(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Superdotados precisam de est�mulo para se desenvolver


23/11/2008 16:39 - atualizado 08/01/2010 04:00

Com apenas 5 anos, Júlia Medeiros ensina suas bonecas a ler e escrever, habilidades que aprendeu aos 4
Com apenas 5 anos, J�lia Medeiros ensina suas bonecas a ler e escrever, habilidades que aprendeu aos 4 (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

 

Pessoalmente ou por telefone, J�lia Medeiros, de 5 anos, n�o se impressiona com o interlocutor. Ela conversa como gente grande, fala, com desinibi��o, sobre sua paix�o por livros. Nas datas comemorativas sempre pede de presente cole��es de livros, como o Rei Le�o, e n�o se cansa de ler para suas bonecas a hist�ria da Branca de Neve, uma das que mais gosta. Superdotada, J�lia tem uma excelente mem�ria para m�sicas. “Voc� pode dizer o nome da m�sica que eu canto”, diz ela, com a sabedoria dos seus 5 anos.

Quer mais? J�lia j� ensaia as primeiras palavras e frases em ingl�s, porque ler e escrever aprendeu com 4 anos. Moradora do Bairro Ouro Preto, na Regi�o da Pampulha, ela estuda na Escola Rouxinol e tem aulas de ingl�s e de m�sica. Com intelig�ncia ling��stica avan�ada, ela lembra Ma�sa, a menina prod�gio do Programa S�lvio Santos, do SBT. Incentivada desde cedo pelos pais, que a puseram na creche da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aos 4 meses, J�lia tem linguagem apurada, muito desenvolvida para a idade. Aprendeu a falar as primeiras palavras com 11 meses e com um ano j� se expressava melhor do que qualquer crian�a de sua faixa et�ria.

Desde que nasceu, tem atra��o por livros e uma cole��o deles no quarto. Todos os dias, depois que volta da escola, J�lia vai brincar de aulinha. Ela � a professora e as bonecas s�o dedicadas alunas que aprendem a ler e escrever. As li��es no quadro s�o passadas pela ex�mia professora, que n�o se cansa de ensinar. O presente do Dia das Crian�as estendido sobre a cama lembra que a Barbie professora � uma parceira e tanto. No Natal, J�lia diversificou um pouco: quer ganhar um cachorrinho de verdade. Com certeza, ele ser� muito bem-vindo em sua turma de alunos fict�cios.

ESTAT�STICAS

Estudos internacionais demonstram que o percentual de crian�as superdotadas ou com altas habilidades varia de 10% a 15%. No Brasil, as estat�sticas apontam um n�mero menor, devido �s dificuldades de identifica��o que ocorrem nas escolas. Em 2008, foram registrados, at� outubro, 2,1 mil alunos com altas habilidades. “A superdota��o no Brasil � encarada como um mito. As pessoas pensam em superg�nios ou her�is quando, na verdade, � um fato comum e corriqueiro”, explica Marta Clarete Dutra, coordenadora de articula��o de pol�ticas de inclus�o junto aos sistemas de ensino do Minist�rio da Educa��o (MEC).

Segundo o site do MEC, o governo trabalha atualmente para facilitar a identifica��o dos alunos com altas habilidades e, ent�o, desenvolver melhor seus talentos. O desafio � desmitificar a figura do superdotado e identificar a superdota��o como caracter�stica presente em muitos alunos. “� comum que haja estudantes com altas habilidades em determinada �rea de conhecimento e d�ficit em outra”, explica Marta Dutra. Todos os estados brasileiros t�m um N�cleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdota��o (NAAHS), que atua com alunos matriculados na rede regular de ensino com indicativo de altas habilidades ou superdota��o.

A a��o do n�cleo � estruturada em tr�s vias: atendimento ao professor, ao aluno e � fam�lia. Ao professor, s�o dadas orienta��es tanto para a identifica��o dos estudantes quanto para melhor inser��o deles em sala de aula. J� � fam�lia, s�o dadas instru��es para que n�o haja a constru��o de expectativas que, a longo prazo, comprometam o desenvolvimento emocional das crian�as. “As fam�lias acabam por pressionar os estudantes com suas expectativas e os n�cleos ajudam-nos a lidar com isso”, ressalta Marta Dutra.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)