
O medicamento, de uso externo, tem propriedades analg�sicas e antiinflamat�rias, e a previs�o � de que ele esteja pronto para o estudo cl�nico em julho do ano que vem. O projeto recebeu financiamento de R$ 300 mil, da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de Minas Gerais, do Minist�rio da Sa�de e da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais.
Segundo a bi�loga Esther Margarida Bastos, chefe do servi�o de Recursos Vegetais e Opoter�picos da Funed, o veneno � um dos produtos do inseto e uma fonte rica de estudos. Para iniciar os trabalhos, a equipe, formada ainda pelo bi�logo Luiz Guilherme Dias Eneinne, pelo professor da Faculdade de Farm�cia da UFMG, M�rcio Coelho, e por Jorge Pesqueiro, do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, foi a campo, para padronizar as t�cnicas ideais de extra��o do bom veneno para medicamentos. “Caso o medicamento seja realmente produzido, em larga escala, vamos transferir essa t�cnica para a sociedade de apicultores”, diz a bi�loga.
Durante o estudo, os pesquisadores isolaram, purificaram e caracterizaram as subst�ncias presentes no veneno das abelhas. As fra��es purificadas do veneno passaram pelos estudos biofarmac�uticos em laborat�rio; e agora passam pelos testes com animais de experimenta��o. Para elabora��o do medicamento, ser�o realizadas an�lises para determinar se a melhor forma de apresenta��o do produto ser� a pomada ou o gel.
Segundo Esther, coube ao bi�logo, seu colega na Funed, Luiz Guilherme Dias, fracionar o veneno, retirando dele a parte que causa alergias – a fosfolipase. “Ele, ent�o, fracionou a melitina, que tem uma a��o excelente de induzir o organismo a produzir catecolaminas, que s�o cortic�ides naturais do corpo. Fizemos os estudos em laborat�rios, com ratos, e os resultados s�o muito positivos”, acrescenta a pesquisadora.
Conforme a bi�loga, a produ��o de um medicamento � formada por um longo e detalhado processo. “Temos que fazer muitos testes e a perspectiva � que fa�amos as experi�ncias em humanos no ano que vem, levando mais cerca de tr�s anos para finalizamos o estudo e transform�-lo no produto final”, diz. O mais prov�vel � que o conhecimento obtido com essa pesquisa seja transformado em uma pomada de uso externo, ou um gel, ainda n�o est� definido. “A import�ncia desse projeto � que tivemos apoio e estamos tendo a oportunidade de produzir um novo medicamento, com fontes naturais e sem efeitos colaterais. Quem sabe, num futuro pr�ximo, o Sistema �nico de Sa�de n�o possa produzi-lo, em larga escala?”.