
Apesar de ter atuado nos dois clubes nos anos 1990 e 2000, o ex-goleiro Milagres admite que vai torcer pelo Coelho nesta tarde: “Al�m de grande jogo, espero que o Am�rica consiga confirmar a campanha e a perman�ncia na S�rie A, lutando por objetivos maiores. O Galo est� pr�ximo de conquistar um t�tulo depois de 50 anos. Certamente, ser� uma partida dif�cil para as duas equipes. Mas n�o vou ficar em cima do muro. Vou torcer para o Am�rica, at� porque fiquei sete anos no clube”.
Atl�tico x Am�rica
Atl�tico
Everson; Mariano, Nathan Silva, Alonso e Arana; Alan, Tch� Tch� (Jair) e Zaracho; Savarino, Hulk e Diego Costa
T�cnico: Cuca
Am�rica
Matheus Cavichioli; Patric, Ricardo Silva, Eduardo Bauermann e Marlon; Lucas Kal, Juninho e Al�; Ademir, Z�rate e Rodolfo
T�cnico: Marquinhos Santos
30ª rodada do Campeonato Brasileiro
Est�dio: Mineir�o
Hor�rio: 16h
�rbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Assistentes: Fabr�cio Vilarinho da Silva e Bruno Raphael Pires (GO)
VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
TV: Globo e Pay-per-view
Reencontro dos gringos
Paraguaio Junior Alonso � o xerife da zaga alvinegra (foto: Pedro Souza/Atl�tico)
O cl�ssico entre Atl�tico e Am�rica nesta tarde ser� marcado por um la�o de amizade entre dois estrangeiros que atuaram juntos no lend�rio Boca Juniors recentemente. Nas temporadas de 2019 e 2020, o zagueiro paraguaio Junior Alonso, xerife alvinegro, e o atacante argentino Mauro Z�rate, principal contrata��o do alviverde para o Brasileiro, se tornaram amigos e ganharam t�tulos pelo clube xeneize: Superliga Argentina (2019/2020) e Supercopa Argentina (2019). Hoje, eles estar�o em lados opostos e ser�o fundamentais para suas equipes dentro de suas fun��es: Alonso tentar� manter o bom rendimento da defesa do Galo (22 gols sofridos em 29 jogos) e o centroavante tenta melhorar os n�meros ofensivos do Coelho, que balan�ou as redes 24 vezes no Brasileiro.
Alonso chegou ao Atl�tico por indica��o de Jorge Sampaoli no ano passado, formando dupla com R�ver. Em boa parte do �ltimo Nacional, a parceria foi questionada pelo alto n�mero de gols sofridos (45 em 38 confrontos). Em 2021, por�m, teve encaixe com o t�cnico Cuca, sobretudo depois que Nathan Silva retornou ao clube.
Argentino Z�rate � o refor�o de maior peso no Coelho (foto: Jo�o Zebral/Am�rica)
J� Z�rate chegou ao Am�rica como principal refor�o da equipe para o Brasileiro. Mas tem convivido com problemas f�sicos e s� marcou um gol em oito partidas.
DESPEDIDA O cl�ssico de hoje ser� o �ltimo de Ademir com a camisa do Coelho. A partir do ano que vem, ele defender� as cores do Galo, numa negocia��o que demorou para ser conclu�da. Desde o ano passado, o camisa 10 se tornou uma das pe�as mais fundamentais do Am�rica, com 23 gols e seis assist�ncias em 85 jogos. Com isso, chamou a aten��o dos grandes clubes do pa�s, entre eles Palmeiras e o pr�prio alvinegro mineiro.
O Galo pode ter dois desfalques no Mineir�o. A aus�ncia do argentino Nacho Fern�ndez j� � certa, j� que ele recebeu o terceiro cart�o amarelo diante do Gr�mio. Zaracho ser� deslocado para o meio e Savarino ou Vargas far� o lado de campo. J� o volante Jair reclamou de inc�modo muscular e deve dar lugar a Tch� Tch�. No Coelho, Marquinhos Santos poder� escalar o que tem de melhor para o duelo.
Gr�mio se complica mais
O Internacional derrotou o Gr�mio ontem � noite, no Beira-Rio, pela 30ª rodada do Brasileiro, e ampliou o calv�rio do arquirrival, cada vez mais amea�ado pelo rebaixamento. Taison marcou o �nico gol do jogo, mantendo o Colorado na luta por uma vaga na Copa Libertadores. O est�dio recebeu apenas torcedores do Inter (cerca de 25 mil pessoas), que levaram faixas e at� caix�es em alus�o � possibilidade de queda do tricolor para a S�rie B. Os �nimos se exaltaram em v�rios momentos do segundo tempo. Primeiro, Rafinha se desentendeu com um gandula. Depois, Thiago Santos tentou empurrar Mois�s para fora de campo, na linha de fundo, para receber atendimento m�dico e deu in�cio a nova briga. Ap�s o apito final, o volante Patrick pegou dois caix�es de papel�o que estavam com torcedores e levou para o campo. Entregou um a Matheus Cadorini, que se juntou na festa com a torcida. Os gremistas n�o gostaram e partiram para cima. Houve empurra-empurra e Patrick, do Inter, e Bruno Cortez, do tricolor, receberam cart�o vermelho.